quinta-feira, 7 de maio de 2020

Paulo Guedes otimista com a taxa Selic de 3%.


O Banco Central anunciou, ontem, a taxa básica de juros Selic em 3%.   Historicamente, é a menor taxa Selic desde a implementação do Plano Real.  A taxa básica de juros Selic é a remuneração de novas dívidas ou a "rolagem" das dívidas antigas do Tesouro Nacional.  Embora, a taxa básica de juros Selic faz parte da política monetária, leia-se Banco Central, comandado pelo Campos Neto, quem comemora é o ministro da Economia que cuida da execução do Orçamento da União.  Guedes está de olho em novos "rombos fiscais" no decurso da crise econômica.

Atrás das comemorações da equipe econômica e do "mercado financeiro", atrás da menor taxa básica de juros Selic, esconde a cruel realidade, a pior depressão dos últimos 100 anos.   Pelo resultado equivocado da política econômica iniciada pela então presidente Dilma Rousseff, o País vinha acumulando recuo da atividade econômica, em relação aos demais países do mundo, cuja indicadores apontam um recuo de 15%, grosso modo.   O ministro da Economia, Paulo Guedes, desde 2019, estava tentando colocar as contas públicas nos eixos, tentando conter o "rombo fiscal" nos níveis de 1,5% do PIB ou cerca de R$ 120 bilhões e teve exito na "reforma previdenciária" que trará uma economia ao redor de R$ 800 bilhões em 10 anos.

Paulo Guedes, um otimista nato, avoca para si, o acerto da política econômica e política monetária, a última sob comando do Campos Neto, apesar de se encontrar no "olho do furação" da crise econômica proveniente da epidemia "coronavírus".  Embora, eu concorde com medidas de estímulo à economia proposta pelo ministro da Economia sobretudo para resolver problema de "curto prazo", discordo total e frontalmente, o exagerado otimismo do Paulo Guedes em afirmar que a economia "pós coronavírus" vai acontecer como um "V".  A "depressão" devido a "coronavírus" pegou pesado nos principais economias do mundo, incluído China.  Pelas razões expostas, a retomada do crescimento econômico virá em forma de "U", isto é, o fundo do poço será mais estendido do que o fundo do "V".

Nas matérias anteriores, afirmei que o "rombo fiscal" devido ao "coronavírus" seria de R$ 350 bilhões.  As novas previsões de gastos do "Orçamento de Guerra", o orçamento fiscal extra LDO, aponta para gastos extras de R$ 500 bilhões.  Somado ao "rombo fiscal" previsto na LDO, de R$ 120 bilhões, o "rombo fiscal" efetivo da União em 2020, será de R$ 670 bilhões ou equivalente a cerca de 8,5% do PIB, até o momento.  A inflação só "não explode" devido a pesada "retração" da economia devido a "coronavírus". 

Vamos lembar que o "Orçamento de Guerra" é apenas "mitigação" do gigantesco "rombo fiscal" ou o "déficit primário".  A imagem do topo, do Paulo Guedes, ilustra bem o tamanho do "rombo fiscal" que o contribuinte deverá pagar nos próximos 10 anos.  A dívida pública interna está aproximando celeremente a R$ 5 trilhões.   Eu disse, cinco trilhões!  Dá para ficar feliz com isso, dá?

Paulo Guedes otimista com a taxa Selic de 3%.  Campos Neto, um tanto reticente, com o olho na inflação.

Ossami Sakamori




3 comentários:

Anônimo disse...

Se não existisse a máquina pública, o Brasil resolveria seus problemas rapidamente e nem haveria "crise" ! Nós sabemos que os políticos roubam, são incompetentes e endividam os Estados e municípios! O funcionário público não trabalha e nem produz riqueza, apenas recebe boa parte dos nossos rendimentos!
Sem a intervenção do Estado, os mercados estariam livres para renegociar todas as dívidas e reestruturar suas empresas ! A recuperação seria muito mais rápida e a economia mundial se estabilizaria rapidamente!
A elite global continuaria bilionária e o resto do mundo ficariam com as migalhas!
Todos ficariam felizes e com um pouco menos de recursos!

Anônimo disse...

A China é uma grande parceira comercial do Brasil e os grandes chefes mundiais deveriam entender a dificuldade de administrar 1 bilhão de habitantes e seu controle inflacionário! Se o Brasil ajudasse o governo chinês a resolver seus problemas, dificilmente haveria crise mundial! Os EUA sabem que um controle inflacionário mundial é vantajoso para todos os países e a hegemonia do dólar desabararia frente a outras moedas, como já está ocorrendo!
O Brasil poderia ser a maior nação do mundo fazendo parcerias inteligentes, inclusive com o próprio EUA, desde que não faça retaliações !

Anônimo disse...

O BC pode baixar a taxa selic a zero, mas o spread bancário vai continuar existindo...rsrsr!!