Atrás da discussão semântica sobre a crise que abate sobre o setor elétrico e sobre o setor de abastecimento d'água, devo chamar a atenção sobre a irresponsabilidade das autoridades constituídas em tratar os assuntos de fundamental importância para a vida do cidadão brasileiro.
As autoridades e os agentes públicos ligados aos setores falam em racionamento seletivo de energia elétrica e racionamento seletivo de abastecimento de água, para não pronunciarem a palavra "apagão" como se isto tivesse importância. Esquecem os responsáveis pelos setores fundamentais na vida do cidadão que pouco importa a ele a repercussão política das palavras. O que importa ao cidadão é a escassez de energia elétrica e de água no dia a dia das sua vida.
Vamos analisar por partes. A crise de abastecimento d'água reflete sobretudo nos estados da região sudeste em especial nas regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Explica-se, as regiões metropolitanas citadas encontra-se nas nascentes por razões geográficas.
Os reservatórios que abastecem, sobretudo nas regiões metropolitanos estão nos limites mínimos em plena época de chuvas intensas que iniciou em novembro e vai até o mês de março. No pico do regime de cheias e enchentes, o abastecimento d'água está sendo feito utilizando-se dos volumes mortos. O abastecimento d'água, historicamente problemático nos meses que vai de abril a outubro, para as regiões metropolitanas citadas será próximo de caos.
No setor elétrico, o buraco é mais para baixo. Os sucessivos governos, incluindo os anteriores ao do PT, não vendo dando atenção necessária à demanda do setor elétrico. Após apagão de 2001, foram construídos usinas termoelétricas que acrescentaram ao sistema cerca de 30.000 MW de potência, grosso modo. Isto é insuficiente para atender a crescente demanda pela energia elétrica. Explica-se, o aumento da demanda de energia elétrica decorre do fato de Brasil ser país que encontra na 85ª posição no ranking de uso per capita de energia elétrica.
Após o apagão de 2001, além das usinas térmicas, entrou em operação as Usinas de Santo Antonio e Jirau no rio Madeira com potência instalada de 3.500 MW e 3.700 MW, respectivamente, além de outras usinas de menor porte. Em construção no rio Xingu, a usina Belo Monte com capacidade instalada de 11.200 MW e potência efetiva média de 5.700 MW só entrará em operação, na melhor das hipóteses, em 2016.
Atualmente o País conta com cerca de 125.000 MW de potência instalada, incluindo todas formas de geração de energia elétrica. Dentre estas usinas, somente a usina hidroelétrica de Itaipu tem capacidade instalada de 14.000 MW. Não há previsão de usinas de grande porte que entrará em operação neste ano, a não ser uma única usina termoelétrica de 1.500 MW de potência e entrada em operação das duas turbinas do Itaipu.
Com o apagão do início do mês, o sistema elétrico experimentou a demanda de pico de 85.000 MW. A diferença entre a potência instalada de 125.000 MW com a energia efetivamente entregue ao consumidor é explicada pelo nível de reservatório das usinas hidroelétricas que estão, segundo ONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico, que está em média 17% da capacidade nominal (considerada reservatórios cheios).
O regime de chuvas no Brasil é conhecido historicamente com intensidade maior nos meses de novembro a março e sendo escasso nos meses de abril a outubro. Isto acontece inexoravelmente, todos os anos. Não adianta fazer suposição de que poderá haver regime de chuvas intensas nos meses de abril a outubro deste ano. Este ano, não será diferente. Apostar numa possibilidade pouco provável é irresponsabilidade total dos gestores públicos.
O caso de desabastecimento no caso do sistema elétrico, o assunto é muito mais grave do que se imagina. Se os reservatórios das usinas hidroelétricas estão com média de volume de 17%, segundo informação do ONS, em plena época do regime de chuva intenso, é de supor que no período entre abril e outubro, inexoravelmente, os reservatórios baixarão o nível para 10%, num piscar de olhos. Diferente do abastecimento d'água, não há possibilidade de mover turbinas, no nível de reservatórios abaixo de 10%, segundo os técnicos do setor elétrico.
As usinas hidroelétricas estão fornecendo, hoje, cerca de 55.000 MW dos 85.000 MW de oferta no horário de pico. Com a diminuição do volume dos reservatórios nos meses de abril a outubro, período de seca, é certo que as usinas hidroelétricas reduzirão o nível de geração para algo como 40.000 MW, na melhor das hipóteses. Sendo assim, mesmo com todas usinas térmicas em funcionamento, a potência efetiva de oferta de energia não passará dos 70.000 MW.
