A potência instalada total de Belo Monte é de 11.233 MW, sendo que, segundo a Eletrobras, a média de geração de energia será de 40% da potência instalada. O projeto virou polêmica devido a solução adotada para o projeto. O ideal que, para evitar inundações e obras caras, deveria ter sido adotado o sistema de geração a fio d'água, como foram projetados as usinas de Jirau e Santo Antonio no Rio Madeira. O governo Lula, queria porque queria, construir a 3ª maior usina hidroelétrica do mundo. A solução racional que seria usina a fio d'água teria potência instalada de 30% do atual projeto, mas geraria energia limpa a custo viável.
O leilão foi arrematado por R$ 19 bilhões, pelo Consórcio Norte Energia em abril de 2010. Devido a inviabilidade do projeto, as grandes empreiteiras como Odebrecht e Camargo Correia deixaram de participar da licitação. O consórcio é composto pela Chesf do sistema Eletrobras, 49,98% e o restante, pulverizado em diversas empreiteiras menores do País. A participação da Chesf, foi fundamental para alavancagem do capital necessário para a construção da Usina, por isso solução peculiar adotada no consórcio.
A Norte Energia, já reajustou o valor para R$ 28,9 bilhões, oficialmente, devido sobretudo pela dificuldade da construção e por questões ambientais e indígenas. O reservatório da Usina Belo Monte, ocupa parte da terra indígena, o que vem causando transtorno, ocasionando o retardamento no prazo de entrega das turbinas, previsto para o ano de 2015. Pelo visto, o prazo já estourou há algum tempo e o orçamento, também.
A obra do Belo Monte é digno de números para constar do Guinness Book. A barragem principal, não se localiza no próprio leito do rio Xingu, mas nas terras indígenas. A água do rio Xingu é represado no sítio denominado Pimental e desviado através do canal que vai desaguar no mesmo rio, num ponto mais à jusante. A dimensão da obra do canal, em números, se iguala ao novo canal do Panamá, em construção. A obra é mais que "belo monte", mas sim, uma "bela babilônia"!
Problema com índios, dificuldade de acesso, problemas ambientais, são apenas parte dos problemas que aumentam ainda mais o custo final da obra. Esta obra, a usina de Belo Monte, vai terminar com o custo nas casa dos R$ 50 bilhões! Motivos justificados pelas grandes empreiteiras como Odebrecht e Camargo Correia, acostumados com este tipo de obra, da não participação no leilão em 2010, estão a constatar, hoje. O volume do dinheiro equivale ao que a Dilma espera que a iniciativa privada invista nos portos brasileiros.
Bem, nem a Eletrobras e nem as empreiteiras tem condições de arcar com a diferença de custo entre o previsto e real. Isto significa que direta ou indiretamente vai refletir na tarifa de energia, no futuro. Lembrando que o projeto deveria ter sido uma usina a fio d'água, dentro da racionalidade, com cerca de 40% da potência do atual projeto, mas sem transtornos e custos abusivos. O projeto enveredou por este caminho, só para alimentar a vaidade do presidente Lula da Silva e da sua ministra de Energia, de então, a Dilma Rousseff, para ser a 3ª usina do mundo em potência instalada, atrás apenas da Usina Três Gargante na China e Itaipu Binacional. Vaidade de ambos, estão custando muito caro para o povo brasileiro, como sempre!
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT. Twitter: @sakamori12
2 comentários:
A fogueira das vaidades políticas só é menor que a fogueira da dor na consciência quando, no depois, uma vez desperta a consciência no plano da vida real, eles vão perguntar:
O que foi que eu fiz, mesmo tendo toda aquela pseudo-aprovação no plano físico e tendo galgado o cargo de maior poder neste país continental?
Quem mais deve temer o espelho?
http://amilcarfaria.blogspot.com.br/2013/05/quem-mais-deve-temer-o-espelho.html
Infelizmente é a vaidade de alguns que; sobrepujam a razão e vivemos neste caos que hoje se instalou no País! Aonde Vamos Parar?? Respostas??? 2014 tirarmos esses Tiranos do Poder!!
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