Difícil acreditar, mas aconteceu. Segundo informações do Banco Central do Brasil houve erro nas estatísticas do mercado de câmbio do próprio BC, na apuração desses dados, desde outubro de 2021. O fluxo de conta corrente com o exterior, passou de uma entrada de US$ 9,574 bilhões para uma saída de US$ 3,233 bilhões. O assunto é de extrema gravidade, porque diz respeito a credibilidade do País no exterior. Diz a nota do BC, que o erro foi de mero US$ 1 bilhão ao mês, no período revisado.
A divulgação foi feita pelo chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, um funcionário do segundo escalão da Instituição, que tem o dever de cuidar da política monetária do País. O funcionário em questão, nem é indicação do novo Governo, uma vez que o Banco Central é independente do Governo federal, como acontece em todos os países democráticos do mundo. A notícia não guarda viés político, diz respeito à credibilidade do Banco Central.
Desde a sua indicação, Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil, tenho elogiado a condução da política monetária do País, dando a relativa estabilidade à moeda brasileira, frente ao dólar, sobretudo com a política de juros básicos, Selic, das dívidas do Tesouro Nacional. No meio de uma eleição tumultuada, o BC conseguiu manter a inflação próximo à meta de 4,5% ao ano. No entanto, o que ocorreu, sobre o registro de fluxo de capitais, mexe com a credibilidade não só do BC, mas sobretudo do País. Se fosse num país desenvolvido, o Presidente do Banco Central se demitiria ou no mínimo viria ao público "assumir" a culpa pelo erro, grosseiro, cometido pelo funcionário do segundo escalão.
Como o Brasil é ainda Brasil, terra do carnaval, que após quarta-feira de cinzas tudo será esquecido. Assim como ficou esquecido os empréstimos à Venezuela e Cuba do BNDES, da gestão do atual Presidente Lula, inadimplentes, que foram liquidados com o dinheiro do Tesouro Nacional. Para completar a lambança com o dinheiro do povo brasileiro, o Presidente Lula prometeu financiar o gasoduto para os argentinos, num "gesto de amizade", com o dinheiro do BNDES, tal qual como dantes.
Carnaval está chegando e tudo isto vai para debaixo do tapete ou vai virar cinzas, junto com foliões da República.
Ossami Sakamori
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