terça-feira, 24 de abril de 2012

DILMA VAI MEXER NA POUPANÇA!

Acalmem-se.  A presidente Dilma não vai fazer como Color fez, congelar a Caderneta de Poupança.  Que vai mexer, isto vai.  Vai reduzir os juros reais de 6,17% ao ano, para patamar sem limite, em tese.  Necessidade de compatibilizar o rendimento do título do Tesouro.  Pretende o governo Dilma baixar SELIC em patamares menores do que o de hoje.  Já comentei esta necessidade há cerca de 2 meses, por este bloguista.


Hoje a taxa SELIC está pagando 9% ao ano, menos Imposto de Renda sobre ganho de capital.  Isto dá um rendimento líquido de 7,65% ao ano.  Para SELIC empatar com o rendimento da Caderneta, basta SELIC baixar para 7,25% ao ano, fazendo conta inversa.  Se o governo pretende baixar a inflação para 4,5% ao ano, como previsto no orçamento de 2012, há que baixar SELIC para o patamar próximo da inflação, ou seja 4,5% ao ano.  Esta taxa para SELIC que este bloguista vem defendendo há tempo.

O que fazer para resolver o nó da questão?  A Caderneta de Poupança é importante fonte de financiamento para diversos programas do governo, tais como o programa Minha Casa Minha Vida.  Se o governo pagar SELIC menor, em termos líquidos que a Caderneta, não vai conseguir captar recursos para refinanciar sua dívida interna, hoje em R$1,85 trilhões líquidos.  Se o governo pagar Caderneta menor que SELIC, não vai conseguir viabilizar os diversos programas.  Sem mudança na legislação, confusão está armada! Estamos no mato sem cachorro!


No meu entender. O governo deveria, primeiro, extinguir Imposto de Renda sobre rendimento do SELIC, uma vez que a captação é para o próprio Tesouro.  Pagar imposto sobre aquilo que só o governo capta?  Não tem cabimento!  Removido o entrave do Imposto de Renda, a Caderneta de Poupança deveria pagar o mesmo rendimento do título do governo captado à taxa SELIC.  

Estão falando em aplicar redutor para Caderneta de Poupança para compensar o Imposto de Renda que incide sobre aplicação em título do Tesouro.  Bem, digamos que por teimosia, o governo não tire o Imposto de Renda sobre SELIC.  Neste caso, para manter equidade o rendimento da Caderneta deveria ser de 85% da taxa SELIC, em tese.

A coisa não é tão simples como parece. Tem muitos encargos públicos ou privados que estão atualmente atrelados à Caderneta de Poupança ou ao SELIC.            Os depósitos judiciais por exemplo está atrelado à taxa de rendimento da Caderneta da Poupança.  A correção dos impostos atrasados para com governo federal está atrelada à taxa SELIC.  O rendimento do FGTS e do FAT está balizada ao rendimento da Caderneta da Poupança.           A discussão à primeira vista, seria simples, mas não é.  Esperamos que o Congresso normatize os demais índices de correções, quando este fizer os do SELIC e da Caderneta de Poupança.

Para o poupador de Caderneta de Poupança, fica a alerta de que o governo vai mexer no rendimento da Caderneta. Creio que vai tender para equalizar os rendimentos de ambos. Só a tropa de choque da Dilma no Congresso poderá nos dizer.  Dois fatos, porém, já são esperados.    Não vai haver congelamento dos depósitos como ocorreu com o Color.  O rendimento da Caderneta tende a baixar, para patamares próximo de 4,5%, que é a taxa inflação esperada pela Dilma e sua equipe para o ano de 2012.


A medida proposta pela Dilma é necessária.  Mais cômodo para este bloguista, meter o pau na medida proposta, mas não posso fazê-lo.  Venho defendendo esta medida de há muito tempo.  Vocês verão que tudo é ajuste para colocar o Brasil no mundo financeiro globalizado.  É como fazer dever de casa.  Assim, não precisaria mais, Dilma eleger os inimigos externos para justificar o fracasso da política econômica.

Ossami Sakamori, 67, engenheiro civil, foi professor da UFPR, aplicador em renda variável. Twitter: @sakamori10

4 comentários:

Nascimentoctba disse...

