Até que enfim, o ministro da Economia, Paulo Guedes prometeu numa videoconferência, realizada ontem, com os empresários, o anúncio do programa de geração de empregos em 30 ou 40 dias. Contou na videoconferência que o "auxílio emergencial" trouxe ao conhecimento do governo 38 milhões de brasileiros que jamais haviam tido uma carteira de trabalho. Antes tarde do que nunca. Este blog vem cobrando, sistematicamente, do ministro da Economia, o "Plano de saída" para a crise econômica devido a pandemia "coronavírus".
Paulo Guedes, ministro da Economia, dizer que o "auxílio emergencial" trouxe ao conhecimento do governo, que ele pertence, um grande contingente de desempregados e sub-empregados "não considerado" pelo governo para sua formulação da sua política econômica de longo prazo é uma verdadeira afronta. Nem sou articulista econômico e muito menos agente público responsável pela formulação da política econômica do governo, mas, sistematicamente, venho chamando atenção do número de trabalhadores em situações vulneráveis.
O número de desemprego divulgado pelo Caged do Ministério da Economia, está longe de ser o número real de desempregados e subempregados no País. O número apresentado é uma bela ficção científica. Estão fora deste número, os desalentados (desempregados que nem saem à procura de trabalho), os nem-nem (pessoas adultas que nem trabalha e nem estuda), os desempregados recebendo o seguro desemprego e finalmente os que tem trabalhos informais (os biscateiros). Este contingente soma outros tantos milhões, que agora revelado com o "auxílio emergencial", em 38 milhões. Infelizmente, eu estava com a razão. Errei por pouco em número, que eu estimava em 40 milhões nos meus estudos macroeconômicos. Os que acompanham este blog, sabem do que estou a falar.
Demorar mais 30 a 40 dias para apresentar o "Plano de saída", pelo o ministro Paulo Guedes, que tem o corpo técnico muito preparado, é uma uma "eternidade". Este "Plano de saída" já devia estar pronto há pelo menos um mês. A solução "mágica" do Ministério da Economia ao que parece, será a "Carteira Verde-Amarela" que é um contrato de trabalho "não regido" pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A ideia da Carteira Verde-Amarela é incorporar o 13º salário e o FGTS ao pagamento mensal de salários. É mais ou menos como extinguir o 13º e o FGTS, que são benefícios que não existem nos Estados Unidos, por exemplo.
Espero que o "Plano de saída" da "coronavírus", não seja mais um plano "tapa buraco" representado pelas diversas formas de "subsídios", que até hoje, terá consumido entre R$ 350 bilhões a R$ 500 bilhões do Orçamento Fiscal. Melhor dizendo, este "rombo fiscal" está apartado do Orçamento Fiscal ordinário previsto na LDO para 2020. O dilema do Paulo Guedes é continuar sendo um "liberal da Universidade de Chicago" ou um "neoliberal" ao estilo do renomado professor John Keynes.
Paulo Guedes está com dilema angular: ser ou não ser "neoliberal", é um novo desafio.
Ossami Sakamori
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