sexta-feira, 24 de maio de 2013

BRASIL na CORDA BAMBA!


Foi terrível o dia de ontem, no mercado financeiro brasileiro.  Começou o pessimismo pela Ásia e se espalhou na Europa, mas que no final do dia, acabou se acomodando.  O clima de ontem, lembrava um pouco pré crise financeira mundial de 2008, que ocorreu apenas no Brasil.  O resto do mundo, já vem fazendo os ajustes necessários para enfrentar, se for o caso, as novas ondas de pessimismo.  O Brasil não está.

O índice Bovespa é um bom indicador para aferir o grau de desconfiança dos investidores com relação à política econômica da presidente Dilma.  Estamos patinando nos níveis de 55 mil pontos.  Deflacionando o índice pré crise de 2008, índice Bovespa deveria estar no patamar de 90 mil pontos.  Os EEUU e Japão já superaram os índices pré crise de 2008.  

No fundo, no fundo, o que é que os investidores, empresários e analistas esperam se, em público, fazem declarações explícitas de apoio à política econômica (sic) do governo Dilma?  Infelizmente, a mídia dá destaque ao que dizem os cordões de puxa-sacos do Palácio do Planalto.  Não tem imprensa que sai batendo na política econômica (sic) da Dilma.  Opiniões contrárias não faltam.  Vejo entrevista de economistas e analistas independentes, vinculados aos institutos de pesquisas importantes do País, pronunciarem-se desfavoráveis à condução da economia.  Mas por outro lado, não vejo destaque daquelas entrevistas nas páginas de Economia.

Dá-se impressão, quando assistimos ou lemos matérias da imprensa de massa, de que vivemos no País das Maravilhas da Alice do conto de fadas.  A verdadeira situação do País não é passado à população.  Parece que todo mundo faz de conta que o problema é dos outros.  É impressionante, o desconhecimento ou ignorância do momento delicado que vive o país, pelos formadores de opinião, pelo menos.  Sendo cidadão brasileiro, esperava mais dos nossos empresários e agentes públicos, a participação na discussão sobre rumos da economia do País.  Todos querendo fazer o papel de Alice, sobretudo a presidente Dilma.

Deu para notar ontem, a gravidade da situação brasileira. Senti um certo "cara frio" no que poderia acontecer ao País, se realmente o pânico tivesse se instalado, ontem.  Desta vez, pelo jeito, salvamos.  

A minha preocupação é que a política econômica da Dilma se ancora no câmbio defasado ou o dólar depreciado.  Banco Central intervém para tentar segurar o dólar no atual patamar de R$ 2.  O Brasil não tem Reserva Cambial para sustentar um rojão maior.  A Reserva cambial de cerca de US$ 360 bilhões, apenas US$ 60 bilhões estão disponíveis para queimar.  É pouco dinheiro para aguentar um rojão maior.  E para piorar a situação, desde janeiro deste ano, o Brasil está deficitário em balança de pagamentos.  Já estamos queimando a Reserva Cambial, homeopaticamente.  Solavanco maior, não aguentamos!

Dólar tentando alcançar ao valor de equilibro, vai disparar a inflação, porque a política econômica (sic) da Dilma está ancorada no dólar.  Uns falam em R$ 2,40 outros em R$ 2,50 e eu entre R$ 2,60 e R$ 2,70, o ponto de equilíbrio.  A tendência natural é que o mercado financeiro, independente da intervenção do Banco Central, vai tentar encontrar patamar de equilíbrio, até onde tem cacife alcança não sabemos.  Qualquer solavanco é como abrir a válvula da panela de pressão, explode!  A comida vai tudo para o teto!  Isto é que tem causado, na questão objetiva, o temor, quase pânico dos agentes da economia brasileira.

Os empresários, os agentes públicos e a população são todos cúmplices da presidente Dilma, todos torcem que o País das Maravilhas da Alice, nunca acabe.  Todos tem medo, muitos tem até síndrome do pânico, para encarar a situação real!  Imaginem empresários com dívidas em dólares, na totalidade são US$ 300 bilhões! Imaginem a preocupação destes!  Se eu estivesse no lugar deles, já estaria com  insônia.  É o que está acontecendo com eles.  Inclusive a Petrobras com dívida externa enorme, os planos de expansão vão ser postergados, se houver mudança no patamar da cotação de dólar.  

Para os pobres mortais como nós, a consequência da disparado do dólar, repentinamente, viria acompanhado com a explosão inflacionária.  Vai ser um Deus nos acuda.  Neste contexto, o Brasil teria que fazer uma intervenção cirúrgica urgente e entrar na UTI.  Toda intervenção cirúrgica tem custos sociais.  E aqui é que mora o perigo!  Dilma não quer estes custos sociais, antes das eleições de 2014!

Infelizmente, o quadro que a economia brasileira vive o momento é  exatamente aquilo que venho desenhando deste fevereiro de 2012, neste blog.  Recebi muitos xingamentos, mas parece que os prognósticos desenhados por mim, vem se materializando, infelizmente.  Isto tudo, porque a presidente Dilma não fez correção necessária em seus devidos tempos.  Ainda, pode fazer muita coisa, para evitar o mal maior.  Dilma, manda sua equipe econômica me ligar! 

Vamos torcer que não sejamos Grécia de ontem e de hoje.  

Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT.  Twitter: @sakamori12

Um comentário:

Juliano W disse...

Reconheço o fio da navalha, mas não vejo um ponto de equilíbrio com dólar mais alto que isso. Eu vejo é um dólar desvalorizado. Por volta de 1,50. Principalmente se mantivermos a SELIC com sinais de alta e o gov federal não atrapalhanso muito. Será a desconstrução final de nossa indústria. Quem sabe o Brazil se unificando à america latina em uma únicappátria (sic)..