Pelo segundo mês seguido, o Brasil não figura mais no topo da lista dos
países com os maiores juros reais (taxa que desconta a inflação),
posição que ocupou de janeiro de 2010 até março deste ano. Agora, a
Rússia assumiu a liderança do ranking com juros reais de 4,3%, enquanto o
Brasil ocupa a terceira posição com de 2,8%. O segundo lugar ficou com a
China, com 3,1%.Fonte: Folha.
Na lista dos países avaliados, mais da metade dos países citados, 22 no
total, registram juro real negativo. Tanto que a taxa média geral dos 40
países analisados ficou em (-) 0,5% aa.Os dados dos juros reais são de um ranking elaborado pela corretora
Cruzeiro do Sul/Apregoa, com 40 das maiores economias do planeta. Da
taxa básica, foi descontada a inflação projetada para os próximos 12
meses.Fonte: Folha.
Diante da análise feita pela corretora Apregoa, a minha afirmação de que a taxa básica de juros SELIC pode cair para 6,5% aa permanece mais viva do que nunca. O Brasil economizaria cerca de R$ 40 bilhões em pagamento de juros em títulos do Tesouro. O cenário econômico é perfeito para estabelecer como meta preconizada por mim. Justifico o número. O Banco Central do Brasil trabalha com meta de inflação de 4,5%, sendo que piso de 2,5% e teto de 6,5%. Praticando uma taxa Selic de 6,5% estaria com juros nem negativo e nem positivo, ainda assim acima da média mundial que é de (-) 0,5%, porém concincidente com o teto da meta de inflação.
O Tesouro praticando juros de captação dos seus títulos a 6,5% diminuiria a transferência líquida de renda dos contribuintes para com os mais ricos, beneficiários dos empréstimos do BNDES. Explico, o Tesouro capta a 6,5%, repassa ao BNDES e este empresta a taxa TJLP de 6,0% para alguns poucos empresários. O subsídio cairia para 0,5% aa. Só para entenderem, constam como os maiores beneficiários dos programas do BNDES, as empresas do Eike Batista, JBS do Henrique Meirelles e por aí vai.
Já chamei atenção nas matérias anteriores, de que para chegar na taxa de juros Selic em 6,5%, tem que remover óbice da taxação de impostos sobre os títulos do governo, que diga-se de passagem já são isentos para especuladores estrangeiros. Coisa de louco, esse negócio de cobrar impostos sobre o dinheiro que o próprio governo capta no mercado. Como samba de crioulo doido! Funciona mais ou menos assim: eu Tesouro pago juros acrescidos de impostos, mas depois você me devolve os impostos que adicionei nos juros.
Presidente Dilma, já que a Senhora está querendo mesmo rasgar a fantasia, vá fundo e determine a sua equipe econômica seguir os meus pensamentos. Aliás, ultimamente, a Senhora tem acompanhado a minha cartilha. Deixar que o mercado realinhe o dólar no patamar próximo do real, saindo do artificialismo do câmbio do Lula é um bom exemplo. Espero, que continue a trajetória, porque isto é só um cafezinho por enquanto.
Viu, presidente Dilma? A Senhora, deveria ter tomado todas essas medidas no 1º dia do seu governo. Hoje, não estaria o Brasil na corda bamba, com crise européia. Não precisaria, desnecessariamente, xingado a Merkel de canibal, na ocasião. Que falta de elegância, presidente! Posso concordar com quase tudo, mas não concordo é com roubalheira do seu governo, mesmo diante das atitudes positivas.
Ossami Sakamori, 67, engenheiro civil, foi prof.da UFPR.
Twitter: @sakamori10
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