Amazônia é nossa! Perito Judicial Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Foi professor da Escola de Engenharia da UFPR. Macroeconomia e política.
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
CPMI DO CACHOEIRA. ENTERRADO POR ORDEM DA DILMA E DO LULA
Os parlamentares enterraram a CPMI do Cachoeira, infelizmente. O deputado Odair Cunha, apresenta o relatório da CPMI, sugerindo investigação de 45 pessoas, segundo imprensa, alguns políticos e pessoas ligadas ao esquema Carlinho Cachoeira. Nem vem ao caso, citar aqui nomes de pessoas que sequer foram ouvidos, umas com o HC do Supremo outras pela não aprovação da convocação pelo plenário da CPMI. Todas pessoas que não são os verdadeiros núcleos do desvio de dinheiro público via Caixa 2.
Não tem como distinguir aqui os responsáveis pela transformação da CPMI do Cachoeira em verdadeira sessão de pastelão. O que se viu foi uma verdadeira tentativa dos membros da CPMI de se apresentarem perante os seus eleitores como os paladinos da moralidade. Enfim, eles, parlamentares conseguiram os seus objetivos, eles ficaram expostos à mídia durante os 6 meses do funcionamento da CPMI. Não dá para acusar somente o partido da situação pelo insucesso da CPMI, pois os próprios membros que compõe a oposição não fizeram muita questão em elucidar os verdadeiros mentores e culpados do processo de desvio do dinheiro público em forma de Caixa 2.
O objetivo do presidente Lula, no entanto, foi alcançado. A CPMI do Cachoeira, colocou em foco, a suposta ligação do governador Marconi Perillo ao Carlos Ramos, vulgo Carlinhos Cachoeira. O Lula devolveu troco ao seu desafeto Marconi Perillo em contraponto à tentativa deste de fazer ligação do primeiro para com o processo mensalão. Lula, nem foi citado no processo mensalão, mas o Marconi Perillo saiu muito chamuscado da CPMI do Cachoeira. O resultado é que ele foi o único que pagou o pato, como queria o Lula.
Quando a CPMI chegou no Fernando Cavendish da Construtora Delta, parou parando. No momento que chegou nas mãos da CPMI a movimentação financeira do dinheiro não contabilizado, o Caixa 2, num montante astronômico de R$ 450 milhões, em sua maior parte lavado pelo esquema Carlinhos Cachoeira, Dilma mandou sinal para os seus aliados a inconveniência em prosseguir com a CPMI. Aliás, a presidente Dilma, desde início foi contra a instalação da CPMI do Cachoeira. Ela tem informações precisas e seguras do rastro do Caixa 2 da Construtora Delta, que aparentemente liga ao governador Sérgio Cabral, mas com ramificações no financiamento à sua própria campanha presidencial de 2010.
A Construtora Delta identificado como principal financiador da campanha do governador Sérgio Cabral, faz parte de um esquema maior da campanha presidencial de 2010. E disso a presidente Dilma sabe, pois ela fora uma peça fundamental no esquema da sua própria eleição, participando como membro do governo Lula, na condição de ministro chefe da Casa Civil. Curiosamente, o José Dirceu, condenado a 10 anos e 10 meses de reclusão, funcionou como chefe da quadrilha de uma das maiores esquema de utilização do Caixa 2 era também o chefe da Casa Civil do Lula.
A CPMI parou porque, no aprofundamento das investigações fatalmente os rastros levariam à porta do Palácio do Planalto.
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT, residente em Curitiba. Twitter: @sakamori12
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Um comentário:
Por enquanto a única coisa que se tem contra Sérgio Cabral é sua amizade com Cavendish, e isso não quer dizer nada.
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