O dólar comercial, que é utilizado no comércio exterior, fechou ontem, dia 12/5, cotado em R$ 2,154 na venda, valorização de 0,84% em
relação ao fechamento de ontem. É a maior cotação da moeda americana desde cinco de maio de 2009, quando valia R$ 2,153, no auge da crise financeira mundial de 2008.
A avaliação é do economista-chefe do Besi Brasil, Jankiel Santos, que destacou que o atual momento cambial está muito mais dependente de fatores de fora do País do que de medidas tomadas pelo governo. Fonte: Estadão.
O ministro Mantega anunciou a supressão do IOF sobre operações de derivativos cambiais vendidos, mas no meu entender pouco resultado vai auferir. Além de tudo, ninguém é louco para vender dólar futuro, diante da movimentação do dólar no mercado internacional, em função da possível não interferência do FED na aquisição de títulos do governo americano, que vem fazendo há algum tempo. Os EEUU estão próximos de resolver os problemas e como consequência estão invertendo o fluxo cambial no mercado financeiro global.
Não tenho segurança de que o Banco Central consiga segurar o dólar no patamar de R$ 2,20, como eu já afirmei na matéria anterior sobre o tema. Nós precisamos entender que o mercado financeiro é globalizado, querendo ou não os formuladores da política econômica de cada país. Não tem essa de Lula e Dilma dizer que nós somos mercados protegidos. Mentira! Conversa para boi dormir. Por sinal, a manada está acordada e prestes a tomar rumo de um curral mais seguro.
No entanto, tem um ponto positivo, nesta desvalorização do real ou valorização do dólar, para não dizer em economês, depreciação do real ou apreciação do dólar. Explico.
Venho defendendo há tempo a tese de que há erro sistêmico na política econômica (sic) dos presidentes Lula e Dilma. Um dos pontos que critico, desde fevereiro de 2012, é a utilização da moeda americana como âncora para segurar a inflação. Basicamente, o real valorizado, provoca desindustrialização no País. O Brasil encolheu PIB industrial de 25% para 17% nos governos Lula e Dilma. Por vias tortas, está a acontecer a desvalorização do real perante o dólar, contra vontade da presidente Dilma. Dilma e equipe econômica farão tudo para manter real valorizado, porque acham eles, equivocadamente, que o real valorizado é pilar da economia brasileira.
O dólar valorizado, no primeiro momento, vai causar maior rebuliço na economia brasileira, em razão de tê-lo mantido engessado com intervenções do Banco Central, sistematicamente. A primeira reação do governo Dilma é querer elevar a taxa Selic, para tentar manter o dólar dentro do País. O Brasil, equivocadamente, vai pagar os juros que os "agiotas" nacionais e internacionais vão querer para renovar os títulos públicos brasileiros.
O remédio, não é por aí. Para segurar inflação com dólar valorizado, a Selic não pode continuar funcionando como âncora. Tem inúmeros mecanismos que poderão ser acionados para minimizar o efeito da desvalorização do real. Para leigos é de difícil compreensão, por isso deixo de nominá-los. Basta que o leigo saiba que Selic é termômetro, não é remédio.
Quando a principal pauta do governo Dilma, mesmo no momento crítico, é de expandir o crédito, como o Crédito Barato oferecido para os mutuários do sistema financeiro da habitação, SFH. Medida, para garantir a reeleição, tão inoportuna não poderia ser. E por esta e outras que os investidores institucionais e especuladores, sobretudo internacionais, fogem do Brasil., como diabo foge da cruz. Investidores e especuladores retirando o dólar do Brasil, vai agravar mais ainda a situação cambial nos próximos dias.
Não sou guru da economia, mas indo em contra mão da maioria de agentes econômicos oficiais ou privados, tenho acertado nos diagnósticos sobre a economia brasileira. As previsão feitas neste blog desde fevereiro de 2012, infelizmente, vem se tornando realidade. Digo ainda que, se não forem tomadas medidas mais efetivas, com remédios amargos, o Brasil ruma para o mesmo caminho trilhado pelo Portugal, Espanha e Grécia.
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT. Twitter: @sakamori12
A avaliação é do economista-chefe do Besi Brasil, Jankiel Santos, que destacou que o atual momento cambial está muito mais dependente de fatores de fora do País do que de medidas tomadas pelo governo. Fonte: Estadão.
O ministro Mantega anunciou a supressão do IOF sobre operações de derivativos cambiais vendidos, mas no meu entender pouco resultado vai auferir. Além de tudo, ninguém é louco para vender dólar futuro, diante da movimentação do dólar no mercado internacional, em função da possível não interferência do FED na aquisição de títulos do governo americano, que vem fazendo há algum tempo. Os EEUU estão próximos de resolver os problemas e como consequência estão invertendo o fluxo cambial no mercado financeiro global.
Não tenho segurança de que o Banco Central consiga segurar o dólar no patamar de R$ 2,20, como eu já afirmei na matéria anterior sobre o tema. Nós precisamos entender que o mercado financeiro é globalizado, querendo ou não os formuladores da política econômica de cada país. Não tem essa de Lula e Dilma dizer que nós somos mercados protegidos. Mentira! Conversa para boi dormir. Por sinal, a manada está acordada e prestes a tomar rumo de um curral mais seguro.
No entanto, tem um ponto positivo, nesta desvalorização do real ou valorização do dólar, para não dizer em economês, depreciação do real ou apreciação do dólar. Explico.
