sábado, 25 de janeiro de 2014

Desfalque de R$ 1,2 bilhão no BNB. Dilma nada sabia!

Estadão, ontem.  O Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra o ex-presidente do Banco do Nordeste (BNB) Roberto Smith e mais 10 dirigentes pelo crime de gestão fraudulenta de instituição financeira.    A acusação criminal sustenta que o desfalque nas contas do banco superou a cifra do R$ 1,2 bilhão.    A revelação das operações do BNB culminou na queda de Roberto Smith e de outros dirigentes da instituição em meados de 2011, após revelação pela imprensa. Segundo o procurador, partiu do ex-presidente do BNB "todas as diretrizes para a adulteração dos resultados nos registros contábeis do banco".

Comentário.

A notícia passou batido pela imprensa televisiva.  A Rede Globo que dá destaque às notícias sobre assaltantes de bancos que arrombam os caixas eletrônicos de diversos bancos, são noticiados com grande destaques.  Como sempre, as outras redes de televisão vão atrás da Globo e não noticiam fato como este, elas são pautadas pela Rede Globo.  Por outro lados, o BNB e o próprio governo federal é o maior anunciante de todas redes.  

Eu fiz matéria sobre a falta de seriedade na administração pública no Brasil há poucos dias.  O Brasil não é um país sério.  Independente da discussão sobre a autoria da frase, ela é atual e se encaixa exatamente ao que acontece no Brasil. Senão vejamos.

Se este fato tivesse acontecido na Alemanha ou no Japão, certamente seria escândalo nacional, com forte exposição na mídia e alcançaria a cúpula do poder.  Na Alemanha do Merkel, o presidente foi afastado por ter ocultado o recebimento de uma contribuição para campanha de US$ 1 milhão.  No Japão recente, monarquia, o primeiro ministro caiu porque escondera na declaração eleitoral a mesada de pouco mais de US$ 1 milhão que recebera da própria mãe, dona de um grande conglomerado industrial.  Atente bem na cifra, estamos a falar de menos de R$ 3 milhões!

Bem, se na Alemanha e no Japão, presidente e primeiro-ministro (equivalente a presidente) são afastados por US$ 1 milhão,  dinheiro de cafezinho comparado com as roubalheiras dos gestores públicos brasileiros, no caso R$ 1,2 bilhão, quem vai pagar o pato sozinho é o servidor Roberto Smith.  Bem semelhante ao caso mensalão, os verdadeiros culpados ou chefe da quadrilha, em última análise, a presidente Dilma por ser o chefe maior do Roberto Smith, ficará fora da investigação.  

Lembrei-me de 2 casos semelhantes que aconteceram no passado.  O Banestado, Banco do Estado do Paraná S.A., efetuou empréstimos fraudulentos semelhantes ao descrito na notícia e os diretores da época fizeram falcatruas como descritas na notícia. Os diretores do Banestado foram condenados, mas o verdadeiro mentor e beneficiado, o governador da época Jaime Lerner disse que nada sabia e ficou por isso mesmo.

O outro caso de leniência ou "caso pensado" foi a demanda sobre crédito fiscal da empresa Shell.  A Shell é a mesma do leilão de Libra e da compra sub-faturada dos poços em produção no apagar de luz do ano de 2013.   A referida demanda envolvia crédito fiscal de R$ 1 bilhão.  O servidor da época que nem me lembro o nome, simplesmente "esqueceu" de peticionar a contestação no prazo legal.  A União Federal teve que arcar com o prejuízo, mas ninguém foi responsabilizado, menos o servidor.  O presidente da República era FHC, que nem instado a perguntar foi.  

Ainda o Estadão diz:  Na denúncia, o procurador argumenta que os crimes contra o sistema financeiro cometidos pela cúpula do banco guardam "certa semelhança" com o caso do mensalão. Mas certamente, o ministro da Fazenda Guido Mantega nem tão pouco a presidente Dilma, que assinou o ato de nomeação do Roberto Smith, serão chamado para depor.  Se instado a pronunciar dirão que nada sabiam.  

Ossami Sakamori
@SakaSakamori



Um comentário:

Maria do Rosário Fernandes disse...

Dilma, como seu antecessor e mestre Lula, nunca sabe de nada que não seja arrecadar.
Enquanto isso, o povo paga quase 2 trilhões em impostos pra ter uma vida sofrida!
http://bernardovidal.com.br/?noticia=arrecadacao-de-impostos-atinge-marca-recorde-de-r-17-trilhao-no-brasil