O ministro da Economia, Paulo Guedes, está com maluquice na cabeça. Afirmou ontem, que o Banco Central pode emitir muita moeda e comprar a dívida interna, sem gerar impacto inflacionário, num ambiente de inflação se aproximando de "zero". Isto, o Paulo Guedes afirmou na audiência pública da Comissão Mista do Congresso Nacional que acompanha as medidas relacionadas ao "coronavírus". O presidente do Banco Central, Campos Neto, é contra. Ufa!
Na matéria de ontem, fiz referência ao "déficit primário" ou o "rombo fiscal" de cerca de R$ 500 bilhões, sobretudo devido aos gastos oriundos da pandemia "coronavírus". Do montante de R$ 500 bilhões, R$ 120 bilhões já constavam do Orçamento Fiscal de 2020, previsto na LDO. O restante, seria coberto pelo "Orçamento de Guerra", assim chamado porque é uma "despesa extra" do governo da União em decorrência do "coronavírus".
O presidente do Banco Central, Campos Neto, prontamente, manifestou contrário à emissão de papel moeda pra financiar os gastos do governo no combate à crise provocada pela pandemia "coronavírus". Campos Neto acha que o "juro neutro" é suficiente para manter o crescimento econômico, sem pressões inflacionárias. Vamos lembar que o Banco Central, vem pagando taxa Selic a 3,75% ao ano, com reais ao redor de 0,80% ao ano, uma vez que a inflação corrente está girando ao redor de 3,9% ao ano. Campos Neto, admite juro real "zero" para alavancar a retomada do crescimento econômico do País.
Para vocês entenderem a divergência de opinião entre ambos, "em tese": a emissão de Títulos do Tesouro Nacional para cobertura de despesas do governo, resulta em dívida interna, impagável, aproximando para o limite de cerca de 75% do PIB ou próximo de R$ 5 trilhões. Por outro lado a emissão de moeda, como admite o Paulo Guedes e divergido pelo Campos Neto, para cobertura de gastos públicos, o Brasil já conheceu a "inflação galopante", de antes do Plano Real.
Emissão de papel moeda para pagar os gastos públicos é uma "opção" muito arriscada. Já esquecemos da inflação no fim do governo Sarney de 1.970% ao ano? Ou inflação da vizinha Venezuela, apesar da enorme ativo da reserva de petróleo? O que sabemos é que a cobertura de despesas do governo com emissão de papel moeda, é uma tentação para qualquer administrador público, que o povo brasileiro já vivenciou várias vezes, com enormes custos sociais.
Paulo Guedes ficou louco da cabeça!
Ossami Sakamori
Um comentário:
Certamente não estava falando sério...
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