Na semana passada foi aprovada a MP dos Portos, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Na Câmara dos Deputados foi aprovado em 2 dias de sessões, que entrou madrugada a dentro, numa dedicação nunca dantes vistas, pelo menos nos últimos 10 anos. No Senado Federal, o projeto chegou pela manhã e no início da noite foi aprovado, sem emendas, para que a MP 595 não perdesse vigência. Ela vai ser sancionada pela Dilma e virar Lei.
Normalmente faço meu comentário, após a notícia, mas desta feita, vou fazê-lo antes, para vocês entenderem melhor o assunto.
Na sessão da Câmara, que eu, pessoalmente, assisti, houve uma verdadeira lavagem de roupa suja entre os deputados da situação e da oposição. Houve baixaria que desceu aos níveis que não condiz com o ambiente do parlamento. As palavras pronunciadas nas "bocas malditas" de cada cidade, foram amplamente usadas no plenário da Câmara, tais como "porco", "tio patinhas", "ladrão", "deveria estar na cadeia", "sacanagem" e por aí a fora.
Tem razão o ministro Joaquim Barbosa dizer que o Congresso Nacional está à serviço do Poder Executivo. MP 595, que tramitava no Congresso Nacional desde 6 de dezembro de 2012, iria expirar a sua vigência no dia 15, quinta-feira passada. Estava parada com possibilidade de cair a vigência. A presidente Dilma, fez pressão para aprovação da MP 595, custe o que custasse. E conseguiu a aprovação da MP dos Portos, colocando a Câmara dos Deputados e Senado Federal de joelhos!
Eu disse, logo após a aprovação da MP dos Portos, de que a MP seria dos porcos. A MP era dos porcos, porque fedia como pocilgas dos sítios. Estranhei tanta dedicação dos parlamentares para aprovação da MP dos Portos. Estranhei, também, a ausência de alguns parlamentares, inclusive dos partidos de sustentação do governo Dilma. Tinha alguma coisa, que cheirava mal. Só fui entender o sentido daquelas sessões de obediência à Dilma, quando revelado pela Folha, os motivos, no dia seguinte.
Independente da discussão do mérito da MP dos Portos e paternidade ou maternidade da Lei de Modernização dos Portos editada ainda no governo Itamar Franco, no que em tese, sou a favor, o que me motiva a voltar ao assunto, é a confirmação de que, realmente, eu não fiz injustiça à MP chamando-a de MP dos porcos. Basta, vocês lerem, os motivos que levaram a presidente Dilma, a aprovar à toque de caixa, para me darem razão na nova denominação que usei para se referir à MP dos Portos.
Notícias.
Um grupo de 28 empresas e famílias que exploram portos no Brasil injetou
pelo menos R$ 121,5 milhões em campanhas eleitorais e na direção de
partidos políticos em apenas três anos, de 2010 a 2012. Fonte: Folha.
As empresas tinham interesses diversos na discussão da Medida Provisória
dos Portos, proposta de alteração das regras do setor apresentada pelo
governo Dilma no fim de 2012 e aprovada no Congresso na semana passada. Fonte: Folha.
O grupo empresarial sob controle de Dantas, que inclui o banco
Opportunity e a Agropecuária Santa Bárbara, doou mais R$ 3,9 milhões,
97,4% dos quais para a Direção Nacional do PT. O maior doador do setor de portos foi o grupo Odebrecht, com R$ 66
milhões. O PT recebeu 36% desse volume, seguido por PSDB (28,5%) e PMDB
(22%). A Libra Holdings direcionou 57,5% de suas doações para o PSB, partido do
ministro Leônidas Cristino (Secretaria Especial de Portos). Fonte: Folha.
Bem, o resto é por conta de vocês. Tirem suas próprias conclusões e reflitam bem, em que mãos nós eleitores entregamos a administração do País. Também, aproveitando a fala do ministro Joaquim Barbosa, os partidos políticos, de maneira geral, são de mentirinhas. STOP! Antes, que eu vá preso e vocês ficarem sem o meu blog.
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT. Twitter: @sakamori12
Um comentário:
Não há nada que o governo faça que não tenha motivação em segundas intenções. Lamentável!
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