domingo, 9 de junho de 2013

Brasil da Dilma. Perspectiva para próximos 30 dias!

Nem o aumento do preço do tomate, no início do ano, tinha sensibilizado a presidente Dilma sobre o efeito nefasto da inflação na vida de cada cidadão brasileiro.  Bastou, o candidato à presidência Aécio Neves pela oposição, empunhar a bandeira da "tolerância zero para inflação", para Dilma tomar decisão sobre medidas para o controle da inflação.  

Precisamente, desde 15 de fevereiro de 2012, que venho alertando sobre política econômica equivocada da presidente Dilma.  Vejam algumas matérias, entre tantas, que postei recentemente neste blog. 

Brasil poderá ser a bola da vez, em 31/1/2013.
Dilma, estagflação já acontece!, em 7/2
Acorda Dilma, estamos na beira do abismo, em 23/2
Dilma empurra Brasil para o buraco, em 8/3
Brasil da Dilma está no ponto morto, em 18/3
Alerta vermelho! Bomba relógio vai explodir, em 1/4
Dilma, toma é apenas ponta de iceberg, em 10/4
Alerta! Para onde vai o Brasil da Dilma?, em 13/4
Alerta 2! Brasil da Dilma já está na beira do abismo, em 15/4
Brasil em corda bamba!, em 24/5.
Série day after 30/5, mais recentemente.

Não é possível que um reles cidadão, apenas engenheiro civil, com formação em economia e estatística e um breve giro pelo mercado financeiro, tenha diagnosticado a política econômica (sic) equivocada da presidente Dilma.  Nenhuma voz mais denso vindo dentre os quadros dos institutos de pesquisa, das instituições de ensinos, dos agentes públicos e empresários renomados, tenha chamado atenção ao fato que estamos a viver hoje.  As matérias de minha autoria, inúmeras, chamam atenção sobre o erro sistêmico da política econômica da gestão Dilma.  

Dilma tomou medida em 30/5, aumentando a taxa básica de juros Selic em 0,5%, tornando agora Selic = 8% ao ano.  Mandou Mantega anunciar que o dólar não é mais âncora para balizar inflação.  Em essência, Dilma sinalizou que abandonou a política de estímulo à economia implementada pelo presidente Lula, para vencer a crise financeira mundial de 2008.  A política emergencial do Lula estava baseado em Crédito fácil e Crédito barato, além de utilizar o dólar depreciado como instrumento para conter a inflação.

A presidente Dilma, logo no início do mandato, perdeu a oportunidade de abandonar o plano de emergência do Lula, praticando política econômica do curso normal.  Mas, não!  Insistiu em continuar com a política emergencial do Lula.  Politica emergencial é bom para um período de tempo, mas não para tempo inteiro.  Além da política do Crédito Fácil/ Crédito Barato e controle cambial, foi usar a Petrobras e Eletrobras como instrumento da política econômica, engessando o preço dos combustíveis e tarifa de energia.  Deu no que deu, sucateou ambas empresas, sem que tenha auferido benefícios da política econômica intervencionista.

O que pode acontecer, daqui em diante?  Eis a questão!

A política econômica baseada em combater a inflação via taxa básica de juros Selic é um tremendo equívoco.  Já denunciei aqui, neste blog, sobre o tema inúmeras vezes.  A taxa básica de juros Selic está mais para termômetro da credibilidade dos títulos do governo federal do que qualquer outra coisa.  Selic é termômetro, não é remédio!  Além de tudo, para cada aumento de 1% na taxa Selic aumenta o pagamento de juros em R$ 20 bilhões, segundo governo e R$ 28 bilhões segundo minhas contas.  Isto é dispêndio anual.  Comparando, o sistema SUS tem orçamento anual de R$ 35 bilhões, torna-se número assustador.

O governo Dilma, pela compreensão equivocada, vai continuar aumentando os juros Selic, até estabilizar a inflação.  No meu entender, como Selic não é remédio, vai ter que aumentar em muito para que os investidores e especuladores "acreditem" nos títulos do governo.  No fundo, no fundo, o aumento de Selic é para Tesouro Nacional ter condições de rolagem das suas dívidas.  Tem a ver com a credibilidade do governo perante o mercado nacional e internacional.  Com recente notícia de rebaixamento de rating que mede a credibilidade, o aumento da taxa Selic fica inexorável, para as próximas reuniões do COPOM.  E pior, não vai segurar a inflação, como se apregoam.

Com o déficit da Balança Comercial crescente e agora agravado com o rebaixamento da nota de crédito pelo Standard & Poor's, vai diminuir o fluxo de capital estrangeiro especulativo em direção ao Brasil.  Na esteira do rating, o investimento estrangeiro direto (IED) vai diminuir.  Segundo analistas seriam necessários US$ 68 bilhões em 2013, para equilibar a Balança de Pagamentos.  Sobretudo em função do rating do Standard & Poor's, de perspectiva negativa para grau de investimento, o investimento estrangeiro direto (ED) pode não alcançar o número desejado para equilíbrio da Balança de Pagamentos.  Neste último caso, o Brasil terá que queimar parte da Reserva Cambial disponível, o que provocaria mais incerteza sobre a capacidade de pagamento (honrar) do País.

Diante da situação, o dólar vai estar numa posição ascendente, pelo movimento de livre flutuação.  Não sabemos até que ponto o Banco Central está disposto a intervir.  No meu entender, Banco Central não tem força para segurar o dólar no patamar de R$ 2,20, sobretudo em função da nota de rebaixamento da agência de rating Standard & Poor's.  Assistiremos nos próximos dias, uma boa briga na cotação do dólar.  Vamos ver quem vence, o Banco Central ou o mercado.  

Inflação do mês de maio, aparentemente trouxe um certo alívio, mas é apenas passageiro.  No mês de junho, tem o aumento de tarifas administradas como transporte coletivo da cidade do Rio de Janeiro e da cidade de São Paulo.  O dólar flutuando, no patamar atual, trará impacto no preço ao consumidor, impactando no índice de inflação do mês de junho.  Pelo menos, a inflação de junho fará com que o índice anualizado estoure o teto da meta de 6,5% ao ano.   Está em estudo no Planalto de ignorar a inflação de junho e anualizar a inflação para o mês de julho.  Mais uma gambiarra em estudo para enganar a si próprio, o governo, do que propriamente à população.  A população já sentiu no bolso, antes dos índices oficiais.

Resumindo.  Tarifas em alta, dólar em alta, juros em alta, inflação em alta.  Em baixa, somente o PIB do Brasil e poder de compra do povo.  Tudo isto para os próximos 30 dias.  O futuro somente a Deus pertence! 

Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT.  Twitter: @sakamori12

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