terça-feira, 5 de maio de 2020

Paulo Guedes tenta socorrer a Embraer.


Após a desistência da compra da Embraer pela Boeing o ministro da Economia, Paulo Guedes, ensaia uma operação de socorro à Companhia através da subsidiária do BNDES, a BNDES Participações.  A operação seria do tipo sindicalizada com bancos privados, num misto de empréstimos de longo prazo como emissão de debêntures conversíveis e emissão de derivativos de toda ordem.   Na prática seria uma "semi-estatização" de uma Companhia que nasceu e cresceu como empresa estatal. 



Como pode ver no gráfico acima, na prática, a Embraer é uma empresa sem dono, com forte participação do capital estrangeiro.  O governo federal já participa com 5,37% da composição do capital, via BNDES Participações.  As ações da Embraer já perdia, até ontem, cerca de 60% em relação ao valor de mercado no início do ano.  Mesmo com a operação de socorro, o futuro da Embraer é incerto.  

A medida proposta pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, vai na contra-mão da sua teoria liberal da Escola de Chicago, com o que angariou a simpatia da classe produtiva nacional.  No entanto, está na mesma linha de intervenção na economia via "Orçamento de Guerra", cuja injeção de recursos via emissão de títulos da dívida pública do Tesouro Nacional, até ontem, já projetava cerca de R$ 350 bilhões.

Com a profunda recessão que ainda está por vir, outros exemplos como este, de socorro às empresas de porte deverão ser notícias nas páginas econômicas da grande imprensa.   

Paulo Guedes tenta socorrer a Embraer.

Ossami Sakamori




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