domingo, 15 de janeiro de 2023

Brasil é de todos nós!

 


Infelizmente, vamos ter que admitir que somos os únicos otários, os bobos da corte, no episódio que culminou com a invasão dos Palácios que compõe os três poderes da República Federativa do Brasil.   E, continuamos acreditando nas versões parciais apresentadas pela grande imprensa.  Segundo a grande imprensa, no último domingo, foi tentado o "golpe de Estado" no País.  Quem opina é um cidadão brasileiro que viveu os momentos cruciais do verdadeiro golpe de Estado, em 1964.

          Antes de tudo, não estou a defender quem promoveu as invasões e depredações ao patrimônio público, inadmissíveis, num regime democrático. Pelo contrário, classifico-os como vandalismo, orientado ou não por um grupo político ou militar, que cabe aos órgãos de segurança e judiciário desvendar, sob rigor da lei penal brasileira.   Usando os chavões que são utilizados pelos meios de comunicação, no que concordo:  O estado democrático de direito deve ser preservado.  

          Na condição de perito judicial, alguns fatos me chamou a atenção, no triste episódio que o País viveu no último domingo, dia 8, no que descrevo para consideração dos leitores deste blog:

          1. A ABIN, órgão de inteligência do Governo federal, que não pertencente a nenhum grupo político, 24 horas antes do triste episódio, deu alerta aos órgãos de segurança do Governo federal, incluído o GSI - Gabinete de Segurança Institucional que cuida especificamente da segurança pessoal do Presidente da República; 

         2. A ABIN teria mandado informe, sigiloso e importante para o órgão de segurança do Distrito Federal e também para o Ministério da Justiça, claro do atual governo, para providências cabíveis;

           3.  A grande imprensa já sabia antecipadamente sobre o movimento que culminou com a invasão de prédios públicos, o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF.  O fato é que, a divulgação da imagem do movimento, por coincidência, começou exatamente, no rompimento de barreiras da Polícia Militar do DF, feito por menos de duas dezenas de soldados.   O informe da ABIN teria vazado somente para a grande imprensa ou o informe era de domínio público?

            4.  Apesar dos informes da ABIN, com conhecimento do Ministério da Justiça e do GSI, nenhum órgão de segurança foi acionado preventivamente, como para reforçar a segurança do Congresso Nacional, Palácio da Alvorada e no STF.  Pelo que foi noticiado pela imprensa, no Palácio de Planalto encontravam apenas 12 guardas, num contingente de 1.570 homens e mulheres que compõe a Guarda Presidencial;

       5.  Mesmo sabendo dos informes da ABIN e ao GSI, o Presidente da República, foi ao compromisso oficial em Araraquara, SP, no domingo, dia 8, dia incomum para visita protocolar a uma cidade, que acontece normalmente nos dias de semana.  Coindidência ou  não o prefeito de Araraquara, SP, Edinho Silva, PT/SP, deverá deixar a Prefeitura da cidade para ocupar um Ministério no novo Governo.  O Presidente da República, Lula da Silva, acompanhou o triste episódio da invasão do Palácio do Planalto, num gabinete de crise, montado naquela cidade, acompanhado do prefeito daquela cidade.   A ausência do Presidente da República, na Capital federal, avisado que foi pelo ABIN e pelo GSI sobre a possível invasão dos Palácios do Governo, é um perfeito "álibi" para livrá-lo de um eventual culpa pela falta de providências sobre segurança do Palácio do Planalto. 

          6. Com muito atraso, foi determinado ao Ministério do Exército a desocupação do pátio onde se concentrava os manifestantes e seus ocupantes, algumas centenas de pessoas, para serem indiciados como "golpistas" (sic).  Neste episódio, faltou uma manifestação pública sobre as invasões do Palácios do Planalto, o ministro da Defesa e nem os comandante do Exército, que abrigou os manifestantes por período longo, sob sua complacência. 

           7. A conclusão que chego, até na condição do perito judicial que presta serviços ao TJ/RJ, houve complacência e ou negligência dos próprios responsáveis pela segurança dos Palácios invadidos.  Como sempre, quem "paga o pato" são pessoas sem nenhuma qualificação e nenhum cargo na Esplanada dos Ministérios.  

         


         Que o episódio vivido, nunca mais se repita, com ou sem complacência dos que ocupam os cargos públicos de relevância, seja quem for, o Presidente da República ou qualquer membro dos órgãos de segurança da Esplanada dos Ministérios.  E, que os verdadeiros responsáveis, seja ele de que matiz ideológico for, sejam punidos com rigor da lei.  E que os bagrinhos do "golpe" sejam soltos, imediatamente.

         Ossami Sakamori


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