A demanda no pico, hoje, de 85.000 MW não será atendida pelo sistema elétrico brasileiro, nem que a vaca tussa. A demanda deverá se ajustar ao novo patamar de oferta, nos meses de abril a outubro, de no máximo de 70.000 MW. Então, inexoravelmente, deverá haver racionamento de energia elétrica, corte seletivo de energia ou simplesmente apagão. Não planejar e não colocar na prática o racionamento de energia elétrica desde já será dever e responsabilidade da presidente Dilma.
Querendo ou não a presidente Dilma e os governadores Geraldo Alckmin, Luiz Fernando Pezão e Fernando Pimentel deverão alertar o conjunto da população sob sua jurisdição sobre o racionamento de energia elétrica e de água nos meses de abril a outubro deste ano. E ainda, preparar o espírito da população para a repetição da ocorrência no próximo ano, também, porque a reposição dos reservatórios será gradual, mesmo que venha regime de chuvas acima da média histórica.
O apagão da energia elétrica e o d'água são inexoráveis!
Nota: Os dados colocados neste texto, são apresentados grosso modo, pois esta matéria não segue o rigor de uma matéria técnica.
Ossami Sakamori
@SakaSakamori
Os reservatórios que abastecem, sobretudo nas regiões metropolitanos estão nos limites mínimos em plena época de chuvas intensas que iniciou em novembro e vai até o mês de março. No pico do regime de cheias e enchentes, o abastecimento d'água está sendo feito utilizando-se dos volumes mortos. O abastecimento d'água, historicamente problemático nos meses que vai de abril a outubro, para as regiões metropolitanas citadas será próximo de caos.
No setor elétrico, o buraco é mais para baixo. Os sucessivos governos, incluindo os anteriores ao do PT, não vendo dando atenção necessária à demanda do setor elétrico. Após apagão de 2001, foram construídos usinas termoelétricas que acrescentaram ao sistema cerca de 30.000 MW de potência, grosso modo. Isto é insuficiente para atender a crescente demanda pela energia elétrica. Explica-se, o aumento da demanda de energia elétrica decorre do fato de Brasil ser país que encontra na 85ª posição no ranking de uso per capita de energia elétrica.
Após o apagão de 2001, além das usinas térmicas, entrou em operação as Usinas de Santo Antonio e Jirau no rio Madeira com potência instalada de 3.500 MW e 3.700 MW, respectivamente, além de outras usinas de menor porte. Em construção no rio Xingu, a usina Belo Monte com capacidade instalada de 11.200 MW e potência efetiva média de 5.700 MW só entrará em operação, na melhor das hipóteses, em 2016.
Atualmente o País conta com cerca de 125.000 MW de potência instalada, incluindo todas formas de geração de energia elétrica. Dentre estas usinas, somente a usina hidroelétrica de Itaipu tem capacidade instalada de 14.000 MW. Não há previsão de usinas de grande porte que entrará em operação neste ano, a não ser uma única usina termoelétrica de 1.500 MW de potência e entrada em operação das duas turbinas do Itaipu.
Com o apagão do início do mês, o sistema elétrico experimentou a demanda de pico de 85.000 MW. A diferença entre a potência instalada de 125.000 MW com a energia efetivamente entregue ao consumidor é explicada pelo nível de reservatório das usinas hidroelétricas que estão, segundo ONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico, que está em média 17% da capacidade nominal (considerada reservatórios cheios).
O regime de chuvas no Brasil é conhecido historicamente com intensidade maior nos meses de novembro a março e sendo escasso nos meses de abril a outubro. Isto acontece inexoravelmente, todos os anos. Não adianta fazer suposição de que poderá haver regime de chuvas intensas nos meses de abril a outubro deste ano. Este ano, não será diferente. Apostar numa possibilidade pouco provável é irresponsabilidade total dos gestores públicos.
O caso de desabastecimento no caso do sistema elétrico, o assunto é muito mais grave do que se imagina. Se os reservatórios das usinas hidroelétricas estão com média de volume de 17%, segundo informação do ONS, em plena época do regime de chuva intenso, é de supor que no período entre abril e outubro, inexoravelmente, os reservatórios baixarão o nível para 10%, num piscar de olhos. Diferente do abastecimento d'água, não há possibilidade de mover turbinas, no nível de reservatórios abaixo de 10%, segundo os técnicos do setor elétrico.
