terça-feira, 27 de novembro de 2012

DILMA. ADMINISTRAÇÃO ESTRAMBÓTICA


Estamos chegando no final do ano de 2012, exatamente no meio do mandato da presidente Dilma.  Já podemos fazer avaliações técnicas sobre sua administração, destes últimos 2 anos.  Independente de que cada um possa fazer o seu juízo de valores, vou elencar algumas das conquistas, das pendências e dos erros cometidos pela equipe que compõe a administração petista.

 1. Corrupção 1.  Corrupção come solto na administração federal, comandada pela Dilma, muito mais do que na administração Lula de 2002 a 2010.  A eleição dela própria e de alguns dos governadores da base aliada terminaram exitosas, sobretudo, em função do apoio financeiro proveniente do Caixa 2 das obras do DNIT, licitadas e pagas em 2010.  

2. Corrupção 2. Foram demitidos 9 ministros com suspeita de corrupção, no entanto, nenhuma providência fora tomada para aprofundar nas investigações.  A norma da administração Dilma, neste campo, é apenas demitir das funções públicas os malfeitores.  Faxina da presidente Dilma é varrer para debaixo de tapetes, nada mais.  Não se preocupa em buscar o dinheiro desviado, nem colocar em cadéia os agentes públicos envolvidos.

3. Improbidade administrativa. O mais recente episódio envolvendo chefe da representação da presidência da República em São Paulo, bem como o envolvimento do adjunto imediato do chefe da Advocacia Geral da União mostra que a improbidade administrativa acontece nas antes-salas do gabinete da presidente da República, tal qual acontecia na gestão do seu antecessor, o presidente Lula.

4. Câmbio.  Dilma como seu antecessor Lula, continua a trabalhar com o câmbio apreciado.  Maioria dos institutos de estudos econômicos aponta a apreciação do real perante o dólar entre 15% a 20%. O principal concorrente, a China, trabalha com o câmbio depreciado em cerca de 20%, portanto o efeito dos produtos importados daquele país se torna dobrado a desfavor do Brasil.  Enxergo nisso, como o principal erro sistémico da política econômica do governo petista.  Tudo para deixar o povo viver no mundo de fantasia.  

5. Taxa Selic.  A taxa básica de juros que o BC trabalha, mesmo ao nível de 7,25% ao ano, ainda é alta, comparativamente a outros países desenvolvidos do mundo.  O Brasil, ainda está entre os 5 países que paga as mais alta taxa de juros para financiamento das suas dívidas internas.  Para agravar ainda mais a situação brasileira, o governo optou por manter Reserva Cambial muito alta.  As nossas Reservas beiram os US$ 400 bilhões, sendo que cerca destas, 50% é aplicado em títulos do Tesouro americano recebendo remuneração de 0,25% ao ano.

6. Bolsa Empresário.  O Tesouro subsidia o BNDES com o dinheiro tomado à taxa Selic, quase R$ 400 bilhões, aos investimentos produtivos, emprestando aos empresários beneficiário com à base da taxa TJLP ou menor.  Os 70% do volume de empréstimos são destinados às mega empresas, brasileiras ou transnacionais.  O restante 30% são pulverizados em mais de 65.000 empresas de pequeno porte.  Dilma imita o Robin Hood, ao avesso.

7.  Impostos.  Os impostos no Brasil, são as mais altas do mundo, comparado com os dos países nórdicos, onde o Estado dá proteção social, de verdade.  Isto onera o custo dos produtos industrializados, tornando os produtos brasileiros incompetitivos no exterior e no Brasil.   Somado ao efeito causado pela apreciação do real, o gravame dos impostos tornam efeitos devastadores.  Criamos empregos na China, em resumo.  

8. Infraestrutura.  O setor elétrico vinha merecendo atenção dos sucessivos governos no Brasil, no entanto, o viés pode mudar com as recentes medidas de redução tarifária, feitas à toque de caixa.  
   O mega projeto trem bala Rio - São Paulo é exemplo de projeto megalomaníaco, que afronta a total carência e de sucateamento do transporte ferroviário no Brasil.  
   As rodovias são mal conservados, observados de norte a sul, e encarecem os produtos brasileiros, tanto para mercado interno como para exportações.  As construções de rodovias, viraram apenas como fontes importantes de Caixa 2 para os agentes públicos responsáveis.

9. Petrobras.  A Companhia está sendo sucateado, obedecendo a política monetária equivocada da Dilma, servindo de instrumento para conter a inflação.  A Companhia está compelido a vender os ativos filé mignon, no Golfo do México, para investir no seu maior projeto de exploração que é o pré-sal.  Ao abandonar a política salutar, como fazem todas companhias do mundo, de praticar preço de "paridade" com o preço do commodity, a Dilma optou em sucatear a Petroibras, construída com suor de todos brasileiros durante 6 décadas adotando uma gambiarra chamada preço de "convergência".  Com tudo isto, hoje, a Petrobras vale metado do que valia em 2007.  

10. Eletrobras. O sistema elétrico estava trabalhando num ambiente interessante aos investidores institucionais e ou domésticos.  O sistema elétrico, com exceções de alguns apagões, vinha investindo e trabalhando com eficiência.  Isto, até a recente medida anunciada pela Dilma de redução tarifária.  Tudo feito de maneira estrambótica.  A própria Eletrobras que responde por 67% de geração de eletricidade do Brasil, foi pego no contra-pé.  Em poucos dias, a Eletrobras que, também, foi erguida com vários empréstimos compulsórios tomado junto aos consumidores,  hoje vale grosso modo 1/3 do valor de 2007.  A Dilma impôs condições para as concessionárias, mas nada fez para reduzir os impostos, que corresponde a 45% do valor da tarifa. Dilma, costuma trabalhar com chapéu alheio. 

11. Educação. Saúde e Segurança Pública.  Nada mudou nos 2 anos de adminitração Dilma.  Os setores essenciais à população, continuam merecendo da Dilma, como as últimas prioridades.  Sobre os temas, nem é preciso comentar aqui, porque os meios de comunicação vem monstarando "ao vivo", todos os dias, tanto que o povo já perdeu a noção de referência do que é certo ou do que é errado.  Nestes 3 segmentos da vida cotidiana, existem envolvimento de 3 esferas do poder, portanto a responsabilidade não recai somente à administração federal, no entanto, esta nada faz para mudar o cenário.

12. Em tudo isto, há ausência do Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para orientar esta e as futuras gerações.  O que existe é um PPA que não é seguido.  Existe também colchas de retalhos com o nome pomposo de PAC, que Lula associou à presidente Dilma, para emplacar eleição dela como presidente da República.  É um verdadeiro PAC que pariu !

Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT.  Twitter: @sakamori12   

2 comentários:

Fernando disse...

Saka,
Está quase perfeito. Eu apenas acrescentaria os retrocessos ambientais recordes, feitos somente pelos grandes agropecuários (dando tiro no pé, pois vai matar a capacidade futura de produzir), e que a gerentona pousou como conciliadora.

Cadinho RoCo disse...

Em outras palavras vivemos num total desgoverno neste Brasil que assim não dá conta de ser feliz.
Cadinho RoCo