terça-feira, 21 de julho de 2020

Brasil carece de uma Angela Merkel.


A União Europeia, nesta madrugada de terça-feira, dia 21, chegou ao consenso a um orçamento comum para os próximos 7 anos e o programa de reconstrução nacional pós "coronavírus", um pacote de mais de $ 1,8 trilhão de euros, equivalente a R$ 11 trilhões, mais do que o PIB brasileiro que anda por volta de R$ 7 trilhões.  O pacote constitui de um conjunto de "investimentos" e "empréstimos" para os países que fazem parte do bloco para reerguer do retrocesso e estagnação da economia do bloco europeu.   Infelizmente, no Brasil, nem mesmo o governo federal e as unidades da federação, conseguem se reunir numa mesma mesa para tratar do assunto em comum, que é a saída para a profunda crise econômica se abateu no País.  Ao invés disso, no meio da pandemia, o Palácio do Planalto, o STF e o Congresso Nacional, se engalfinham para ver quem manda mais.  

Ao contrário que acontece no Brasil, a União Européia, autoriza a Comissão Europeia, o Poder Executivo da UE, a fazer empréstimo em nome dos seus membros, "investimentos na retomada", no valor de $ 750 bilhões euros, equivalente a cerca de R$ 4,6 trilhões, valor maior que o PIB argentino, ao longo dos próximos 7 anos.  O empréstimo que se refere é para países que compõe a União Européia.  É como que um "Plano Marshall" para reconstrução da Europa ocidental. 

Por outro lado, o que se vê no Brasil são programas de "Auxílio emergencial" e diversas formas de "subsídios para grandes e médias empresas", via bancos de fomentos estatais.  Não se sabe exatamente quanto anda o valor, mas estima-se que o número deverá atingir cerca de R$ 500 bilhões.  No Brasil, há vagas declarações do ministro Paulo Guedes, sem precisar o número exato do "rombo fiscal", já que a LDO de 2020 já previa um "rombo" de R$ 124 bilhões.  O País está a enfrentar um outro desafio, a perda de arrecadação devido a desaceleração da economia devido a "coronavírus".

Nas diversas matérias anteriores a esta, venho insistindo que o ministro da Economia, Paulo Guedes apresente um "Plano de saída" detalhada para a crise econômica decorrente da "coronavírus".  Não há, até hoje, o "Plano de saída", senão uma vaga ideia de que haverá "desoneração da folha de pagamento" e um programa de assistência aos pobres, denominado de "Renda Brasil".  Para financiar ambos programas, estima-se um um comprometimento do Orçamento Fiscal em cerca de R$ 500 bilhões, deverá ser criada a "nova CPMF".  Eu disse, deverá.  Ambos assuntos, ainda precisam passar pelo "crivo" do Congresso Nacional.

Brasil carece de uma Angela Merkel.

Ossami Sakamori

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