segunda-feira, 20 de março de 2023

A crise financeira global e as consequências no Brasil

 

Imagem da sede do grupo financeiro UBS

Há opinião unânime no mercado financeiro brasileiro de que as instituições financeiras brasileiras, os bancos em especial, não sofrerão reflexos da crise financeira iniciada com a quebra do banco americano Slicon Valley Bank e do socorro ao Suisse Banque pelo Banco Central Suíço, na última semana.  O pensamento otimista dos brasileiros tem destoado da realidade do mercado financeiro global.  A última notícia, desse domingo, dia 19, é de que o Suisse Bank está sendo vendido a um outro Grupo financeiro suíço, a UBS pelo valor quase simbólico de US$ 3,2 bilhões.    

          Desde 1944, na reunião de Bretton Wood, que mundo ocidental e cooptados pelos países orientais em promover cooperação internacional através das instituições monetárias, facilitando a expansão do comércio internacional, implementar a estabilidade dos câmbios e contribuir para a instituição multilateral de pagamentos.  À época, os Estados Unidos que tinham saído vencedores na II Guerra Mundial, ditou as regras e o mundo passou ao uso de "dólar americano" como referência nas transações comerciais e financeiras.   Desde então, nada mudou, com exceção da exclusão da Rússia do sistema de compensação SWIFIT, desde 26 de fevereiro do ano passado.    A medida que veio facilitar as trocas comerciais de produtos e serviços, está servindo agora para rápida disseminação de crise econômica e financeira.

          Desde então, 1944, o FED - Federal Reserve, o Banco Central americano além de ditar as regras no mercado financeiro americano e informalmente, influi nas decisões dos Bancos Centrais do mundo todo.   No último dia 10, sexta-feira, o FED tomou medidas que, na prática, significa intervenção informal,  liberando os recursos do "Fundo Garantidor de Créditos" aos correntistas do falido Silicon Valley Bank, o SVB.  Como efeito dominó, à cise no SVD, o Suisse Bank entrou em dificuldade de liquidez e contou com a intervenção informal do Banco Central e posterior venda ao SVD, efetivado ontem, domingo.  A transação ocorreu no domingo, tamanha a gravidade da situação.  

       Dentro deste contexto, como  afirmei em matérias precedentes, duas consequências poderão advir aos investidores e setores produtivos brasileiros, o respingo ao sistema financeiro brasileiros, incluídos aos fintechs que operam como sistema financeiro informal, sem proteção do Banco Central.  As moedas digitais, também, serão atingidos fortemente, ao contrário do que a imprensa afirma.  Com prudência, é recomendado, transferir o dinheiro aplicado em moedas digitais e aplicações não supervisionados pelo Banco Central do Brasil.  

           Para o setor agropecuário, a atenção volta-se ao preço de commodities, que será afetado, indistintamente.  O preço do petróleo já sofre grande perda em relação à última alta proveniente do conflito Ucrânia x Rússia, o barril do petróleo tipo Brent, cotado próximo de US$ 70 cada barril.  Por precaução, guardem suas economias em instituições financeiras brasileiras sólidas, entre elas a CEF e BB.

          A boa notícia é que a Petrobras deverá baixar o preço dos combustíveis devido a baixa do petróleo no mercado internacional.   Não há desculpa nenhuma para que isto não venha ocorrer!   Bem... a baixa do preço da "picanha", vem depois!

          Ossami Sakamori                

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