Sem pretensões de ser o dono da verdade, coloco minha opinião como um dos estudiosos em macroeconomia, matéria extremamente complexa, apesar de fundamentos da macroeconomia ser de compreensão singela para quem possui formação em ciências exatas, como este que os escreve. Há uma confusão generalizada sobre economia global, sobretudo nos tempos em que as maiores economias do mundo, englobando Estados Unidos, China, União Europeia e Reino Unido e os países periféricos, se encontrarem na encruzilhada da crise econômica global.
A crise econômica decorrente do rescaldo da pandemia Covid-19 e também, sobretudo, em consequência do bloqueio econômico imposto pelo mundo ocidental para com a Rússia, com justificativa no conflito entre Ucrânia e Rússia. A imposição do BIS - Banco Central dos Bancos Centrais do mundo, no sistema de "compensação financeira", o SWIFT bancário, para com os bancos russos, sobretudo ao Banco Central russo, como um castigo para o presidente Putin, acabou sendo um "tiro no pé" para com os europeus, denunciado por mim na matéria deste blog no dia 26 de fevereiro, 2 dias após, o início do conflito Ucrânia x Rússia.
O mundo ocidental, já viu e sentiu as crises piores do que a do Ucrânia x Rússia, tais como a do Vietnam, Iraque e do Afeganistão, sem que produzisse uma crise econômica global generalizada. Isto quer dizer que a causa da crise econômica global não decorre apenas do conflito Ucrânia x Rússia, na sua essência. O BIS, o Banco Central dos Bancos Centrais, impôs o bloqueio dos bancos russos ao sistema de compensação internacional, em dólares, de todas transações comerciais e de conta corrente mundial, desde a Convenção do Bretton Wood em julho de 1944, ao término da II Guerra Mundial, onde os Estados Unidos saíram-se vencedores.
Convencionou-se, que a partir daquela data, todas transações comerciais e de conta corrente (capital, juros, fretes, royalties) seriam feitas em "dólar americano". À época, o dólar americano estava lastreado em ouro equivalente. Em 1971, presidente americano Rixard Nixon, excluiu a garantia do dólar americano em ouro equivalente. O dólar americano, apesar de perdido o lastro equivalente em ouro, continuou sendo moeda referência para todas transações internacionais financeiras e comerciais.
No contexto global, a China, que é a segunda maior economia do mundo, pretende ou pretendia criar uma moeda alternativa, já que possui uma reserva cambial próximo de US$ 3 trilhões. Mesmo reunindo os países do BRICS, bloco comercial que compõe China, Índia, Rússia, Brasil e África do Sul, não será viável criar uma nova moeda com conversibilidade internacional, pelo menos nos próximos anos, porque a referência do dólar americano, US$, está mais do que disseminado no mercado global de comércio e de conta corrente.
Há uma expectativa generalizada sobre a criação de uma nova moeda digital, ainda sem denominação, equivocadamente creditado aos chineses. Isto não é verdade. A moeda digital está em estudo no âmbito do BIS - Banco Central dos Bancos Centrais do mundo, que permitirá conversão ao lado do dólar americano. A nova moeda digital deverá ser implementada nos próximos 2 ou 3 anos, ainda sem denominação do nome a ser batizado. A criação da moeda digital mundial, certamente, será uma nova fase da economia global. Mas... Vamos de passos em passos, até que BIS, o Banco Central dos Bancos Centrais, oficialize a nova moeda, além do dólar americano. Todo isto está servindo para especulação e uma boa conversa de botequim, no final do dia.
Em resumo, a nova moeda, a digital, conversível no mercado financeiro, com respaldo do BIS, o Banco Central dos Bancos Centrais do mundo, por hora, está apenas do terreno de especulações.
Ossami Sakamori
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