A presidente usa o mesmo método do seu antecessor Luís Inácio Lula da Silva, frase de efeito, difícil de um leigo entender. Vamos tentar explicar aos meus leitores. Vamos completar o raciocínio dela com as novas declarações dela.
A presidente Dilma Rousseff disparou na manhã desta segunda-feira novas
críticas à política monetária de países desenvolvidos, que segundo
números do Banco de Compensações Internacionais (BIS) despejaram US$ 8,8
trilhões em liquidez na economia mundial desde o início da crise. Fonte : G Economia.
O tom das reclamações do Brasil cresceu desde a última semana, quando o
Banco Central Europeu (BCE) ofereceu mais 530 bilhões de euros em linhas
de empréstimo subvencionadas - com juros de 1% e prazo de três anos
para pagar. Nos últimos três meses, o total injetado no sistema
financeiro da zona do euro pela autoridade monetária chega a 1 trilhão
de euros. Fonte: iG Economia.
Primeiro de tudo, se em 2008, os EEUU e a União Européia não tivessem saído em socorro aos bancos americanos e europeus por conta da crise de crédito imobiliário, todos os países do mundo estariam hoje quebrados, inclusive o Brasil.
Que existe bolha, tudo mundo sabe. A bolha vem crescendo sobretudo à partir do término da II Guerra Mundial. O Brasil etá dentro da mesma bolha que é mercado financeiro global, não tem como não estar. O número apontado pela Dilma, parece de outro mundo, mas não é, corresponde a aproximadamente 60% do PIB americano. Sejamos realistas.
Segunda reclamação da presidente é referente à ajuda do BCE de E$ 1 trilhão no sistema bancário, para evitar quebras de bancos europeus, em decorrência das sucessivas crises que começou na Irlanda, passou pelo Portugal e agora na Grécia. E ainda tem crise esperando, na Itália e Espanha.
Num acordo global, os bancos tiveram que dar desconto de 50% na dívida grega, levando prejuízo enorme. Se não fossem os bancos socorridos, teriam o sistema bancário europeu quebrado! Imagine, comparativamente, se os maiores bancos brasileiros quebrassem, o que seria do Brasil? Põe-se no lugar da Angela Merkel e Nicolas Sarkozy. Tem um ditado no Brasil que encaixa bem à situação: pimenta no anus do outro não arde no nosso!
Dilma compara injeção de liquidez à barreira tarifária.
Ela Dilma, imagina que aqueles Euros passados para os bancos para cobrir o rombo da Grécia e outros, sejam utilizados para especulação nos países emergentes, especialmente no Brasil. Vejam, o dinheiro colocado no sistema foi para cobrir o rombo, como aquele que o governo colocou para cobrir o rombo do Panamericano. Pergunto, apesar de governo injetar R$ 4 bilhões no Panamericano, o banco está nadando em dinheiro?
Dilma quis dizer que entrando muito dinheiro no Brasil, vai valorizar o Real ainda mais e vai criar dificuldade para exportações de produtos brasileiro no exterior, como se fosse uma barreira alfandegária artificial.
Então, presidente Dilma, ao invés de ficar criticando a Angela Merkel, intrometer o bico no quintal alheio, que tal a Sra. resolver o nosso problema interno, de uma vez por toda? A entrada maciça de Dólares, já vinha acontecendo, há mais de 90 dias, insistentemente alertado por este bloguista no seu microblog Twitter @SakaBrasil e há alguns dias neste blog.
A maior parte da entrada de Dólares se refere ao Investimento Estrangeiro Direto (IED), dinheiro bom para construção de fábricas no país, nada a ver com o dinheirama que a presidente está a referir. Agora, segurar a entrada de dinheiro da especulação, é muito simples, basta deixar de pagar os juros SELIC mais alta do planeta! Ao invés de meter o bico na cozinha alheia, por que não fazemos o dever de casa?
O Brasil está como aquela prostituta que fica rodando bolsinha na esquina e quando aparece o cliente grita que é estuprador!
O Brasil está como aquela prostituta que fica rodando bolsinha na esquina e quando aparece o cliente grita que é estuprador!
É aquela velha tática, de jogar culpa nos outros, para desviar atenção da própria mazela. Velhos bordões, de culpar os países desenvolvidos como EEUU, Japão e Europa. Pensa que os indianos, chineses e russos estão preocupados com entrada maciça de Dólares? Eles tão dizendo, em uníssono: Obrigado, Angela Merkel !
Ossami Sakamori, 67, engenheiro civil, foi professor da UFPR. Atende pelo Twitter : @Sakamori10
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