Nos programas dos candidatos ao posto de Presidente da República, há uma discussão sobre qual será a matriz econômica que os candidatos estarão a seguir, se será a matriz econômica liberal ou economia socialista, nas suas mais diversas graduações, a critério que quem quer dar nome ao regime de economia, sobretudo diante das disputas políticas como que ocorrem no período que antecede à eleição presidencial, no próximo dia 30. Vamos, lá, entender o que se trata as teorias econômicas que respaldam os programas do governo de cada candidato.
Grosso modo, o regime socialista é aquele país em que a economia tem predomínio do Estado nos diversos aspectos da vida cotidiana do povo. Regime socialista é aquele em que o Estado se mete na vida particular de cada cidadão, tutelando-o, deixando-o pouco espaço para crescimento patrimonial de cada um. Quanto mais socialista, menos liberdade para o indivíduo ou cidadão. Em tese, no regime socialista, o Estado cobra pesados impostos da população para redistribuir, em tese, igualitariamente à população, excetuando aos dirigentes partidários (socialistas), que usufruem de benefícios de dar inveja aos políticos do primeiro mundo.
No regime liberal, em tese, o Estado como instituição tem participação mínima, cuidando apenas do que é essencial para a população. No regime liberal, a saúde pública e a educação tem participação compartilhada com a própria sociedade, onde a presença do Estado é o menor possível. Presença menor do Estado redunda em menor dispêndio para o Governo. Menor dispêndio, significa que os impostos (que vem de imposição) seja menor, apenas o tanto quanto necessário para atender os serviços públicos essenciais como saúde, educação e segurança pública.
Por opção e pela história, o Brasil adota o regime liberal na economia. No entanto, dentro do regime da economia liberal, tem algumas graduações. O berço da economia global está nos Estados Unidos, cujo exemplo vem da forte influência do escocês Adam Smith (1723 - 1790), onde o princípio é a "não-intervenção do Estado na economia, favor da livre-concorrência, do câmbio e do direito à "propriedade privada". Isto deveria fazer parte da cartilha dos candidatos à Presidência da República do nosso País.
Nos Estados Unidos da América, houve influência significativa, no início do século passado, a ideia "neoliberal" do John Maynard Keynes, um economista britânico cujas ideias mudaram a teoria e prática da macroeconomia, bem como as políticas econômicas instituídas pelos governos dos Estados Unidos. A teoria do John Keynes, seguido pelos diversos governos nos Estados Unidos, era "intervencionista". Esta teoria parece ter sido o "norte" do governo Fernando Henrique, no Brasil. Pela composição e adesão da equipe econômica do então presidente FHC à equipe do candidato Lula da Silva, há indicação certa de que, num eventual governo do ex-presidente, o Brasil seguirá, extremamente intervencionista, contrariando a tendência do mundo global.
Lá na terra do tio Sam, a partir do governo Reagan, cujo mandato ocorreu no período de janeiro de 1981 a janeiro de 1989, abandonou a prática da economia "neoliberal" do Keynes e retomou a prática da economia "liberal", sem intervencionismo, baseado na teoria do professor Milton Friedmann (1912- 2006) da Chicago University, também, Premio Nobel da Economia. O principal feito do professor Milton Friedmann foi a proposta de "desregulamentação" da economia adotado pelo governo Reagan. O professor Milton Friedmann deixou muitos seguidores, entre os quais a da equipe econômica do ditador Augusto Pinochet do Chile e que ficou conhecido como "Chicago boys".
Não sei informar se o atual ministro Paulo Guedes foi seu aluno, mas a certeza é de que ele, como ministro da Economia, é defensor da teoria liberal da linha do professor Milton Friedmann, com ideia centrada na desregulamentação da economia. Não foi dito acima, mas a indexação da economia sob diversas formas através de índices como IPCA, IGPM, e outros tantos índices setoriais, segue o velho princípio da economia neoliberal do Jonhn Keynes, hoje, ultrapassada.
Tudo que foi dito foi para que empresários, analistas econômicos, dirigentes empresariais, sociólogos e políticos de diversas tendências, não deturpem as teorias consagradas ao longo de décadas dos professores eméritos nominados acima. No entanto, fico arrepiado de pensar que o candidato da oposição Lula da Silva, associado aos ultrapassados "neoliberais" do governo Fernando Henrique, apresente planos "intervencionistas" de um velho neoliberalismo, incompatível com a potencialidade econômica do Brasil. Enfim, levar em conta o candidato Lula da Silva é mais uma demonstração de extremo atraso do País em relação ao mundo global. Discursos fáceis do candidato da oposição, um notório ladrão de cofres da Petrobras, é incompatível com a natureza produtiva e liberal do País. Brasil merece ocupar uma posição ao lado do grupo do G7, que comanda o mundo econômico. E, fazer parte do OCDE, pelo mérito!
Ossami Sakamori
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