domingo, 23 de dezembro de 2012

PLANO DILMA = PLANO CRUZADO DO SARNEY


Presidente Dilma conseguiu o feito único, com sua ignorância e incompetência, desorganizar a economia.  A situação se assemelha com o Plano Cruzado do Sarney.  Com engessamento de câmbio e tarifas públicas, conseguiu a proeza de deixar o País numa situação delicada.  Já que nenhum economista de renome ousa a enfrentar a presidente Dilma com as análises, contrariando a política econômica do ministro Mantega/ Tombini, eu as farei.

A Europa viveu nos últimos 2 anos, um período difícil, com estagnação, resultado do refluxo da crise financeira global de 2008.  Isto refletiu em todo o mundo, até na China que vinha crescendo a uma média anual de 10% ao ano.  Isto afetou o Brasil porque a China que se tornara um dos maiores consumidores de commodities do País.  Aliado ao fato da estagnação da economia mundial, os presidentes Dilma e Lula, artificialmente, apreciaram o real, para permitir à população brasileira, a sensação do "poder de compra".  Tinha em vista, o Lula, a eleição da presidente Dilma, à época. Mas, não justificava Dilma, ter mantido a mesma política do Lula, nos primeiros anos do mandato.

Quando da sua posse, a presidente Dilma, teve oportunidade de impor correção do rumo, já que no poder ela já estava.  Mas, não a fez.  Deixou o tempo correr, com "êxtase" da popularidade, nunca dantes vista para o primeiro ano de um presidente.  Tal qual fez o presidente Sarney com o seu primeiro período do Plano Cruzado, adiou o ajustamento da economia engessada.  Dilma tentou ajustar a economia no ano de 2012, mas a fez em dose homeopática e deixou a economia em descompasso maior ainda.  Fez o ajuste do câmbio em níveis abaixo do necessário, através de intervenções no câmbio pelo BC.  Fez o ajuste da taxa básica de juros, em dosagem insuficiente para equalizar com os países desenvolvidos.  Não teve a coragem de colocar a economia flutuando no mercado, porque queria Dilma manter a sensação do "poder de compra" da população.  Teve medo de enfrentar o realismo do mercado tudo por conta da sua "alta popularidade".

Dois anos do governo Dilma, já se foram e ela teve proeza de deixar a economia mais desorganizada do que nunca.  Pior de tudo, desorganizada e engessada.  Com o câmbio engessado, conseguiu fechar ou desnacionalizar as indústrias brasileiras. Muitas das indústrias brasileiras, montaram fábricas no exterior, para compensar a perda de competitividade. Com a taxa Selic, ainda, na altura de 7,25%, o governo necessita gerar Superávit Primário além de 10% do total da sua arrecadação somente para pagamento de juros da dívida do Tesouro Nacional.  Com a contenção do reajuste de combustíveis para o consumidor, à título de segurar a inflação, quebrou de vez a Petrobras.  A Companhia vale hoje no mercado, metade do valor de 2007, em termos reais.  Com a última redução tarifária de energia elétrica impostas às concessionárias, acabou de quebrar a Eletrobras, que vale hoje cerca de 1/3 do que valia em 2007. 

A presidente Dilma, se encontra na mesma posição do presidente Sarney no segundo semestre do seu primeiro ano do seu mandato.  Se correr o bicho pega, se parar o bicho come.  Com a dupla Mantega/ Tombini, não conseguiremos sair da situação incólume.  Teríamos que ter uma nova concepção da política econômica, para sair da situação engessada.  Os primeiros sinais dadas pela Dilma, é de adiar o alinhamento dos pesos relativos da economia, quais sejam, câmbio, taxa Selic, combustíveis e tarifa de energia.  Imagino, que o adiamento se deve a manter sua popularidade à altura para garantir a sua pretensão de se manter na condição de candidata ao cargo de presidente em 2014.  Quanto mais tempo adiar os ajustes, mais próxima fica a posição do Brasil como dantes do Portugal, da Espanha, da Itália e da Grécia.  Nem é necessário ir longe para buscar semelhança, basta lembrar do que aconteceu com o nosso cruzado "valorizado" do Sarney.

Se nenhum agente público, analista econômico renomado, imprensa em geral, empresário de peso no PIB não chamar atenção para a política econômica equivocada da Dilma, serei eu a fazê-la, com veemência, mesmo ciente de que em quase nada influenciaria na mudança do rumo do País.

Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT.  E-mail: sakamori10@gmail.com

3 comentários:

Daniel Cohen disse...

Saka,..não acredito que ela faça isso buscando a popularidade. Pense bem,..esses são os dogmas da ultra esquerda estatizante. Isso é pura burrice aliada a incompetência.

daniel disse...

Se suas análises, Sr Sakamori, não despertarão interesse no governo, pelo menos para nós é de grande valia pois nos dá a dimensão do real problema econômico que vivemos no Brasil. Por medo de retaliação, grande parte da mídia não divulga notícias em desfavor do governo federal.

Arno Edgar Kaplan disse...

Se por tua causa, a Dilma vier a dar uns murros na mesa, isso tudo, tudo, já valera a pena...