quarta-feira, 11 de abril de 2012

PISO SALARIAL DE R$1.451,00 PARA PROFESSORES, JÁ!

De princípio, estou de acordo com o piso nacional dos professores de R$1.451,00, para nível superior, 40 horas semanais.  Não posso admitir que um docente esteja ganhando menos que um profissional da construção civil, que tem qualificação mas não tem formação, muito deles, os pedreiros, são analfabetos funcionais. Falo da contrução civil porque vivo o meu dia a dia, no ramo.  No entanto, tenho algumas considerções a fazer, sobre a estrutura de ensino do país, como já comentei em matérias anteriores. Falta de recuros não pode ser. Só de juros SELIC o governo gasta, grosso modo R$200 bilhões!


1. O pagamento do piso de professores, em nível superior, 40 horas semanais, deveriam ser federalizados.  Isto é, os recursos para os pagamentos vindo do governo federal. Não é possível continuar como está.  Os municípios pobres ou longínquos só tem condições de oferecer ensino fundamental de 2ª classe, por falta de recursos. Não adianta estabelecer percentual de aplicação em educação, se as receitas de muitos municípios, a maioria, são pequenas.

2. A contratação dos professores do ensino fundamental, deveriam ser feito pelo concurso público, em nível estadual, com recursos federais.  Pergunto: porque os funcionários da CEF ou BB, tem mesmo padrão de atendimento e qualificação, tanto nas capitais ou nos postos de atendimentos nos rincões do Brasil? Então, é possível padronizar o ensino fundamental. Não venham com a história de que é impossível fazê-lo.  Para melhor administração, os professores deveriam estar enquadrados como servidores estaduais, recebendo do estado, repasses de recursos do governo federal. 

3. Ano letivo. Para os alunos ano letivo de 200 dias como agora. Deveria no entando, ser obrigatório, ano letivo adicional de 20 dias para  o corpo docente, para qualificação ou requalificação. Digamos que o mês de fevereiro seria mês de qualificação de todo quadro de professores do ensino fundamental e médio.  A coisa é braba, mas é assim que desenvolve o país, com sacrifício de toda classe trabalhadora, inclusive de professores.  Sei bem como funciona.  Eu já fui professor.

4. Ensino fundamental, padrão nacional, em tempo integral. Eu já defendi esta tese na matéria em "Falta base para ensino de base". Ensino fundamental de tempo integral, em 6 anos + pré. Com advento do moderno meio de comunicação, não precisa mais insistir em 8 anos + pré, sem menor qualidade. Claro, terá que haver transição, que certamente será solucionado de comum acordo entre MEC e corpo docente. 

5. Para completar, o ensino médio de 3 anos e ensino em nível de tecnólogos em 2 anos.  O país precisa urgentemente de tecnólogos, em todas áreas.  Os cursos para tecnólogos não deveria ser exceção, com iniciativas esparsas na área federal e estadual. Os governos divulgam isto como se fosse fato excepcional, como se grande avanço fosse.  Mas, não é.  Deveria ser como padrão nacional.  Só assim para vencer o "gap" da falta de qualificação profissional no Brasil.  Fala-se muito em "inovação tecnológica" mas não investe na formação e qualificação.  Não adianta nada, mandar 100 mil estudantes ao exterior. Não é por aí, a saída. 

Vamos todos, governos e docentes, discutir seriamente sobre ensino no Brasil, do que ficar brincando de gato e rato? De um lado os docentes, apenas, reinvidicando remuneração e de outro lado os governos anunciando as mais diversas desculpas. Todos países que hoje, registram patentes ao invés de monografias, encararam a Educação como a base do desenvolvimento social e econômico. 

Ossami Sakamori, 67, engenheiro civil, foi professor da UFPR, cidadão brasileiro.
Atende  pela rede social twitter: @sakamori10

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