As usinas hidroelétricas estão fornecendo, hoje, cerca de 55.000 MW dos 85.000 MW de oferta no horário de pico. Com a diminuição do volume dos reservatórios nos meses de abril a outubro, período de seca, é certo que as usinas hidroelétricas reduzirão o nível de geração para algo como 40.000 MW, na melhor das hipóteses. Sendo assim, mesmo com todas usinas térmicas em funcionamento, a potência efetiva de oferta de energia não passará dos 70.000 MW.
A demanda no pico, hoje, de 85.000 MW não será atendida pelo sistema elétrico brasileiro, nem que a vaca tussa. A demanda deverá se ajustar ao novo patamar de oferta, nos meses de abril a outubro, de no máximo de 70.000 MW. Então, inexoravelmente, deverá haver racionamento de energia elétrica, corte seletivo de energia ou simplesmente apagão. Não planejar e não colocar na prática o racionamento de energia elétrica desde já será dever e responsabilidade da presidente Dilma.
Querendo ou não a presidente Dilma e os governadores Geraldo Alckmin, Luiz Fernando Pezão e Fernando Pimentel deverão alertar o conjunto da população sob sua jurisdição sobre o racionamento de energia elétrica e de água nos meses de abril a outubro deste ano. E ainda, preparar o espírito da população para a repetição da ocorrência no próximo ano, também, porque a reposição dos reservatórios será gradual, mesmo que venha regime de chuvas acima da média histórica.
O apagão da energia elétrica e o d'água são inexoráveis!
Nota: Os dados colocados neste texto, são apresentados grosso modo, pois esta matéria não segue o rigor de uma matéria técnica.
Ossami Sakamori
@SakaSakamori
7 comentários:
Sakamori:
Mesmo sendo "grosso modo" todos nós já notamos que estamos ferrados com o que está acontecendo em relação à energia e à agua.
Nem podemos usar a gíria popular, que diz que estamos "dentro d'água" , pois, nem água temos para poder estar nela.
Bom final de semana...
A crise do desabastecimento é grave e eu já previa isso. Não me esqueço que a derrocada do governo FHC começou, de maneira decisiva, com a crise da energia. Agora, imaginem o governo do PT, cheio de escândalos e com uma recessão à vista... Sempre bati na tecla que a incompetência do PT em investir em infraestrutura seria fatal para o Brasil. Energia e água são questões de saúde e segurança públicas. Falta de abastecimento de água e luz aí, sim, é caso de impeachment.
Perdemos na questão da saúde, educação e, agora, estamos perdendo nossos recursos naturais por pura falta de investimento e ineficiência administrativa. As três maiores capitais do Brasil estão em crise, energética e hídrica, o que é muito grave. Racionamento só se faz em tempos de guerra. Daqui a pouco estaremos com crise de alimentos, como acontece na Venezuela... Aí será o fim...
Venezuela, Argentina e, agora, Brasil, estão agonizando e, em seguida, pode morrer. Não podemos deixar isso acontecer. O problema é estrutural, já dura muitos anos, mas piorou - e muito - agora. Estou preocupado. Bom dia.
Bom dia!
A situação é crítica e maus séria que a de 2001. Os chefes do executivo estão numa encruzilhada: se expõem a verdade podem causar caos social e perdas políticas irreparáveis; por outro lado se não falam são pra lá de irresponsáveis.
Vamos aguardar e sem água.
PARABÉNS SENHOR ALESSANDRO LEMOS .
BELÍSSIMA REFLEXÃO A RESPEITO DO QUE ESTAMOS ENFRENTANDO NO PAÍS QUE EU TENHO APRENDIDO A CHAMAR DE BANANÃO ( OU REPÚBLICA BANANEIRA ) .
JÁ FAZ UM BOM TEMPO QUE SOMOS NA REALIDADE DES=ADMINISTRADO POR LADRÕES ; LENIENTES E PIOR AINDA IRRESPONSÁVEIS E INCAPAZES .
