Ao observar a trajetória e o comportamento do Presidente da República Jair Bolsonaro, veio à lembrança de que há certa semelhança no comportamento entre o atual e o presidente Jânio Quadros. O Jânio foi o vigésimo segundo presidente do Brasil, que governou o País entre 31 de janeiro de 1961 e 25 de agosto do mesmo ano. Antes de ser Presidente da República, Jânio tinha sido governador do estado de São Paulo e ganhou notoriedade pela sua maneira de "combater" a corrupção, comportamento típico desde tempos imemoriais. Quando vejo o comportamento "tosco" do presidente Bolsonaro e o seu jeito de governar o País me veio a lembrança do ex-presidente.
Jânio Quadros se elegeu com votação expressiva, baseado em bandeira ultra "conservadora", como inusitada proibição de "briga de galo" ao uso de "biquíni". Com o mesmo estilo de discurso se elegeu o presidente Bolsonaro, como sendo "conservador" e "evangélico". O Presidente da República prometeu, no discurso de posse, governar para todos brasileiros, independente da crença de cada um, tal qual fez o Jânio Quadros, que se elegeu prometendo "combate" à corrupção no País. Um bom "slogan" para se eleger.
O Presidente da República, percebeu que o discurso de "extrema direita" não é suficiente para mantê-lo no cargo. Nos últimos dias, tem dedicado o seu tempo, para fazer "coligações" que impediriam o pedido de "impeachment". O pedido de "impeachment" só viabiliza com voto de 2/3 de votos dos deputados. O alvo do assédio foi o "Centrão", um amontoado de partidos políticos que sempre esteve ao lado do sucessivos governos, sempre, a troco de "toma lá, dá cá". São eles: PL, PP, PSD, PR e outros. Sim, são os mesmos partidos que estiveram no "centro" das operações Lava Jato. Certamente, é um custo político muito alto para quem se elegeu combatendo a corrupção.
Voltando ao ex-presidente Jânio Quadros, as últimas revelações suas, demonstraram que a "carta renúncia" encaminhada ao Congresso Nacional no dia 25 de agosto de 1961, era uma forma de pressionar, para ganhar o poder "absolutista". Deu no que deu, o Congresso Nacional, da época, simplesmente, "aceitou" o seu pedido de renúncia, culminando com a posse do vice-presidente João Goulart. Bem, o restante da história vocês já sabem, veio o golpe militar de 1964.
Infelizmente, o Brasil fica sempre à mercê da vontade de "líderes da ocasião", que prometem mudanças radicais na maneira de governar o País, sejam eles de "esquerda" ou de "direita". O erro está em esses "novo líderes" incorporarem as suas "vontades" próprias, na tentativa de se tornarem um novo "messias" ou um novo "salvador da pátria". Cada novo líder, vem com o seu "cercadinho" próprio, excluindo demais "cercadinhos". É um verdadeiro "confinamento político" na época do "confinamento sanitário".
O povo brasileiro, no qual me incluo, nada mais é do que gado à espera do abate, na fila do matadouro.
Ossami Sakamori
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