Folha. O Federal Reserve (banco central americano) anunciou nesta quarta-feira
(18) o início da redução dos estímulos econômicos nos EUA. A autoridade
monetária reduziu de US$ 85 bilhões para US$ 75 bilhões o volume de
recursos que injeta mensalmente na economia desde 2009 por meio da
recompra de títulos. A medida vale a partir de janeiro.
Comentário.
O que a equipe econômica da Dilma temia, veio com um mês de antecedência. Esperava-se a retirada do estímulos econômicos nos EEUU, para mais tarde. O que fez com que o FED, Banco Central americano tomasse decisões antecipadas foi o resultado do PIB do terceiro trimestre 3,6%, anualizado.
Ontem, mesmo a presidente Dilma disse que o Brasil estava preparado para as medidas de redução de estímulos da economia americana. Isto é como dizer que o Brasil não está preparado para as medidas anunciadas. O mercado entende, que se o País estivesse preparado não precisaria de declaração nenhuma.
Este blog já comentou aqui a possibilidade das medidas em razão da substituição do Ben Bernanke atual presidente do FED pelo Janet Yellen, um pouco mais cauteloso, em relação à expansão muito rápida. A nova presidente do FED, tem medo de que a expansão muito rápida traga junto a inflação, no que ela de certa forma tem razão.
O anúncio da medida do FED, veio em má hora. O Brasil está apresentando déficit em conta corrente cada vez mais acentuado comparado com os anos anteriores. Com a decisão de fortalecimento do dólar e crescimento sustentável da economia americana, haverá revoada de dólar em direção aos EEUU.
As medidas anunciadas reflete diretamente, aqui no Brasil. Haverá fuga do investimento estrangeiro, provocando a desvalorização do real, em ritmo mais acelerado. O mercado vai ignorar a intervenção do Banco Central via swap cambial tradicional e vai exigir venda efetiva de dólar no mercado à vista ou mesmo a venda futura do dólar efetivo. O mercado não vai mais aceitar o dólar de faz de conta, o swap cambial tradicional.
Como um bom volume de investimento estrangeiro especulativo financia o título do Tesouro Nacional, haverá necessidade de novos aumentos de juros, Selic, para tentar barrar a saída de dólares pagando juros reais maior do que já está hoje. E o Brasil vai afundando cada vez mais, pagando juros reais cada vez mais alto. Tão cedo, o País não deverá deixar o posto de juros mais alto do planeta.
Isto é como círculo vicioso. Desvalorizando o real aumenta os juros e preços dos combustíveis. Aumentando juros e combustíveis aumenta a inflação. Aumentando inflação, aumenta juros e combustíveis. E assim vai. É como o cachorro querendo morder o seu próprio rabo. É um círculo vicioso.
Vamos ver, nos próximos dias, até que ponto as medidas anunciados pelo FED americano vai afetar no câmbio. Dependendo do comportamento, volto aqui para fazer análise dos reflexos das medidas sobre o restante da economia. Por enquanto, vamos ficar na expectativa.
Temo que a equipe econômica da presidente Dilma não tem competência para administrar a nova realidade, já que economia do País está totalmente engessada. Na minha análise, a presidente Dilma deveria ter corrigido o rumo da economia no momento da sua posse, isto dito aqui 300 vezes. Pelo contrário, tornou permanente os programas de emergências do Lula, implementados em 2009, como saída para crise financeira mundial de 2008. Agora, chegou o momento da presidente Dilma pagar a conta dos erros cometidos na formulação da política econômica (sic) do seu governo.
Definitivamente, o Brasil virou um pato manco!
Ossami Sakamori
Nenhum comentário:
Postar um comentário