segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

O desafio para o governo Lula

 

No início do ano, sobretudo, os empresários de qualquer porte e de qualquer atividade, quer planejar o rumo vai direcionar  as suas atividades industrial, comercial e de serviços, para o ano que se inicia, o de 2023.  Isto acontece no mundo todo, do leste a oeste e de norte ao sul.  As empresas globais, estabelecem suas políticas comerciais, focadas no crescimento econômico global e em especial do país em que está estabelecido.  O Fórum Econômico Mundial de Davos deu pistas para o futuro da economia global para governos dos países e empresas possam planejar o rumo dos seus negócios.

           A Comunidade Econômica Europeia, que, no conjunto configura como 3ª economia do mundo, prevê crescimento econômico de 2,7%, segundo previsão do Banco Central da Zona de Euro.  Segundo Fitch, uma das agências de classificação de riscos, os Estados Unidos devem ter o crescimento do seu PIB em 0,5% para o ano de 2023.  Ainda, segundo Morgan Stanley, a previsão de crescimento do PIB chinês para 2023 é de 5,6%, ligeiramente acima do número apresentado na última previsão.     

    Quanto a previsão de crescimento do Brasil para este ano, até  este momento, 23 de janeiro, é de completa incerteza, sobretudo por falta de indicativos do Ministério da Fazenda e do Ministério do Planejamento.  Por enquanto, os discursos da equipe do Presidente Lula é de total desencontro entre os próprios membros da equipe econômica.   Os primeiros números de referência estão sendo definidos, nestes últimos dias.  Por exemplo, o novo salário mínimo de R$ 1.302,00 e piso nacional do magistério, já foram anunciados como líquidos e certos.   

           A dificuldade de estabelecer meta de crescimento do Brasil está em saber exatamente a definição das metas do Orçamento Público do Governo federal.  De pronto, sabemos que haverá, mais uma vez, o "déficit primário", ou o dinheiro que falta para cobrir os gastos do Governo federal em 2023 que é de R$ 3,190 trilhões, segundo as falas iniciais do ministro da Fazenda.  

        Se o próprio Governo federal  não tem os números fechados, é exigir demais que a inciativa privada façam o seu planejamento, sem saber ao menos os "novos encargos" ou aumento de impostos e ou contribuições, em estudos no Ministério da Fazenda e no Ministério do Planejamento, que deverão ser definido até o final do mês de abril.   Certamente, no novo pacote do Governo federal, deverá vir com a volta da oneração sobre combustíveis.  A volta da oneração dos combustíveis será insuficiente para cobrir o "rombo fiscal" ou o "déficit primário" previsto.   Desta forma, o País está cada vez mais longe de ser incluído na OCDE ou o Clube dos mais ricos do planeta.  

          Para o Brasil que necessita de investimentos diretos e indiretos de investidores estrangeiros, precisa mostrar o "cadastro bancário" do País com o "superávit primário" ao invés de "déficit primário".  O País precisa mostrar aos bancos e investidores internacionais, a sua capacidade de solvência ou de pagamentos, caso contrário é o caminho do default ou a insolvência.  

        O gráfico acima, embora incompleto, mostra que o Brasil está nesta situação de penúria desde a quebra do País em 2014/2015, na gestão do Partido dos Trabalhadores, comandada pela Presidente Dilma Rousseff e mostra também o "déficit primário" em 2020, decorrente da pandemia Covid.  Não adianta o Presidente Lula, em viagem ao Buenos Aires, tentar mostrar o seu projeto de recriação do CELAC, uma associação dos países da América Latina e Caribe, todos em dificuldade para fechar as próprias contas.       

         Para o Presidente Lula fica o desafio de superar o desempenho das contas do Presidente Bolsonaro de 2022, que apesar da pandemia do Covid em 2020, o Brasil deverá apresentar o "superávit primário" de R$ 34 bilhões, o primeiro resultado positivo desde crise econômico de 2014/2015 do governo PT, a da Presidente Dilma Rousseff.

            Ossami Sakamori         

Um comentário:

Anônimo disse...

Análise perfeita, e acredito na incompetência do Ministério para propor algo que realmente reduza gastos e aumente a arrecadação a ponto de diminuir substancialmente o déficit primário, além do que a decepção com um PIB pífio vai acompanhar a equipe econômica o ano todo, isso aumentará a pressão para que o Bacen diminua os juros, mas a inflação em alta obrigará o Bacen a elevar os juros, ou seja o CAOS está se instalando rapidamente