sexta-feira, 10 de novembro de 2017

É inexorável o aumento do preço de combustíveis.

Crédito da imagem: Dudu Aritana (GO)

O aumento da gasolina está na bomba. O povo de Goiás sabe muito bem disto. Ontem, teve manifestações contra o aumento "abusivo" dos combustíveis na bomba na capital goiana. A imagem enviada pelo jornalista Dudu Aritana de Goiânia "esfrega" na cara dos proprietários de veículos, mais do que os melhores textos que possa produzir. O pior é que atrás do aumento de combustíveis vem os aumentos de produtos de consumo em cascata. A notícia de aumento de combustíveis vem no momento em que o Banco Central anuncia queda da inflação e bonança na área econômica.

Nem é necessário ser especialista para explicar, grosso modo, as oscilações do preço de petróleo no mercado internacional.  A queda ou o aumento, normalmente, vem acompanhado de algum episódio político ou econômico. O preço do petróleo bateu o recorde antes da crise financeira internacional em 2008, o barril "tipo leve" esteve cotado a US$ 140 o barril. Em janeiro de 2016 chegou no fundo do poço, com menor preço dos últimos 12 anos, chegou a ser negociado a R$ 30 o barril. 

Os recentes aumentos decorrem da crescente tensão no Oriente Médio, a briga entre a Arábia Saudita e seus vizinhos. Vamos lembrar que a maior reserva de petróleo encontra-se no Oriente Médio. Os árabes controlam o mercado de petróleo, sobretudo porque tem o custo de produção muito baixo, menos de US$ 10 o barril, enquanto o custo de produção do pré-sal brasileiro custa em média US$ 50, incluído as ladroagens. 

Ontem, o preço de petróleo do tipo Brent, referência do mercado, fechou próximo de US$ 64 o barril. Considerando o  preço dos picos e a média histórica dos últimos 10 anos, é seguro "apostar" que o barril de petróleo deva perseguir o preço de US$ 90 o barril. O preço de petróleo ao nível indicado aqui, favorece a Petrobras que tem seu custo de produção muito alto. No entanto o preço de combustíveis na bomba sofrerá aumento ao redor de 50%, impactando sobremaneira na cadeia produtiva e de consumo. 

Certamente, se o aumento de petróleo chegar na média histórica dos últimos 10 anos, a inflação voltará com vigor. A consequência é a revisão da política monetária do Banco Central. Se o Banco Central continuar seguindo a matriz econômica ortodoxa como vem sendo praticado, a taxa básica de juros Selic terá viés de alta ao invés de viés de baixa como apregoa a ata da última reunião do Copom. 

O aumento de petróleo no mercado internacional impactará imediatamente no bolso do consumidor, completamente vazio, pela situação econômica que atravessa o Brasil.

Ossami Sakamori



2 comentários:

daniel camilo disse...

O petróleo é nosso!!!!!!!!!!!!!!!!! e dá-lhe roubar a Petrobrás. Os sucessivos governos nos roubam e a culpa é da crise mundial. Tempos atás, enquanto outros países reduziam os preços nas bombas de combustível, nós aumentávamos. Estamos pagando a roubalheira que os Partidos Políticos fizeram na Petrobrás, essa é a verdade.

slaresende disse...

Uma análise perfeita Devemos nos lembrar que a PB tem autonomia para tanto
Nos governos do PT tinha as mãos amarradas e quase faliu