domingo, 1 de abril de 2012

DILMA, PAUTA ECONÔMICA PARA NÃO NOS POR NO BURACO!

Presidente Dilma, a V. Excia. tanto falou de "canibalismo dos europeus", de "guerra cambial", de "moeda alternativa" e tantas outras bobagens, que o mercado, os empresários e o povo estão esperando o anúncio de medidas econômicas para se safar destes monstros, criados por Sra. mesma.

Concordo num ponto com  V. Excia. o Brasil está com graves problemas sistémicos no campo econômico e fiscal. A bem verdade, não estou vendo nenhum plano econômico com horizonte maior que 30 dias feito pela sua equipe. Já disse, inúmeras vezes, nas matérias anteriores, que isto se chama administração de tesouraria. V. Excia. está cercado de administradores incompetentes ou se não forem isso são os paus mandados do mercado e de interesses escusos ao país.  


Para facilitar a sua vida, presidente Dilma, vou enumerar aqui a pauta mínima de medidas que V. Excia. terá que tomar para não deixar o Brasil entrar num buraco sem saída, à exemplos de outros países que sofreram dos mesmos males que passa o Brasil.  A situação do país é complexa demais para tentar resumir em algumas medidas, mas devo enumerar algumas para que os meus leitores tenham, pelo menos, noção do que V. Excia. pode e deve fazer. 

1. Câmbio. 

Problema. O câmbio está defasado, a Sra. sabe. O governo Lula utilizou o câmbio para segurar a inflação, entre outras medidas. O dólar deveria estar em R$2,40 no mínimo, se corrigir historicamente desde edição do Plano Real, fazendo os devidos ajustes da inflação brasileira e da americana.  Isto vem causando enorme prejuízo para exportadores e está provocando desindustrialização no país. Matérias que foram expostas amplamente aqui neste blog.

Solução. Corrigir esta distorção num horizonte de 12 meses, sinalizando claramente ao mercado e ao povo, intenção do governo neste sentido.  Claro, isto vai trazer efeitos colaterais significativos como a volta da inflação. Mas, o cenário atual permite tomar esta medida, acompanhada de medidas complementares.  Agora, com medidas como taxação de IOF ou IR sobre capital especulativo, não resolvem. São apenas medidas paliativas. Tem que tomar medidas mais ousadas como permitir depósito em moeda estrangeira, proveniente de IED ou de exportações. Isto não é novidade em países desenvolvidos. Mas, funciona.  Entre, tantas outras medidas no âmbito do câmbio, que deverão ser tomadas.

2. SELIC. 

Problema. Eu já venho dizendo ou melhor é quase unanimidade entre agentes econômcos que a taxa de juros básicos que o país paga é a maior do planeta, tanto em valor nominal ou em valor real.  Mesmo com a taxa que pretende o BC baixar nos próximos dias para algo como 9% aa, o Brasil dispende grosso modo R$200 bilhões em pagamento de juros. Para ter Déficit nominal zero, é necessário, em tese gerar Superávit Primário no mesmo valor. É muito juros para o país que está precisando de dinheiro para educação, saúde, segurança pública e de infraestrutura sem contar com outras necessidades.

Solução. Baixar taxa SELIC para 6,5% aa num horizonte máximo de 6 meses. Só nessa medida o país vai economizar cerca de R$50 bilhões. E mudar algumas leis que permitam baixar os juros para um patamar no mínimo igual a inflação, isto é 4,5%. O país economizaria outros R$40 bilhões. Aquela historinha de que baixar SELIC vai aumentar a inflação é piada! Basta ver, os juros pagos nos EEUU, Zona de Euro, Japão e China, todos pagam juros menores que a inflação. E eles por acaso estão com inflação galopante?  Unicamente, que a medida se tomada vai contrariar interesse dos banqueiros ou melhor de algumas famílias do país, porque instrumentos para permitir isto Brasil tem.

3. Custo Brasil. 

Problema. Já foi comentado também em matérias anteriores, grosso modo, 50% do valor de venda de qualquer produto no Brasil faz parte do custo Brasil.  Entre estes custos, inclui carga tributária, infraestrutura deficiente, burocracia, corrupção entre outros. Isto pesa muito. Tornam os produtos brasileiros sem competitividade.  Os importados acabam saindo mais barato, por este fato.  Acrescido ao problema, o relativo ao do câmbio, os importados ganham largamente comparados aos produtos produzidos aqui. 

Solução. Neste item, não tem muita mágica para fazer. Todas medidas de cortes no custo Brasil demanda solução de longo prazo. Cortar impostos é coisa muito difícil, dada a situação fiscal do Brasil. Problema de infraestrutura como construir rodovias, aquavias, aeroportos e ferrovias, demandam investimentos vultosos e de maturação à longo prazo. Brasil não tem Planejamento Econômico e Social de longo prazo. 

Vou parar nestes ítens.  Como o nosso problema tem graves erros sistémicos, herdados dos governos anteriores, desde o tempo do reinado, mas exasperadamente, nos governos da ditadura militar de 1964. Incluindo obviamente, os governos posteriores do Sarney, Collor, Itamar, FHC e Lula, que respectivamente empurraram os problemas para frente. Como bomba relógio, isto tudo, uma hora explode.  E esta bomba está no colo da nossa presidente Dilma.  Se explodir, quem vai pagar o pato, sempre, será o povo brasileiro.  


Exma. Sra. Dilma Rousseff, a bomba relógio está para explodir. Não adianta achar um bode expiatório, usar da bravata para tentar mitigar o problema.  Não adianta tomar medidas maquiadora, tímidas.  

Só tem um caminho, Sra. presidente, tomar medidas mais duras, deixar a máscara da fantasia cair, enfrentar a impopularidade pelas medidas, mas será lembrada como presidente que consertou o país.  Em tempo. Tem que acabar com roubalheira, também. 

Ossami Sakamori, 67, engenheiro civil, foi professor da UFPR, cidadão comum.
Atende pela rede social twitter : @sakamori10

Um comentário:

Flavio Oliver disse...

ESTÃO CONTAMINADOS COM A NOVA ORDEM MUNDIAL E AGORA PENSAM EM USAR COTAÇÃO CRUZADA NO BRINCS.TIRO PELA CULATRA.LANÇARAM O PAÍS NO OLHO DO FURACÃO.LOGO OS AMERICANOS DARÃO A RESPOSTA.