Os leitores deste blog, inaugurado em 15 de fevereiro de 2012, ainda no governo Dilma, PT/MG, devem estar esperando o meu posicionamento sobre o governo do Presidente Lula, especialmente no campo da macroeconomia ou sobre a política econômica do novo Governo. Já estamos no fim de janeiro, a completar um mês de mandato, dá para perceber a orientação que ele, Lula, dá ao seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com pouca formação acadêmica sobre a macroeconomia. É bem provável que o novo ministro da Fazenda, tenha conhecimento da aventura que está se metendo.
Sobretudo pelas últimas declarações do Presidente Lula, uma no campo externo, voltadas ao presidente argentino e outra para os governadores dos estados e somado à crítica sobre a condução da política monetária do Banco Central, me faz acreditar que o novo Presidente da República incorre no mesmo erro cometido pela Presidente Dilma, a de gastança desenfreada sem nenhum respaldo à uma política econômica e monetária do Governo, que, em princípio deveria ser aprovado pelo Congresso Nacional.
O Orçamento fiscal para este ano, já acrescido do valor aprovado pelo PEC de Transição de R$ 145 bilhões, o Governo federal tem à sua disposição cerca de R$ 3 trilhões em 2023 ou R$ 3.000.000.000.000,00, já aprovado pelo Congresso Nacional. Além do Orçamento do Governo federal, estão disponíveis os recursos dos bancos de fomento como BNDES, Banco do Nordeste, Banco da Amazônia e Fundo Constitucional Centro Oeste, além dos financiamentos via bancos oficiais como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Estarão, também, disponíveis os recursos para investimentos da Petrobras e dos Correios e outras estatais como a Embratur, investimentos que pode alcançar algumas dezenas de R$ bilhões, fora do Orçamento Público federal.
Pelas declarações do ministro da Fazenda e da ministra do Planejamento, denota-se a despreocupação com os gastos públicos, sem observância do Orçamento Público aprovado pelo Congresso Nacional. O próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na sua primeira entrevista, aventou a possibilidade de um "déficit primário" ou o "rombo fiscal" de R$ 100 bilhões a R$ 200 bilhões, acima do Orçamento Fiscal aprovado de R$ 3 trilhões. Lembrando, também, que no Orçamento Fiscal não estão incluído o pagamento de juros da dívida pública, via Tesouro Nacional, próximo de R$ 6 trilhões, já comentado na matéria anterior.
Presidente da República, Lula da Silva, quer lançar um novo programa do governo, à semelhança do PAC - Plano de Aceleração do Crescimento, implementado no segundo período do governo Lula, sem ter dinheiro em caixa, fora do Orçamento Fiscal aprovado pelo Congresso Nacional, em última análise, com o Tesouro Nacional financiando o "déficit primário", pagando juros de 13,75% ao ano.
Conforme o volume de gastos públicos com o "déficit público" crescente, o País afunda cada vez mais, comprometendo o crescimento sustentável ao longo do tempo. O Brasil com o Presidente Lula não sairá de uma verdadeiro "tobogã" de "aventura", que levará o povo brasileiro ao pedregulho ao invés de piscina d'água. Preparem-se, que a alegria de gastos públicos desenfreados vai trazer mais sofrimento para a população a curto prazo.
Ossami Sakamori
Um comentário:
Você está otimista, sera muito pior, já estamos começando uma estagflação, o BC não vai baixar os juros, pois a inflação está recrudescendo, deverá encerrar o ano acima de 7%, mais para frente o BC vai aumentar os juros, a relação dívida pública/PIB vai inverter a queda, isto vai gerar um populismo por parte do Lula, que vai bater ainda mais na independência do BC, na meta de inflacao e no teto de gastos, mas o mercado vai perceber e os ativos brasileiros vão se desvalorizar em dólar.. ou seja, de um lado o Lula mais populista e de outro o mercado mais arredio, isso vai gerar desemprego e insatisfação por parte da sociedade… aí vamos ver para que lado o SISTEMA, que o elegeu vai! Será que Alckmin e Moraes vão continuar bancando um Lula que afunda, ou vai pular do barco? A conferir..
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