O dia 31 de março de 1964, não foi dia de comemoração. Lembro-me, exército subindo e descendo pelo Brasil a fora. Só não houve confronto entres os Comandos das Regiões Militares, sei lá, por sorte do destino. Se não fosse, teria acontecido, derramamento de sangue. Irmãos matando irmãos. Eu nem tinha consciência do que estava acontecendo. Acabara de passar no vestibular da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Paraná.
A imprensa dizia que a intervenção militar era necessária porque o comunismo estava prestes a se instalar no país. Belo discurso à época. Os militares foram apoiados por governo dos Estados Unidos da América. O Brasil fazia parte do quintal americano, na divisão do resultado da II Guerra Mundial entre EEUU e Rússia.
Os anos se passaram e aparentemente o país viveu em ordem, aparentemente. Após edição do Ato Institucional nº 5, os direitos fundamentais do cidadão brasileiro foram jogados no lixo. Apareceram, então, os movimentos de "esquerda" como diziam à época. Esquerda, porque pela denominação do parlamento francês, esquerda significa contra o governo. Houve excessos de ambas partes, do lado pelos militares e do lado dos militantes da "esquerda".
Resumindo, os militantes que já estavam em prisão nos porões da DOPS receberam asilos políticos em diversos países, em troca da libertação do embaixador dos EEUU então sequestrado pelos militantes. Tem muitos e muitos detalhes, que nem é objetivo deste blog comentar.
Enfim, veio a anistia e a democracia não tardou a retornar. Mas, levou 20 anos para que isto viesse acontecer. Veio a Constituinte de 1988 e desde então, vivemos em estado de liberdade democrática, teoricamente.
Volta e meia, tem a tentativa de cercear a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão, enfim, toda forma de escravizar a população brasileira sob jugo do poder executivo, através de diversas formas de benefícios eleitoreiros. Os loteamentos de cargos públicos pelos militantes da antiga "esquerda" hoje na posição de "direita" querem impor uma forma sutil de "ditadura". Tão condenável, quanto a ditadura militar.
Isto tudo, mesmo que esteja acontecendo, a ditadura dos militantes (sic meu) não justifica nenhuma medida anti-antidemocrática como a volta da ditadura militar. A Constituição de 1988, garante instituições que, em tese, deveriam funcionar para equilibrar as forças políticas do país. Não vamos, instigar a volta da ditadura que tanto combatemos à época. Nem vamos, incentivar que a ditadura dos militantes se perpetuem no poder.
Dentro do princípio que rege a nossa Carta Magna, no seu Artigo 5º, é permitido comentário sobre a matéria posta acima. Mesmo discordantes, os comentários não serão deletados.
Ossami Sakamori, 67, engenheiro civil, foi professor da UFPR, cidadão comum.
Atende pela rede social twitter : @sakamori10
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