Trezentos e dezenove anos, 434 quilômetros quadrados, 75 bairros com
quase um 1,8 milhão de habitantes. A maior cidade do Sul do Brasil tem
diversos monumentos históricos e modernos de onde é possível vê-la em
variados ângulos. Cada pessoa tem um ponto de vista diferente, de acordo
com a profissão, características pessoais ou com o lugar onde está. Fonte: Gazeta do Povo, o jornal impresso mais lido da Capital paranaense.
Nem diferente poderia ser. Vou contar em breves palavras como vejo a minha cidade Curitiba.
Como a maioria de habitantes desta cidade, eu vim morar em Curitiba, com 17 anos. Vim do interior, Wenceslau Braz, estudar 2º Grau em Curitiba. Não pude me matricular no Colégio Estadual do Paraná, instituição pública estadual de primeira, que fica situado em frente a CEU, Casa do Estudante Universitário, administrada pelos estudantes com recursos do estado do Paraná. Então, fui estudar no Colégio Bom Jesus, mantido pelos padres franciscanos, também uma instituição exemplar da capital.
Isto foi em 1961. Vim de trem, porque não tinha estrada asfaltada para o interior do Paraná. Os poucos 350 Km que separa a cidade donde vim até Curitiba, de trem, levava 13 horas de viagem. Chegando aqui, encontrei uma cidade com população de aproximadamente 400 mil habitantes. Lembro-me da cidade úmida, chuvosa, serração de manhã, frio para danar. Fui morar na Rua Dr. Muricy, próximo da praça Tiradentes, marco zero de Curitiba. Onde fica também a centenária Catedral de Curitiba. Morava numa pensão da família Noda, japonês de origem. Na esquina, fica o hoje hotel Bourbom. Em frente ficava e fica a Biblioteca Pública do Paraná, mantido pelo governo do Estado. A duas quadras ficava e fica a ainda famosa Boca Maldita, apelido dada a um trecho da Rua das Flores, onde se reuniam políticos que iam tomar café aos sábados e domingos para falar mal dos outros.
Fiz faculdade na Escola de Engenharia da Universidade Federal do Paraná, que ficava no meio de um campo, longe da cidade, hoje Bairro Jardim das Américas. Pegava ônibus próprio da Universidade, em frente ao já famoso Teatro Guaíra, que fica na Praça Santos Andrade. Fazendo frente à Praça, fica também o prédio da universidade, a mais antiga do Brasil, a Universidade Federal do Paraná, fundada em 1912. Aproveitando e completando a geografia, na lateral do prédio da Universidade, fica o prédio velho dos Correios e na esquina oposta a Associação Comercial do Paraná.
Formado em engenharia, fui montar minha própria construtora na Rua Comendador Araújo, no bairro do Batel. Anos depois mudei meu escritório para o edifício Everest na mesma rua e posteriormente para Praça General Osório, mais conhecido como Praça Osório. Ah lembra da rua da Boca Maldita que já fiz referência? Pois, esta dá de frente para a Praça Osório. Para entender, Praça Osório, fica próximo do terminal de transporte que ocupa praticamente toda Praça Rui Barbosa.
Casei-me e fui morar no Bairro Água Verde, próximo da rua do Expresso, o nome que damos ao transporte coletivo que trafega pelas canaletas exclusivas. Só para entender, o Expresso tem 5 linhas que saem do terminal do centro. São elas: Linha norte, linha sul, linha leste, linha oeste e linha Boqueirão. Tive 3 filhos, uma menina e dois meninos. Todos já formados nas faculdades em Curitiba. Eles nem pensam em sair de Curitiba. São verdadeiros curitibocas, como chamo àquelas pessoas que amam e adoram a cidade.
A cidade teve sorte de ter os administradores públicos, no verdadeiro sentido da palavra. Todos os prefeitos que a cidade teve, teve ousadia de manter o Plano Diretor da cidade e melhorá-lo no que fosse possível. Errou quem pensou que o Plano Diretor da cidade foi elaborado pelo Jaime Lerner, não foi. Justiça seja feita, foi mandado fazer pelo então prefeito engenheiro Ivo Arzua, elaborado por um urbanista paulistano. Creio, a continuidade do plano e obras pelos sucessivos prefeitos, talvez, seja a marca ímpar da cidade de Curitiba.
Para quem vem de fora, tem a torre da Telepar como é conhecida, de propriedade da Oi, do mirante construido no topo donde pode apreciar a imensidão da cidade. No roteiro turístico tem o Parque Barigui, o jardim Botânico, o Parque Tanguá, o teatro Ópera do Arame, Museu Oscar Niemayer, entre outras atrações. O roteiro poderá ser feito pelo ônibus turismo do transporte coletivo de Curitiba, feito em 2 andares, sendo o 2º andar descoberto.
Curitiba é a 4ª capital que mais consome no Brasil, atrás de Brasília, São Paulo e Rio. Tem shopping nos principais bairros. Bares e restaurantes nem se fala. Come-se e bebe-se, a preços relativamente baratos se considerar padrão Sampa ou Rio. O povo daqui não tem costume de ficar até altas horas da noite, porque a temperatura à noite e de madrugada cai muito. Curibanos ou curitibocas são caseiros.
Se deixar curitibano falar da sua cidade, vai ficar falando dia inteiro. Então, vou parando por aqui. Deixar para os leitores um pouco de curiosidade, para que venham visitar a nossa cidade.
Parabéns Curitiba!
Ossami Sakamori, 67, engenheiro civil, foi professor da UFPR, curitibano de coração.
Atende pela rede social twitter: @sakamori10
Um comentário:
Parabéns Curitiba... e parabéns a vc pelo post.
Linda, linda cidade.
A primeira vez que a visitei, (Há 27 anos) fiquei encantada. Então disse a mim... Vou morar aqui.rsrs.
Um ano depois, cá estava eu, e minhas 3 filhas.(Duas delas formadas pela UFPR)
Abraços.
Dil.
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