ISTO APENAS PARA "ELOGIAR" ESTA CAMARILHA DE BANDIDOS QUE SOMENTE SE PREOCUPAM EM ENCHER SEUS PRÓPRIOS "BOLSOS" . E O PIOR AINDA ; SENDO AUXILIADOS POR SUPOSTOS "POLÍTICOS" QUE QUEREM SOMENTE TAMBÉM SE BENEFICIAREM HÁ MUITO TEMPO DA POSIÇÃO QUE EXERCEM ; SEM DAR NENHUMA CONTRA-PARTIDA DE AUXÍLIO PARA GERIREM O BANANÃO .
O BANANÃO ESTA VIRADO NUM LIXO ADMINISTRATIVO . TODOS SOMENTE PENSAM EM SEUS PROJETOS DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO E SEMPRE PIOR AINDA ; NÃO VEMOS A MÍNIMA CHANCE DE MUDANÇA NO QUADRO ATERRADOR QUE NOS RODEIA .
O POVINHO QUE NÃO COLABORA PARA TENTAR PRESSIONAR ALGUMA MUDANÇA E AS AUTORIDADES QUE DEVERIAM TENTAR FORÇAR ALGUMA SOLUÇÃO ESTÃO ACOMODADOS HÁ BASTANTE TEMPO TAMBÉM .
NA REALIDADE É UM POVO VAMOS DIZER FOLGADO SEM LIDERANÇA NENHUMA QUE SOMENTE PENSA EM DIVERTIR-SE .
O PAIS ESTA CADA VEZ MAIS ANDANDO DE MARCHA-A-RÉ ; SEM RUMO . SENDO ASSALTADO VERGONHOSAMENTE .
ME DESCULPES O DESABAFO ; EU JÁ SOU UM MADURO CIDADÃO DESTE PAÍS ; JA VIVO NELE INFELIZMENTE HÁ 63 ANOS E Á CAMINHO DOS 64 ME SINTO MORTIFICADO PELA INCONSEQUÊNCIA DE VIVER A SITUAÇÃO IRRESPONSÁVEL COM QUE GERIMOS NOSSOS DESTINOS .
SINCERAMENTE NÃO VEJO PERSPECTIVA NENHUMA DE NENHUMA MUDANÇA PARA TENTAR AMENIZAR ESTA IRRESPONSABILIDADE TODA IMPOSTA A TODOS NÓS .
OS BANDIDOS QUE DES=ADMINISTRAM ESTE PAÍS QUEREM SOMENTE É APROVEITAR A OPORTUNIDADE COMO SEMPRE E CONTINUAREM ROUBANDO DESCARADAMENTE .
E DÁ=LHE CARNAVAL ; DÁ=LHE FUTEBOL ; DÁ=LHE NOVELAS DA REDE ESGOTO ; QUE PARA A POPULACHA É A MEU VER MAIS IMPORTANTE QUE OS DESASTRES QUE ESTÃO SE AVIZINHANDO CONFORME O NOSSO PREZADO VISIONÁRIO OSSAMI SAKAMORI JÁ VEM BATENDO NA TECLA ; MAS NÃO É OUVIDO .
INFELIZMENTE NOSSO HORIZONTE E NOSSO FIRMAMENTO ESTA COM PÉSSIMA PERSPECTIVA QUE SEJA ALGO MELHOR .
A TEMPESTADE SE APROXIMA E DEVE GERAR PREOCUPAÇÃO PARA TODOS NÓS .!
Parabéns. É uma lástima. No Brasil nem deveríamos ter problema com falta d'água e muito menos com falta de energia. A questão aqui é que o Governo só se preocupa com a situação quando chega no momento crítico como o que estamos vivendo agora. É uma pena.
E eu concordo com tudo que você escreveu. É isso mesmo, a perspectiva é preocupante. E obrigado pela consideração. Bom fim de semana, Heleno.
O Brasil está morrendo...e os brasileiros agonizando. Quando não morrem de sede, morrem de calor, ou deixam a lamparina acesa e colocam fogo na casa....Triste perspectiva, triste fim para um governo sem compromisso com o povo. Mais analfabetos, mais cargos comissionados, menos água, maior o lucro dos mais ricos, menos energia para o povo, nada faltará para quem pode pagar.......descaso com a população que os elegeu, mas eu que não fiz isso, como 51 milhões de brasileiros, pagamos juntos pela ignorância do restante.....Que pena que a nossa Governante é uma IRRESPONSÁVEL IGNORANTE
Postar um comentário