quarta-feira, 26 de junho de 2013

Dólar da Dilma. Tocou alarme no Banco Central.

Hoje, vou falar um pouco sobre minha praia.  Vamos ver o que acontece com a trajetória do dólar no Brasil.  As notícias não são boas para o País.  Os presidentes Lula e Dilma, utilizaram o dólar como âncora para segurar a inflação.  Deixou engessado por longo período, através de intervenções sistemáticas do Banco Central.

Presidentes Lula e Dilma sucateou as indústrias brasileiras, com o engessamento do dólar.  A indústria brasileira representava, no início do governo Lula, cerca de 25% do PIB.  Hoje, a participação da indústria no PIB não passa de 17%.  Isto é uma verdadeira desindustrialização.  Governo Lula e Dilma privilegiaram o consumo, via oferta de produtos estrangeiros, especialmente, vindo da China.  Deu no que deu, o povo viciou com o dólar desvalorizado.  O real valorizado deu a falsa sensação do poder de compra para o povo brasileiro.

Com o real valorizado e estímulo ao consumo, mediante endividamento da classe emergente, houve expansão de consumo, sem a contrapartida da oferta.  O Brasil importa de tomate ao feijão da China, a segunda potência do mundo.  Os chineses, pelo contrário, praticam a política cambial exatamente ao inverso da política cambial brasileira.  Os chineses desvalorizam a moeda local, o yuan frente ao dólar para poder competir com os produtos do primeiro mundo.  A diferença é que a China cresce a 7,5% ao ano e o Brasil a 0,9% em 2012 e previsão de crescimento menor que 2,5%  neste ano.

As agências de classificação de riscos, já declararam que a perspectiva para o Brasil para os próximos meses é de rebaixamento do rating.  O mercado financeiro internacional ficou muito preocupado com o rebaixamento da classificação.  Agora, com as manifestações explodindo de norte ao sul do País, a desconfiança dos investidores internacionais aumentou significativamente.  Querem levar os dólares de volta os que trouxeram ao Brasil durantes últimos 10 anos.

Com o dólar saindo do País e com perspectiva negativa no comércio exterior, o dólar valoriza na mesma proporção.  Associado também ao ingresso do dólar em investimento direto (IED) escasseando, o dólar já rompeu a cotação psicológica de R$ 2,20.  Tocou alarme no Banco Central do Brasil.  

O governo brasileiro já tomou 3 medidas para tentar conter a saída de dólar do País.  A primeira foi a isenção de IOF para entrada de capital estrangeiro para investimento direto (IED) e para especulação.   A segunda medida foi a isenção de impostos nas operações de derivativos cambiais.  E a terceira derradeira, em vigor desde hoje, foi a dispensa de compulsório para exposição dos bancos em ficar com os dólares vendidos à descoberto.  Vendidos sem tê-los, para serem adquiridos no futuro.  Uma operação de alto risco para banqueiros.  O último cara que deu prejuízo para Banco Central por conta do dólar vendido à descoberto foi o Salvatore Cacciola, que deu prejuízo ao Banco Central em mais de R$ 1 bilhão.

O Banco Central também, vem utilizando a venda do dólar a futuro, denominado de Swap Cambial.  É uma promessa de vender dólar a uma determinada cotação no futuro.  Acredito que o Banco Central já vendeu cerca de US$ 15 bilhões em forma de Swap Cambial.  

O ministro Mantega diz que o País tem reserva suficiente.  É tudo mentira.  A Reserva Cambial bruta brasileira é cerca de US$ 375 bilhões, mas o conjunto de dívidas do setor público e privado é mais de US$ 305 bilhões.  Sendo assim, sobra líquido cerca de US$ 70 bilhões para serem queimados.  O número já não deve ser o mesmo. Deve estar menor.  É por estas e outras que o risco Brasil subiu e a classificação de risco rebaixou.  

Dentro desta perspectiva a tendência do dólar é de alta.  O mercado financeiro espera estabilidade em torno de R$ 2,45.  Eu particularmente, vou mais longe.  O dólar no final do ano deve fechar entre R$ 2,60 e R$ 2,70.  A não ser que o governo Dilma tome medidas radicais.  Ao que parece a Dilma está mais preocupado com as manifestações do que com o rumo da economia brasileira.  Tudo que Dilma vem falando é mentira.  Não diz coisa com coisa.  Está completamente perdida.  

