O estabelecimento da taxa básica de juros Selic, não segue os ritos de uma ciência exata. Em qualquer parte do mundo global, minimamente democrático, a taxa básica de juros da dívida do país é administrado pelo Banco Central de cada país. Numa economia saudável, os bancos centrais de qualquer país, tem autonomia em relação aos governos de "plantões" ou de "ocasião" sobre a política monetária. O principal exemplo, como não poderia ser de outra forma, vem dos Estados Unidos. Lá na terra do "tio Sam", a taxa básica de juros é estabelecido pelo Federal Reserve ou o FED e não pelo Secretário do Tesouro, equivalente ao Ministro da Fazenda no Brasil.
Na política monetária, a taxa básica de juros, tem função primordial para o "controle da inflação", tomando como baliza ou referência, com algumas variáveis, nos planejamento do Governo e pela iniciativa privada. Nos Estados Unidos, a principal referência para estabelecimento da taxa básica de juros dos seus títulos, é o nível de emprego naquele momento e é a inflação dos meses precedentes ao estabelecimento da taxa básica de juros. No Brasil, o Banco Central leva em conta à sua "meta de inflação", dos próximos 12, 24 ou 36 meses, estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), baseado em cenário econômico do mundo e do País. No momento, o cento da meta do CMN é de 3,25% de inflação para este ano, com tolerância de 1,5% para cima ou para baixo.
Segundo o último Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central do Brasil, a inflação oficial, o IPCA deve ficar em 5,89% e 4,02%, respectivamente, em 2023 e 2024. A inflexibilidade do Banco Central em manter taxa Selic nos atuais níveis, 13,75% ao ano, tem a justificativa de "persistente" inflação, apesar da taxa Selic ser muito alto, para a visão do mercado financeiro e do Presidente Lula. No entanto, é importante sinalizar ao mercado financeiro nacional e internacional de que o Banco Central do Brasil não sofre influência política, como aconteceu no passado recente e que o País acabou entrando na maior crise econômica/financeira em 2014/2015.
Em qualquer cenário econômico, sobretudo num cenário que mostra enorme instabilidade econômica/financeira no mundo global, a independência do Banco Central é de fundamental importância. O melhor exemplo vem dos Estados Unidos, onde o Presidente da República tem enorme autonomia, mesmo assim, o Biden e nem mesmo a Secretária do Tesouro, Janet Yellen, ex-presidente do FED, dão palpites na política monetária do FED - Federal Reserve.
O que tem embaralhado o tema, sobretudo para leigos, são os novos termos que estão substituindo os tradicionais termos utilizados largamente utilizados em macroeconomia: o "arcabouço econômico" e o "arcabouço fiscal". Custava aos ministros, continuarem utilizando os termos já consagrados como a "política econômica" e a "política fiscal" ao invés de inventarem novas denominações? Isto apenas, mostra o "pequinês" de conhecimento da ministra Simone Tebet e do ministro Fernando Haddad da área econômica/financeira.
Ossami Sakamori
Um comentário:
Ele vai conseguir sim! Tem apoio dos empresários e banqueiros do Brasíl. Você está torcendo contra
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