Mexer em tachas isso e aquilo,cortar orçamento, fazer novos impostos, economizar nada disso vai dar certo o que esta errado é o tamanho da despesa ou seja o tamanho do estado do cabide de empregos do custeio da maquina administrativa e sugadora do dinheiro suado do trabalhador. Se o gov fosse competente começaria a arrumar a propria casa cortando Ministérios cargos comissionados, ralo da Corrupção etc, o resto é conto de fada, acredito nas medidas informadas pelo Sakamori mas se não implementar medidas paralelas de contenção da inificiencia do estado nada mudará.

Nagib Anderáos Neto disse...

Por uma Política Econômica Inteligente:
Menos Impostos e Mais Educação



O estímulo à iniciativa privada é a base de toda política desenvolvimentista. O homem de iniciativa cria trabalho para si e para outras pessoas. Às classes trabalhadoras se deve dar oportunidade de trabalho e iniciativa. Todo assistencialismo é pernicioso por acomodar o assistido, como a esmola que vicia, paralisa, entorpece.
Uma política econômica inteligente deveria estimular a iniciativa privada. Juros e impostos em ascensão desestimulam a produção gerando desemprego, estagnação e inflação.
Um governo mal gerido e endividado toma dinheiro no mercado para pagar sua ineficiência gerando inflação. Ao invés de estimular a educação e a iniciativa, promove o assistencialismo, aumenta sua dívida e encobre seus rombos através da desinformação e da tergiversação.
Para manter-se como governo indefinidamente, os partidos no poder negociam alianças que garantem votos através de gastos públicos indevidos, utilizando o dinheiro que lhes chega através de impostos crescentes e juros exorbitantes. Em outras palavras, o bolso do povo é subtraído legalmente através de conluios que aqueles partidos arquitetam.
Mas se é o próprio povo quem elege os governantes, onde está o problema?
Não podemos nos conformar com a crença retrógrada de que o voto implique democracia. O governo do povo para o povo deveria representá-lo cumprindo seus anseios e a Lei Maior que não pode ser letra morta. Educação, saúde, trabalho, segurança e proteção ao meio ambiente deveriam ser os temas que ocupassem as mentes do homem público e não a forma de se chegar ao poder e ficar nele indefinidamente. Enquanto a política for encarada como a profissão na qual os interesses pessoais estão acima do interesse público, os políticos não merecerão outro conceito que o que têm na atualidade e muito pouco diz em seus favores.
O absolutismo partidário impõe os candidatos que lhes são convenientes para que se perpetuem. O eleitor é obrigado a votar por imposição. Prova disto é o eterno retorno daquelas figuras histriônicas que estão sempre a se reeleger e não para servir o povo, senão a si próprios. A política, que deveria ser a arte de gerir o bem comum, transformou-se na arte de chegar ao poder e permanecer nele indefinidamente, até que uma força maior leve o político deste mundo para sempre, mas logo é substituído por outro igual, como uma praga que nunca se extingue.
O bem estar comum depende do incremento constante à livre iniciativa para o que os governos se tornaram grandes obstáculos. O desestímulo à produção gera inflação, aumento do custo de vida.
Uma fórmula básica de incremento à iniciativa é a educação que amplia a inteligência das pessoas e sua capacidade de produção e boa convivência. Mas os governos são muitos caros e gastam muito para se manter no poder, não lhes sobrando quase nada para a educação.
Menos impostos e mais educação é a ordem do momento.

Nagib Anderáos Neto
neto.nagib@gmail.com
www.nagibanderaos.com.br

Marcio Humberto Possaitti disse...

mexer na poupança, isso poderá acarretar para os trabalhadores um prejuízo muito grande fazendo com o que o FGTS, seja cada vez desvalorizado , isso não seria um bom negócio, para um país que se diz esta em emergente , e quanto ao congelamento isso e papo furado,verdade ao que o amigo disse , enquanto ele continuarem vendo a política como profissão o país continuará sofrendo com a preguiça parlamentar...mas quanto a educação, saúde , minimização na cesta básica isso ninguém se fala nada .
que esse bando de covardes comecem a tomar vergonha na cara e comecem a fazer cada um o seu papel, se não dias piores virão.
marciohp31@hotmail.com
@marciopossaitti

Eduardo Fabri disse...

Só espero que não haja congelamento da poupança.