Desde que me conheço como gente, do tempo do piá, como diziam na cidade onde me criei, no interior do Paraná, ouço dizer que o "Brasil é país do futuro". Já se passaram sete décadas e ouço a mesma "ladainha" de que a nossa terra, dito pelo Cabral como terra de Santa Cruz, tem potencial para ser um dentre os países mais desenvolvidos do mundo.
Descoberto pelo Colombo no mesmo período, o da descoberta do novo mundo, os Estados Unidos, com dimensão territorial ligeiramente superior ao do Brasil, com área de 9.834.000 km² e população de 331,9 milhões de habitantes, pelo censo de 2021, é considerado a maior economia do mundo com US$ 23,32 trilhões de PIB - Produto Interno Bruto, enquanto o Brasil apresenta PIB de US$1,609 trilhão para população de 203 milhões de pessoas, no mesmo período de referência. Em síntese, o Brasil representa pouco menos de 15% da economia americana.
Eles, os Estados Unidos tem desertos assim como o Brasil tem o nordeste. Eles tem o Rio Mississipi e nós temos o Rio São Francisco. Eles tem as mais famosas Universidades e nós temos as nossas, como USP, UERJ e Unicamp. Eles tem a cidade de Nova York e nós temos as cidades de São Paulo e Rio. Os Estados Unidos continuam sendo o maior produtor de "milho" do mundo com 367,4 milhões de toneladas, em 2022, maior que a produção total de "grãos" do Brasil que foi de 312,5 milhões de toneladas. Não... Eles não são fracos!
Enquanto os Estados Unidos produzem petróleo para o consumo próprio, o do tipo pesado, o WTI e é autossuficiente, o Brasil produz, também, o mesmo tipo de petróleo, o WTI nos nossos poços do pré-sal. Por óbvio, as refinarias dos Estados Unidos estão programadas para refinar o petróleo pesado. Como as refinarias do Brasil só processam o petróleo leve, do tipo Brent, a Petrobras é obrigado a vender o petróleo do pré-sal, no mercado mundial e importar o petróleo do tipo leve, o Brent, num verdadeiro "passeio do petróleo". Parece coisa de português, como licença dos lusitanos...
No momento presente, os Estados Unidos avançam vertiginosamente na economia global, com pleno emprego, cujo índice está por volta de 3,5%, enquanto no Brasil o patamar de desempregado, o último disponível está em 8%, oficialmente, sem levar em consideração a população marginalizada ou "subempregada", que são as pessoas que vivem de "biscates" ou trabalhos sem garantia de leis trabalhistas e muito menos a cobertura da previdência social.
Enquanto os Estados Unidos passam pela situação de pleno emprego e economia em ascensão, o governo brasileiro padece de crise econômica desde a crise de 2014/2015. O Governo brasileiro não consegue fechar as contas públicas no terreno positivo, causando o "rombo fiscal bilionário", de R$ 100 bilhões a R$ 150 bilhões em 2023. Dizer que o situação fiscal está sob controle com o novo "arcabouço fiscal", que é um sofisma para "política fiscal", é uma tremenda enganação para si, o Governo federal e ao povo brasileiro.
O Brasil tem potencial, tal qual, tem os Estados Unidos, para ser uma das maiores economias do mundo, participando ativamente nas decisões importantes do mundo global, não apenas como ofuscado convidado à reunião do G7, o grupo das 7 maiores economias do mundo. No mundo global, não se ganha nas palavras fáceis.
O Brasil deveria ter uma história de políticas econômicas consistentes e ocupar posição de uma das maiores economias do mundo, por merecimento e não por promessas fáceis! Melhor seria que os "périplos" dos Presidentes da República pelo mundo a fora, com os habituais "pires na mão", oferecesse oportunidades aos investidores internacionais para contribuir com o desenvolvimento econômico do maior país da América Latina. Faltam brios e altivez para os brasileiros e seus governantes!
Ossami Sakamori
Um comentário:
👏👏👏👏👏 Parabéns Sakamori, é exatamente isto que você descreveu!!! Hoje sabemos o porque de sermos sempre o “ País do futuro “ ! Não vai mais ser para nossa geração mas enquanto estivermos por aqui , vamos lutar para que seja , pelo menos para nossos filhos e netos . Grande abraço amigão 🤝🤝🤝🤝
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