Banco Central tenta segurar o dólar, até onde acha que tem capacidade de controlar. Até onde eu não saberia dizer.  Tem indicações, como as que fiz acima, mas o quadro pode mudar de uma hora para outra.  Vou informando os meus amigos leitores, cada vez que houver alguma mudança de rumo ou de perspectiva.

Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT.  E-mail: sakamori10@gmail.com

4 comentários:

Unknown disse...

Se eu hoje vivo com alguma segurança isto não se deve ao deslumbramento da valorização do real que estimulou o consumo. Eu poupei e investi meu dinheiro suado de forma segura, que rendeu graças à paciência espartana. Com o confisco da poupança no governo Collor, a sociedade ficou traumatizada e perdeu o hábito de poupar. A sociedade brasileira trocou a segurança pelo suicídio lento e gradual. Eu me lembro da tragédia, pouco anunciada e depois divulgada da desvalorização do real feita pelo governo FHC em 1998. Quem se endividou em real, da noite pro dia, viu sua dívida triplicar quando houve a desvalorização, que tinha de ser feita - a Argentina não fez desvalorizou sua moeda a tempo o que culminou no desastre econômico que assola o país até hoje e que não vai passar tão cedo. Hoje, vejo pessoas endividadas mais do que na época áurea do real. A coisa é feia, bem feia. O único ponto positivo do governo Lula, e que o manteve no poder, foi a valorização do salário mínimo, que estava acima da inflação. Mas o brasileiro não aproveitou isso para investir em imóveis - casa própria - e em poupança. O brasileiro se deixou seduzir pela febre do consumo, coisa típica de países em que a cidadania não é considerada, "o que vale é o ter e não o ser". O Brasil pagou sua dívida interna? É o que dizem, entretanto, a dívida interna é a maior em toda a sua história. Traduzindo: nossa dívida é impagável. Há uma crise anunciada entre os países emergentes, mas a China tem lenha pra queimar, enquanto o Brasil é a lenha. Sempre soube que, com a recuperação dos EUA desembocaria no Brasil de forma negativa. Agora, vemos o dólar se valorizar. Este filme eu já vi em 1998, mas agora, as consequências serão realmente nefastas. Estou feliz com os protestos, mas sei que são protestos de uma sociedade invertebrada, que tem culpa, também, por tudo o que está acontecendo. Agora, o jeito é ficar nas ruas por tempo indeterminado porque o "bicho vai pegar" de forma permanente.

Anônimo disse...

Caro Ossami

Estou tentando aprender algo sobre o tema, e tenho algumas perguntas:

- esses 305 bi, das dividas do governo e particulares, tem vencimento proximo ou de longo prazo?

- quais as medidas radicais que esses imbecis podem tomar? Algo tipo o que a argentina ta fazendo, criando cotas pra envio de usd pro exterior, entre outras?

Só como adendo, já ouvi antes que essa estória de reservas cambiais era só pra boi dormir. Puro dinheiro especulativo do exterior, e não a legítima reserva, que vem dos saldos favoráveis no comex.

Obrigado

Mauro Sampaio

Daniel Cohen disse...

Caro Saka,...

Nem entro em tecnicidades posto vc, e o colega Alessandro Lemos já te-las feito,de forma brilhante. Pouco resta a acrescentar meu receio quanto às atitudes que podemos/devemos esperar.

Quem por aqui acompanha meus escritos, bem sabe da preocupação constante, pelo fato de vivermos uma estranha época, onde o rabo abana o cachorro. Não existe um só governo que se diga minimamente serio neste mundo, que trabalhe sem um claro norte, onde horizontes de curto,médio e longo prazos, não estejam planilhados e com claros objetivos no seu alvo. Podem mudar o rumo no meio do caminho? Claro que sim! Devem fazê-lo aliás, pois faz parte da dinâmica do jogo, que de estático não tem nada!
Uma casal, uma família, não chegam a lugar algum sem um mínimo de planejamento, imaginem uma nação complexa e plural como o Brasil.
O colega, Alessandro bem destacou: Não temos mentalidade preventiva! Não estamos acostumados com planejamento. Tudo é feito no afogadilho das urgências e convenhamos: Na hora do incêndio, não dá para ficar fazendo orçamento de água! Compra-se e pinto final! O preço? bem,...fica mais por conta do fogo, que do mercado que transforma-se em secundário. Isso a meu ver é a grande trave onde o governo sempre bate e acaba nunca fazendo gol!(Lá vou eu imitar o nefasto Lulla e suas analogias futebolísticas. Que asco! Essa coisa pega? Espero que não!)

