O mercado financeiro prevê taxa Selic a 9,75% ao ano no fim deste ano, 2024, com piora "relativa" do cenário econômico brasileiro, segundo a grande imprensa. Os mesmos agentes econômicos, preveem o dólar sendo cotado entre R$ 5 a R$ 5,10 no final deste ano. Digamos que isto tudo é apenas "expectativa", dos cenários econômicos globais, sem nenhuma alteração na atual expectativa.
Com muitos anos de "janela" no mercado financeiro e em algum momento da minha vida, participando dele, como operador do mercado financeiro, a tendência do mercado financeiro, muda a cada momento, a cada nova situação criada pelos que mandam na economia global. Eu falo, destas situações aquelas que provém dos Estados Unidos, China e União Europeia, nesta ordem de importância.
Baseado, mais em "feeling" do que em dados concretos, porque do futuro pode se prever pouca coisa, a não ser "incerteza", num ambiente global, onde há em curso conflitos como Ucrânia x Rússia, Israel x Hamas ou ainda Israel x Irã. Qualquer mudança na correlação de forças entre as potências em conflito, "pode" arrastar o mercado financeiro para piores/melhores situações, conforme a situação onde suas aplicações se encontra.
Mantido o cenário atual, com projeção de crescimento do País ao redor de 2% em 2024 e inflação contida no patamar abaixo de 5% ao ano, considerando ainda que o Governo federal, contenha os gastos públicos dentro das metas ou "déficit público" próximo de "zero". Convém lembrar que no "déficit público" não inclui o pagamento de juros da dívida pública que em valor líquido ultrapassa os R$ 6,5 trilhões. Mesmo para os que não tem nenhum conhecimento ou pouca afinidade com os números da macroeconomia do País, percebem que os juros da dívida pública, calibrado pela taxa Selic, é corrigido pela taxa do momento da "renovação".
Dentro deste contexto, com a vivência de muitos anos de "janela", a minha previsão é um pouco mais pessimista. Considerando que a inflação permaneça no patamar abaixo de 5% ao ano, a taxa básica de juros Selic deve fechar o ano, no patamar acima de 10% e o dólar deve fechar o ano de 2024, próximo de R$ 5,50.
O principal entrave para a previsão de números piores, os meus, é a absoluta falta de uma política econômica clara que oriente os investidores nacionais e estrangeiros, além da falta absoluta de uma definição clara da política fiscal, que baliza os gastos públicos do Governo federal. Os ministérios da área econômica, a cada dia, apresenta novidades. Desta forma, seria exigir demais, que os principais atores da economia, o agronegócio, as indústrias, o comércio em geral e os prestadores de serviços, se posicionem os seus investimentos "apostando" no País.
Previsão por previsão, lá vai o meu número. A taxa Selic deve terminar o ano, igual ou acima de 10% ao ano, inflação abaixo de 5% ao ano e o dólar mais próximo de R$ 5,50 no fechamento do ano.
O mercado financeiro, neste momento, exige cautela, no meu entender. O mundo está em "ebulição" e a situação exige prudência nos seus investimentos.
Ossami Sakamori
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