A Petrobras é uma empresa de economia mista, cujo ativo representava em dezembro de 2022, em R$ 976,7 bilhões e o lucro no final de 2023, somava R$124,6 bilhões, abaixo do resultado de 2022, que foi de R$ 188,3 bilhões. Entre os números em destaque, está a dívida bruta da estatal que está em R$ 309 bilhões, patamar considerado pela Companhia como "controlado". Sob ponto de vista operacional, a Petrobras, em produção própria, no pré-sal foi de 2,17 milhões de barris de óleo do tipo TWI. O País tem reserva de petróleo, incluído pré-sal de 14,8 bilhões de barris, do tipo petróleo pesado, de menor valor que o do tipo leve ou tipo Brent.
Para se ter a real dimensão da reserva de petróleo do Brasil, o topo da lista de reserva de petróleo do mundo, continua sendo a Arábia Saudita com 271 bilhões de barris e seguido pelos Estados Unidos, com 192 bilhões e Rússia com 143 bilhões de barris. A reserva de petróleo brasileiro, de 14,8 bilhões de barris, diante da reserva mundial é de cerca de 1/20 da Arábia Saudita ou 1/10 da reserva da Rússia, estando longe de ser produtor importante do mundo.
A ironia é que as refinarias do País só processam o petróleo do tipo leve, tipo Brent. Por esta razão, a Petrobras exporta o petróleo do tipo pesado, o TWI e importa o petróleo do tipo Brent, adequado às refinarias brasileiras. Ainda assim, o preço do petróleo no nível de hoje, ao redor de US$ 85 cada barril, do tipo TWI, e o preço de produção no pré-sal estando ao redor de US$ 45, segundo fontes da área técnica da Companhia, a extração do petróleo da Petrobras é altamente lucrativa, não havendo interferências políticas.
Dentro deste contexto é que há briga pelo comando da Petrobras entre o ministro da Minas e Energia e o próprio presidente da Petrobras, que é um senador da República pelo Rio Grande do Norte, PT/RN, com experiência na área de energia e petróleo. O pano de fundo, é a política de preços praticada pela Petrobras e a distribuição de dividendos para seus acionistas, incluído ao majoritário, o Governo federal. O uso político das estatais, entre os quais a Petrobras, para acomodar situações de apoios parlamentares continua sendo entrave para uma administração independente da maior estatal do País.
Espero que as brigas internas sobre o comando da Petrobras sejam feitas na cozinha do Palácio da Alvorada, não se expondo ao ridículo de estar brigando via imprensa. Quem paga o pato, invariavelmente, são os caminhoneiros e os consumidores finais, que pagam o pato, como de costume.
Ossami Sakamori
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