Governos não podem ser burros! Governos tem que ter estratégia e se não se anteciparem aos mercados, devem obrigatoriamente estar no estreito paralelo dos acontecimentos, sob pena de ficarem sempre na rabeira, tapando buracos, abertos pelos espertos especuladores digitais. Não parece algo velho conhecido? Não lembra sobremaneira o que o PT há anos vem fazendo? Percebam se não é a fotografia do Mantega(sempre rançoso)?

Poucas coisas podem ser tão voláteis na vida, como câmbio. Eu diria que só amor de prostituta muda mais rápido! Há de se ter informação e mais: Há de se saber "o que fazer com a informação"! Aí reside o problema,....governo é incompetente! Não sabe ler as entrelinhas e com elas fazer suas estratégias.

Não bastasse tudo isso, temos mais um estúpido implemento: Economia pede um que de humildade. As vezes há de se baixar o facho, recuar, respirar para tornar a avançar. Isso não deixa de ser um complexo jogo de xadrez. No governo Dilma, temos,...a Dilma,...que por obtusa, joga o jogo do EU SEI! e esse é o pior ingrediente da coisa. Pois na verdade NADA SABE! Lulla ao menos, no alto da sua ignorância, deixava o Meirelles trabalhar. Dilma, todos sabemos, é uma "gerentona" que toca uma equipe no berro, na cobrança cruel dos chefes ignorantes e pior,..incompetentes!

(Cont.)

Daniel Cohen disse...

..Cont

O que fazer então? Como proteger os capitais da iminente desvalorização? Vou dizer: É complicado! Existe uma bolha imobiliária que impede altos voos nesse mercado. Se a bala na agulha for forte, imóveis comerciais sempre são uma boa, ainda que a tendência do comercio seja de queda. Dólar/Euro são uma boa a médio prazo, se bem que pelo panorama conjuntural internacional, particularmente prefira o ouro. E para quem tem estômago e nervos,(e profundo conhecimento) eu diria que o mercado de ações está ávido por fornecer estrondosos lucros, mas como disse, isso é para os verdadeiramente fortes!

Infelizmente viveremos ainda muitas situações estressantes. Sem dúvida alguma, Mantega(sempre rançoso) é carta fora do baralho e ai reside, se Dilma tiver um "ataque de inteligência", uma tênue esperança. Espero que coloque em seu lugar, alguém que o mercado reconheça competência e habilidade. Na verdade alguém que o mercado tenha respeito e de certa forma "medo". Os players sabiam que ao enfrentar Meirelles, havia um grande risco de perderem dinheiro,...e só por isso o respeitavam. De qualquer forma, é muito difícil encontrarem alguém pior que Mantega no mercado. "Mel" minha cadelinha poodle, aos latidos, poderia gerir melhor a economia, posto que tudo vai no chute mesmo,....

Não bastassem os diversos panoramas a serem levados em consideração, temos ainda um novo e não muito claro(ainda). As manifestações que pipocam pela nação! Essas, por não ter uma liderança específica, a tudo e todos enlouquecem. Abin por exemplo, não sabe por onde começar a puxar informações, pois elas estão em tantos lugares, que deixam qualquer agente pirado feito um pião! É muita gente, pedindo tantas coisas, que só organizar demandas, já gera um tremendo problema. Trocando em mais miúdos, Dilma esta mais perdida que cachorro que cai do caminhão de mudança,....

Tudo isso, leva-nos a um só ponto! Um tremendo ponto de interrogação e ai reside o problema. Empresas vão começar a quebrar! Um dos Batistas,..o arrogante moleque Eike, já foi a lona. Se alguém aqui me acompanha a tempos, já sabe, e se não, é só buscar nos registros la do twitter. Desde o lançamento das ações das empresas "Xs", venho alertando: Tudo fumaça, vai quebrar! - Como ele, existem mais sinais de fumaça preocupantes.

Conclusão: Hora de por as barbas de molho e aguardar a onda quebrar na areia e tentar ler na espuma, que notícias trazem!