O presidente do Banco Central, Campos Neto, presidiu a reunião do COPOM, conforme calendário do Comitê, de reunião a cada 45 dias e deu o seu voto favorável para decisão de redução da taxa básica de juros Selic, em 0,5%. A partir de hoje, a taxa básica de juros Selic fica estabelecido em 13,25% ao invés de 13,75%. Campos Neto, em votando pela redução da taxa básica de juros Selic, embora, em número tímido, foi a forma de desarmar as contestações do Presidente Lula, via grande imprensa, que considera a política monetária do Banco Central como óbice ao projeto do seu governo.
Embora a inflação está sob relativo controle, no momento, a projeção da inflação para os próximos meses é de alta, conforme pode ver a projeção no gráfico abaixo. A alta da inflação é previsível pelo aumento de demanda dos produtos e mercadorias no segundo semestre, que antecede ao período de Natal.
A taxa Selic, desta forma, tem a tendência de continuar em "estabilidade" na taxa estabelecida na reunião de ontem, até o final do ano. Se houver redução, até o final do ano, será mais uma redução de 0,5%, mantido a atual política monetária do Banco Central. Embora, política monetária não seja ciência exata, mantido atual conjuntura política e econômica, a tendência é de que o Banco Central do Brasil continuará praticando a taxa básica de juros dos títulos do Tesouro Nacional, a mais alta do mundo.
O principal óbice para baixar ainda mais a taxa básica de juros Selic é o "déficit primário" para o ano de 2023, previsto entre R$ 100 bilhões a R$ 150 bilhões, previsto no "arcabouço fiscal", que nada mais é do que uma "política fiscal" dourada com nova denominação para disfarçar o "rombo fiscal" nas contas do Governo federal.
Lembrando que o "déficit primário" ou o "rombo fiscal" é o dinheiro que falta para cobrir as despesas do Governo federal, incluído as da Previdência Social. Para entender melhor, o que é o "déficit primário", por mais que tente disfarçar com a nova denominação de "arcabouço fiscal", é o dinheiro que falta para pagar as contas do Governo federal. Nesta conta, a do "déficit primário" não entra as despesas com o pagamento de juros da dívida pública, muito menos as amortizações dela. Literalmente, o Governo federal não arrecada o suficiente para pagar suas contas, muito menos, pagar os juros da dívida pública, que grosso modo, nas "rolagens" são corrigidos pelos juros baseados na taxa básica de juros Selic.
A situação do "déficit primário", vem desde a quebra do Brasil, no governo Dilma Rousseff no período 2014/2015, com breve respiro em 2022, com "superávit primário", insignificante, de R$ 54 bilhões. Enquanto perdurar a situação de "déficit primário" nas contas do Governo federal, a taxa básica de juros Selic, continuará uma das mais alta ou a mais alta do mundo.
Ossami Sakamori
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