O CréditoBarato, está dentro de pacote de medidas que a Dilma vem anunciando há 1 mês, com redução de juros do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, e amplamente divulgado pela imprensa, num repeteco do CréditoFácil do governo Lula em 2009. Com este estímulo de crédito, BC espera a expansão do crédito para algo em torno de 65% do PIB. Para alcançar a meta pretendida, a Dilma vai liberar também o compulsório dos bancos em cerca de 5% ou seja em torno de R$ 18 bilhões dinheiro que vai ser despejado direto no mercado, nos próximos 3 meses. Lá vai o Red Bull direto na veia do povo! A dúvida que este bloguista tem é se o povo está disposto a se endividar ainda mais, o índice de inadimplência cada vez mais alto vem a mostrar o contrário.
O que me preocupa mais é o terceiro componente, que é o DólarCaro. Como disse o diretor do BC, Carlos Hamilton Araújo, tem preocupado o Banco Central. O Banco Central, na tentativa de segurar o dólar despejou no mercado, somente ontem, US$ 2,18 bilhões em Swap Cambial Reverso para vencimentos em até 90 dias. Um artifício que o BC utiliza para não queimar a Reserva Cambial, o nosso saldo médio. O mesmo diretor disse que BC não tem compromisso com a taxa de câmbio (sic). Para bom entendedor, significa que BC não vai queimar Reserva Cambial pelo menos no patamar da cotação atual. Significa que vai continuar vendendo Swap Cambial, para aliviar pressão de compra da moeda americana. Explico para quem não é do mercado financeiro que o Swap Cambial Reverso é um derivativo do câmbio. O excesso de oferta deste derivativo, pode estar solucionando o problema da cotação do dólar aogra, mas por outro lado pode estar criando um "monstro" que vai cobrar o seu preço lá na frente. Cuidado com o excesso do Swap Cambial, Tombini!
O fato é que qualquer tentativa de estabelecer análise da conjuntura futura do mercado financeiro é pura especulação. A variável está nas mãos dos eleitores gregos, que só vai votar mesmo no dia 17 de junho próximo futuro. De qualquer forma, o temor é de que o candidato da oposição ao atual governo, que assinou o compromisso de repactuação da dívida grega, não dê continuidade aos compromissos assumidos pelo governo anterior. Poderá vir um calote? Para mercado financeiro, este interregno de tempo é demasiadamente longo. E não tem como abreviar. Terreno fértil para especulação. Haja coração para aguentar os próximos 25 dias!
Enquanto no "front" interno, o dólar está na situação de estar procurando o patamar de equilíbrio. Lembrando que o dólar corrigido pela inflação oficial do Brasil e dos EEUU, desde o início do Plano Real deveria ser de R$2,40. Mas ninguém sabe se o mercado vai se acomodar neste patamar. Este bloguista quer acreditar nisso, porque o dólar ajustado utilizando-se outros índices de inflação como IGPM, a cotação vai para muito acima do R$2,40. Nem vou apresentar este número, para não me taxarem de pregador de "apocalipse now". Eu vinha defendendo o ajustamento do dólar no patamar de R$2,40 em matérias anteriores, sempre observando que o ajustamento devesse ser feito em horizonte de 12 meses, para não causar distorções piores do que o anterior. Parece contradição, mas não é.
Um possível cenário é aquele que o estímulo ao CréditoFácil e CréditoBarato e flexibilização do depósito compulsório, não produza o efeito desejado e continue a economia com ligeria retração. Esta situação, aliado ao fato da apreciação do dólar, vai se instalar a situação que já foi mencionado por mim, anteriormente, a terrível "estagflação". Resumindo, nunca estivemos tão dependente do humor do povo grego como agora!
Nessa incerteza, melhor mesmo é ficar na moita. Vamos ficar quietos, esperando o que vai acontecer. Digo para os meus seguidores do twitter e digo aqui, fiquem na posição "Stand by" ou na posição de Sinal Amarelo!
Ossami Sakamori, 67, engenheiro civil, foi prof. da UFPR.
Twitter: @sakamori10
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