Amazônia é nossa! Perito Judicial Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Foi professor da Escola de Engenharia da UFPR. Macroeconomia e política.
sábado, 3 de novembro de 2012
MARCOS VALÉRIO É APENAS CORTINA DE FUMAÇA
Chega de falar em Marcos Valério. Todos já sabemos que ele foi o principal operador do mensalão. Os ministros já votaram pela condenação do réu Marcos Valério em 40 anos de prisão. Marcos Valério serve agora como cortina de fumaça para esconder realmente o que se passou com os desvios de cerca de R$ 150 milhões. Quem sabe da história verdadeira é a Kátia Rabello, dona do Banco Rural, também condenada no processo mensalão.
Kátia Rabello utilizou o Banco Rural de sua propriedade como lavanderia de dinheiro que correspondia a participação do Banco do Brasil na Visanet. Fez empréstimo simulado ao Partido dos Trabalhadores, numa verdadeira lavagem de dinheiro e evasão de divisas de recursos recebidos pelo Partido dos Trabalhadores. Isto tudo, nos bons tempos tinha o nome de "dólar cabo". Banco Rural não cobra dívida, fictícia, porque já recebeu nos paraísos fiscais em contas secretas da beneficiária Kátia Abreu. Além de tudo, Banco Rural, contabilizou como prejuízo os empréstimos não honrados pelo partido do Lula, obedecendo normas do Banco Central.
É balela dizer que o Marcos Valério tem informações não reveladas até aqui. Só mesmo José Dirceu e Kátia Abreu sabem do esquema. Ambos levarão as informações para o túmulo. Ninguém é bobo para aumentar ainda mais as penas já recebidas abrindo o bico. Marcos Valério faz o mesmo papel do Delúbio Soares, o de desviar atenção dos principais atores da operação denominada de mensalão. O único que pode, em querendo, envolver o Lula é o próprio José Dirceu. Isto ele, José Dirceu, não fará. O resto é pura conversa.
A imprensa, ao contrário do que se imagina, pode estar sendo usado para colocar cortina de fumaça para esconder os verdadeiros motivos e atores do processo mensalão. O que foi julgado no mensalão é apenas parte da operação propriamente dita. Os rastros do dinheiro desviado, parte utilizado em compra de votos, nunca serão revelados. Assim como a morte do Celso Daniel nunca será elucidado. Não sejamos tolos de acreditar que com o julgamento do mensalão, o País passou à limpo a "segunda" maior história de corrupção que o assistimos. Verdade é que o STF fez o que podia ter feito. Mas, o dinheiro desviado simplesmente "evaporou". Nunca mais, o dinheiro desviado retornará aos cofres públicos.
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT. Twitter: @sakamori10
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