Amazônia é nossa! Perito Judicial Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Foi professor da Escola de Engenharia da UFPR. Macroeconomia e política.
sábado, 1 de dezembro de 2012
SUPERÁVIT PRIMÁRIO É COISA FEIA!
A meta de superavit primário para todo o setor público em 2012 é de R$ 139,8 bilhões. De janeiro a outubro foram economizados R$ 88,2 bilhões, valor bem abaixo dos R$ 118,6 verificados no mesmo período do ano passado. Mesmo considerando o abatimento de R$ 25,6 bilhões em gastos com investimentos já anunciado pela equipe econômica ainda faltam R$ 26 bilhões para o governo cumprir a meta de superavit primário deste ano. Pela Lei Orçamentária, o governo poderia abater até R$ 40,6 bilhões, desde que a despesa tenha sido de fato realizada. Fonte: Folha.
Creio, muito difícil o governo cumprir a meta de Superávit Primário, mesmo fazendo gambiarra contábil, permitido pela lei, porque "segundo o BC, os gastos efetivos do PAC somam até agora R$ 26,6 bilhões. Fonte: Folha."
Isto sem contar com os dividendos recebidos das empresas estatais, na marra, das já seriamente combalidas companhias como a Petrobras e Eletrobras. "Em 2012, o governo federal deverá contar com R$ 29 bilhões em dividendos dessas empresas, um valor recorde. Até outubro, já ingressaram R$ 19,7 bilhões. Fonte: Folha".
Só para lembrar, que o Superávit Primário que o governo tenta vender como uma coisa boa, na realidade, é nome de coisa feia. Superávit Primário serve apenas para pagamento da "parte" dos juros que o governo federal tem que pagar sobre o estoque da sua dívida pública. O Superávit Primário previsto no orçamento de 2012, não cobre totalmente as despesas com juros, mesmo considerando todas gambiarras contábeis possíveis.
Uma parte das despesas dos juros decorre da manutenção da Reserva Cambial de quase US$ 400 bilhões. Boa parte da Reserva Cambial são decorrentes da troca de dívida externa pela dívida interna. Segundo BC, pouco mais de US$ 200 bilhões de parte da Reserva Cambial é aplicada em título do Tesouro americano, recebendo juros de 0,25% ao ano. Lembrando que no mercado interno, o BC toma empréstimo à taxa Selic de 7,25%. Resumindo, pagamos 7,25% e aplicamos a 0,25%. Todo este esforço do governo, no caso da Dilma, é para manter credibilidade no exterior. É como ter que fazer "saldo médio" alto para conseguir tomar o empréstimo "barato". Saldo médio para conseguir rating de "grau de investimento", pelo S&P, um belo BBB+. Só mesmo "chorando" para encarar esta situação.
A presidente Dilma e ministro Mantega divulgam como "conquista" o cumprimento da meta do Superávit Primário, dando impressão de que o tal item do Orçamento da União é um troféu. E o povo acredita. O pior, muitos economistas, os de plantão, aplaudem o tal fato, elogiando a administração Dilma. É dizer mais ou menos: Parabéns presidente Dilma, por ter conseguido pagar "parte dos juros" da dívida pública. Lembrando que dívida pública é na essência, de cada cidadão brasileiro, seja adulto ou recém nascido. Cada recém nascido brasileiro, compulsoriamente assina uma promissória de mais de R$ 11 mil ao vir ao mundo. Tudo para manter a estrutura do governo federal, no caso atual, a máquina da presidente Dilma.
Revolta-me pensar que parte dos gastos com os juros, cobertos com Superávit Primário, deveriam estar sendo direcionado para investimento em educação, saúde pública e segurança pública. Pelo jeito, está longe de acontecer isto. Ao contrário, uma boa parte do dinheiro que sobra, após o pagamento da parte dos juros, vai ao bolso dos "predadores" da República como o "capo" Lula e "seus sobrinhos". Nós, contribuinte, é que pagamos a farra da última predadora, a Rosemary do Lula. Choramos ou rimos?
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT. Twitter: @sakamori12
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