Venho defendendo há tempo a tese de que há erro sistêmico na política econômica (sic) dos presidentes Lula e Dilma. Um dos pontos que critico, desde fevereiro de 2012, é a utilização da moeda americana como âncora para segurar a inflação. Basicamente, o real valorizado, provoca desindustrialização no País. O Brasil encolheu PIB industrial de 25% para 17% nos governos Lula e Dilma. Por vias tortas, está a acontecer a desvalorização do real perante o dólar, contra vontade da presidente Dilma. Dilma e equipe econômica farão tudo para manter real valorizado, porque acham eles, equivocadamente, que o real valorizado é pilar da economia brasileira.
O dólar valorizado, no primeiro momento, vai causar maior rebuliço na economia brasileira, em razão de tê-lo mantido engessado com intervenções do Banco Central, sistematicamente. A primeira reação do governo Dilma é querer elevar a taxa Selic, para tentar manter o dólar dentro do País. O Brasil, equivocadamente, vai pagar os juros que os "agiotas" nacionais e internacionais vão querer para renovar os títulos públicos brasileiros.
O remédio, não é por aí. Para segurar inflação com dólar valorizado, a Selic não pode continuar funcionando como âncora. Tem inúmeros mecanismos que poderão ser acionados para minimizar o efeito da desvalorização do real. Para leigos é de difícil compreensão, por isso deixo de nominá-los. Basta que o leigo saiba que Selic é termômetro, não é remédio.
Quando a principal pauta do governo Dilma, mesmo no momento crítico, é de expandir o crédito, como o Crédito Barato oferecido para os mutuários do sistema financeiro da habitação, SFH. Medida, para garantir a reeleição, tão inoportuna não poderia ser. E por esta e outras que os investidores institucionais e especuladores, sobretudo internacionais, fogem do Brasil., como diabo foge da cruz. Investidores e especuladores retirando o dólar do Brasil, vai agravar mais ainda a situação cambial nos próximos dias.
Não sou guru da economia, mas indo em contra mão da maioria de agentes econômicos oficiais ou privados, tenho acertado nos diagnósticos sobre a economia brasileira. As previsão feitas neste blog desde fevereiro de 2012, infelizmente, vem se tornando realidade. Digo ainda que, se não forem tomadas medidas mais efetivas, com remédios amargos, o Brasil ruma para o mesmo caminho trilhado pelo Portugal, Espanha e Grécia.
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT. Twitter: @sakamori12
3 comentários:
Penso que aos economistas faltou um pouco de formação matemática. A equação que define a inflação tem muitos fatores, não só a questão do juros/crédito.Trata-se de oferta e demanda e cada um destes tem vários fatores a se considerar.Aumentar a demanda com crédito subsidiado como quer a presidente é indutor de alta na inflação se não houver contrapartida na oferta (investimentos, produção, produtividade, qualificação etc.) para contrabalançar. Mas o que para alguns pode parecer óbvio, os idiotas acabam desprezando.
Caro Saka,...
Enquanto o rabo abanar o cachorro, teremos esse total "controle descontrolado".
Uma das boas coisas que sinto, é que em breve futuro, estaremos livres da incompetência do Mantega rançoso. Mesmo a "Mel", minha cadelinha poodle, a base de latidos, teria mais chance de acertos na economia, que esse solene imbecil.
O problema da Dilma Obtusa, seria quem seria o boneco da vez, já que nos quadros do PT, não existe um só economista de peso,...e digo mais, Deus nos livre de um Mercadante, o tapa buracos de plantão,...
Quanto ao dólar,...na minha opinião, qualquer mão mais pesada no botão da sintonia fina, fará a cotação disparar. O risco da indexação esta acenando com cada vez mais força e temo pelas consequências. Esses idiotas estão simplesmente pondo em risco a estabilidade a duras penas alcançada.
Se o pai de todas economias, o Governo americano continuar(e parece que vai) com sua política de juros, e seus títulos voltarem a remunerar o que apontam,...Quero ver a Dilma novamente estrilar com Obama, só que dessa vez por motivos diametralmente opostos. Aí Obama pira,.."-Oh,..dona Dilma, "o senhora" precisa saber o que quer,..."
Não adianta, economia requer pessoas com capacidade de visão,requer analisar dados e panoramas, sabendo interpretá-los a luz da razão,..requer uma dose de humildade e outra de arrojo,...ingredientes que NINGUÉM no governo tem. Todas atitudes que assistimos, são na direção da compra de votos via planos e bolsas populistas, que só fazem gerar consumo, alimentando a inflação e o endividamente. Ontem mesmo, lançaram mais um plano que injetará 19 bilhões na economia, via móveis e eletrodomésticos. Casas Bahia agradecem,...e a cozinha Bartira, saibam,...vai subir de preço. Isso é Brasil, se organizar, complica!
A recuperação da economia americana é a grande dor de cabeça do governo Dilma, junto com a inflação, claro. A crise é fruto de anos de capital especulativo. Não sou economista, óbvio, mas sempre disse que esta coisa de valorizar especulação financeira era algo arriscado, perigoso demais. Mantega diz que não há grandes gastos públicos - me engana que eu gosto... O governo quer conter a inflação, mas incentiva o consumo. E os bens duráveis vem encarecendo cada vez mais. A inflação não está só nos alimentos ou no acesso à bens culturais, está em toda parte.
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