domingo, 2 de dezembro de 2012

PIB 2012. BRASIL SÓ SERÁ MELHOR QUE PARAGUAI


A notícia. Com divulgação do PIB do penúltimo trimestre deste ano, apontado pelo IBGE em 0,6% de aumento em relação ao trimestre anterior, confirma a tendência de PIB do ano de 2012 em ser menor que 1,6%.  Com os dados do 3º trimestre dos demais países da América Latina, o Brasil terá crescimento previsto em penúltimo lugar, estando à frente, apenas, do Paraguai que amargará PIB negativo.  A Argentina que é dependente da economia brasileira, a previsão é de crescimento de 2,0% ao ano, ligeiramente superior ao do Brasil.

Preâmbulo. A política econômica, equivocada, da presidente Dilma, de assegurar o crescimento do país baseado, apenas, com expansão do mercado interno está chegando à exaustão.  Isto mesmo, justamente, a lição que Dilma fora dar na ONU e na  Alemanha, criticando austeridade fiscal e defendendo a expansão do mercado interno, se tornou exemplo a não ser seguido. Cuspiu para cima e ela caiu na cara da Dilma.  Se bobear, o projeto de reeleição de 2014 vai para água baixo.  Justamente, a política econômica da Dilma era e continuará sendo de assegurar a sua reeleição, esquecendo-se de preparar o Brasil para os desafios dos novos tempos.  

Diagnóstico.  Os agentes econômicos estão atordoados, de bocas abertas, sem entender bem o que está acontecendo no Brasil, que está ficando na rabeira entre os países emergentes em termos de crescimento do PIB.  Os analistas, os economistas de plantão (a maioria não são), os agentes públicos, os empresários beneficiários do Bolsa Empresário, estavam confiando no taco da Dilma.  Estavam, acho eu. A espinha dorsal da política econômica da Dilma, se baseia na expansão do mercado interno, via CréditoFácil e CréditoBarato, já apontados por este blogueiro, em diversas matérias anteriores a esta. 

Continuando o raciocínio. O presidente Lula pegou o Brasil com o endividamento da população equivalente a 23% do PIB e entregou à presidente Dilma com o endividamento já ultrapassando os 50% do PIB. Naquele período, o do Lula, considero que adotou a política era factível e foi correta, porque o endividamento da população era muito pequeno em relação a outros países do mundo.  Com a mesma política econômica do Lula, seguida pela Dilma, o endividamento da população já está batendo a casa dos 60% e no meu ver, está chegando próximo da exaustão.  Tal fato já ocorrera com Portugal, Grécia e Espanha, o endividamento da população chega um dia no limite intolerável.  Ainda, não chegamos lá, mas está próximo.

Insistindo no erro.  Para manter o consumo aquecido, a Dilma exasperou em estimular o endividamento da população, acionando as instituições estatais como BB e CEF e instigando os bancos privados a seguirem o mesmo caminho.  Associado ao estímulo do CréditoFácil e CréditoBarato, a Dilma deu de presente para o setor automobilístico a renúncia fiscal e a pseuda desoneração da folha de pagamento para alguns setores.  Somado aos créditos dos bens de consumo, a Dilma estimula o endividamento da população com o Programa Minha Casa Minha Vida, subsidiando moradias para menor renda com o "dinheiro do trabalhador", FGTS, "à fundo perdido". 

Pisando no tomate.  Para contribuir com a expansão da economia, a presidente Dilma, tomou decisões equivocadas, transferindo o custo desta para as Companhias estatais como a Petrobras e Eletrobras. Hoje, as Companhias citadas arcam com os subsídios, tornando as melhores Companhias dos setores, reconhecidas até então, como as melhores do mundo à penúria. As Companhias citadas, em momentos graves da economia, poderiam socorrer o Estado injetando recursos em investimentos, mas não farão.  O motivo é que a Dilma está sucateando ambas Companhias impondo "engessamento" das tarifas, tornando-as cada vez mais impotentes e ineficazes.  Pisou feio no tomate.  Tudo para assegurar a popularidade, na tentativa da sua reeleição em 2014.  

O que deveria ter feito.  Tomara que, ainda, não seja tarde para fazer os ajustes necessários e importantes na política econômica do governo Dilma, numa tentativa de salvar-se da situação.  Desde que criei este blog, 15 de fevereiro, postei mais de 465 matérias que apontam soluções para cada situação, difícil de sintetizar em algumas linhas.  Dentre estes artigos, vou citar apenas 5, sem indicar que apenas estes temas sejam os prioritários.  Os leitores, no entanto, devem ler todas matérias postadas para melhor compreensão do que estou a falar.  Vamos lá, assim mesmo.  O câmbio está defasado.  O Tesouro paga taxa de juros uma das mais altas do mundo (Selic). O Brasil tem infraestrutura logística deficiente e sucateada.  Os governos cobram impostos de primeiro mundo e oferecem serviços de terceiro mundo.   Dilma esqueceu de investir em educação, saúde pública e segurança pública.  Já citei 5 temas, mas vamos botar mais 2 novos problemas recém criados: imposição de tarifas à Petrobras e Eletrobras e consequente sucateamento destas.  

Sugestão ao leitor. As matérias postadas em número de 460, seguem a mesma linha de pensamento deste blogueiro, visceralmente contrária à política econômica do governo Dilma.  Os comentários nos rodapés de cada matéria, serão bem vindos, concordando ou discordando sobre as matérias versadas. Os comentários não passam pela moderação deste. Democracia é isto. 

Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT.  Twitter: @sakamori12 

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