O motivo apresentado, de modo geral, pelos analistas do mercado seria a divulgação do bônus de assinatura do Leilão de pré-sal, do campo de Libra, estabelecido pelo governo, ontem, em R$ 15 bilhões. De acordo com as regras do regime de partilha, em todos os campos, a Petrobras tem participação de 30% no bloco. Sendo assim a Petrobras deverá desembolsar R$ 4,5 bilhões do já combalido caixa.
Para meu entendimento, os motivos são outros. O primeiro é o temor de que seja criado CPI da Petrobras pelo Congresso Nacional para averiguar supostas irregularidades na compra da refinaria do Pasadena nos EEUU, com prejuízo potencial de US$ 1 bilhão, amplamente divulgado pela imprensa. Sobre o tema volto a falar, em matéria própria.
O motivo mais preocupante é quanto ao crescente possibilidade de prejuízo ou no mínimo, possibilidade de lucros pífios, no próximo semestre, sobretudo em função da depreciação do real perante o dólar. Vários fatores pesam quando da depreciação do real, o mais grave é a defasagem do preço dos combustíveis ao nível de consumidor. Petrobras arca com o prejuízo!
A Petrobras, antes da depreciação do real, já estava com defasagem de preço dos combustíveis na refinaria, em cerca de de 15%, segundo a própria Graça Foster. Dólar fechou ontem em R$ 2,26 com valorização de 9% em relação a cotação de 28/12/2012. Isto significa que a Petrobrás está trabalhando grosso modo, com a defasagem de 24% nos preços de combustíveis. Isto sem contar com o preço da gasolina e derivados importados, que obedecem preços internacionais, com viés de alta, por conta da crise do Egito.
Em quase todos os países o preço dos combustíveis é praticado "paridade" com os preços internacionais. No Brasil, dentro da política econômica equivocada do governo Dilma, a Petrobras banca a diferença de preço do custo de produção e refino com o preço de venda na refinaria. Segundo Graça Foster, lembrando suas palavras, a Petrobras pratica preço de "convergência". No primeiro momento a palavra é linda, deve ter dito como que o preço ao consumidor "convergindo" para o preço real. Por outro lado, pode-se tirar da palavra, como que o preço ao consumidor convergindo para o "desastre financeiro" da Petrobras.
Mantido a cotação do dólar nos níveis praticados ontem, R$ 2,26, e preço do barril de óleo Brent em US$ 107,92, considerando a defasagem do preço já mencionada acima, é inexorável o aumento dos combustíveis no curtíssimo prazo, sob pena de tornar Petrobras sucateada. Está cada vez mais, longe de cumprir a meta de investimento da Companhia em US$ 236 bilhões até 2017, amplamente anunciada pela presidente Dilma. Dilema colocada para Dilma: ou aumenta o preço da gasolina na bomba ou sucateia de vez a Petrobras. O mercado receia que a Dilma sucateie a Petrobras.
Enquanto a Dilma Rousseff toma medidas econômicas e políticas visando tão somente à sua própria reeleição, não só a Petrobras, mas também o Brasil como todo, vai rumando para o "caos econômico", uma soma de inflação com estagnação. Receio que o próximo presidente, quem quer que seja, levará os 4 anos de mandato, arrumando a casa, concertando os equívocos cometidos na área econômica.
Dilma, vamos começar a governar o Brasil, vamos?
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT. E-mail: sakamori10@gmail.com
Um comentário:
A nossa ilustre presidente só tem olhos e ouvidos p/ a sua reeleição, estamos a cada dia vendo e ouvindo q a economia está ficando pior, mas o ministro Mantega afirma q é td coisa de gente q torce contra, bem como a gerentona fala a mesma coisa, então só nos resta ver a economia no fundo do poço, dai quem sabe eles venham a pensar no Brasil!
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