Estamos na reta final da campanha presidencial e as notícias passam batidas sobre diversos aspectos da economia. À partir de hoje, o Banco Central do Brasil vai vender o swap cambial tradicional numa ração diária de US$ 950 milhões.
A venda de swap cambial diária de R$ 950 milhões, corresponde US$ 750 milhões a rolagem de títulos que estão vencendo diariamente acrescido de US$ 200 milhões de nova emissões.
Para o leigo entender o que é o título swap cambial tradicinal devo dizer que é um título cambial "fake". Denomino de título "fake" porque apesar de valor de face ser em dólares, os títulos não tem resgate em dólares. No vencimento, o título é resgatado tomando-se como a base a taxa de fechamento do dólar do dia do vencimento, em real. Na realidade é um título emitido pelo Banco Central, para conter a fuga do dólar do País e também para servir de "hedge" para quem tem compromisso em dólares.
A medida vigora desde junho do ano passado, após o dia fatídico, o "dia do cão" de 31 de maio de 2013. Desde o lançamento do "swap cambial tradicional" em junho do ano passado, o Banco Central vendeu no mercado equivalente a US$ 96,5 bilhões, com os de hoje. Se não fosse o título swap cambial tradicional é bem provável que este volume de dólares tenha saído do País.
Dois pontos a observar. A reserva cambial brasileira era US$ 376,6 b bilhões, ontem. A possível fuga de dólares do País, teria baixado a reserva cambial para US$ 280 bilhões. Explico. O Brasil tem necessidade de manter reserva cambial alta, não porque quer. O mercado financeiro global exige que o País tenha reserva cambial alta para continuar investindo e emprestando. É mais ou menos como a situação do "caloteiro" que para manter liquidez na rolagem dos seus empréstimos no banco, deixa um saldo em conta corrente alto. É exigência de quem empresta.
Só para lembrar que, apesar de governo Lula ter pago o empréstimo a juros subsidiado do FMI em US$ 16 bilhões, o setor público brasileiro deve no mercado internacional algo próximo de US$ 80 bilhões. A equação é mais ou menos assim: o Brasil toma emprestado com juros exorbitantes o dinheiro da própria reserva cambial aplicado a juros de 0,25% ao ano, em títulos do Tesouro americano.
Segundo ponto é de que o swap cambial tradicional não entra no cômputo de dívida interna brasileira, porque os títulos não são emitidos pelo Tesouro Nacional. O swap cambial tradicional, o "fake" do dólar, é emitido pelo Banco Central do Brasil. Nada contra, apenas constatação.
O Banco Central independente defendido pela candidata Marina Silva é um tanto quanto temeroso por motivos aqui expostos. Marina Silva, vai deixar os banqueiros mandarem no Banco Central?
Ossami Sakamori
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