segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Entenda o porque do Brasil andar para trás


Ontem, fiz comparação do desenvolvimento do Brasil em relação aos Estados Unidos, mostrando algumas diferenças sobre a economia entre os dois países, cujas "descobertas" ocorreram no mesmo período, o  ano de 1.500.   A semelhança para aí. 

           Um livro muito interessante sobre a formação da cultura americana, se encontra na obra do francês Alexis Tocqueville, (1805-1859), nascido em Paris.  O estudioso francês, fez uma viagem aos Estados Unidos, para entender melhor sobre a democracia nos Estados Unidos, já que seu país, a França vivia em conflitos permanentes.   

      Vocês encontrarão o livro dele em português, denominado de "A democracia na América", em qualquer livraria do País.   Para mim, o livro tem sido de utilidade e de "cabeceira".  O livro conta como se deu a colonização dos Estados Unidos, predominantemente pelos irlandeses pelo lado nordeste do país.   Daí, a língua do país ser inglês e o sistema de medida ser predominantemente em "polegadas" ao invés de sistema métrico.  Uma outra diferença fundamental na formação da cultura americana foram os costumes dos irlandeses, predominantemente, evangélicos.

          Enfim, o sistema político dos Estados Unidos é presidencialista, a mesma do Brasil, desde a sua independência em 4 de julho de 1776 da Inglaterra.   Meio século depois, ocorreu a independência do Brasil do reino de Portugal, porém, num sistema de "reinado" até a proclamação da República em 15 de novembro de 1889.  Enquanto os Estados Unidos praticavam a maior democracia do mundo, desde 1776, no sistema republicano, a democracia do Brasil está a consolidar o regime do governo, desde a Constituição cidadã de 1988, com dois séculos atrasados.

           A principal razão, além do cultural e do religioso, herdados da Inglaterra, os Estados Unidos levaram a sério o sistema do governo democrático, desde a sua independência.   Não é à toa que os americanos comemoram efusivamente o seu dia da independência no dia 4 de julho de cada ano.   No Brasil, o dia da independência tem sido de confronto político entre os liberais e socialistas, num embate de "figuras" do que de "ideias". 

            Infelizmente, enquanto os Estados Unidos produzem produtos agrícolas em abundância, mais do que o Brasil, eles são os precursores de produção de veículos automotivos, que alavancaram a tecnologia e a produção industrial, "em escala", enquanto o Brasil enfrenta o atraso tecnológico, passando de "inventor" para "importador" de tecnologias avançadas em todos os setores da economia.    A questão do Brasil é "copiar" ou "importar" tecnologias de qual origem, dos europeus ou dos chineses, apesar de País possuir talentos prontos para "exportar".  E, exportamos muitos.  Os "conhecimentos" são aproveitados pelos países do primeiro mundo.

         No campo político, a ideologia econômica está no segundo plano, apesar de parecer como se fosse o objetivo final.  Os velhos "currais políticos" ou os "cercadinhos" das alas liberais e socialistas, predominam os debates políticos sobre os debates que visam o desenvolvimento econômico do País.   Quanto mais pobre o povo, mais fácil de manobrar eleitoralmente.  

            Na matéria de ontem, afirmei que o futuro do Brasil está cada vez mais distante.  Não sou cientista político para afirmar, mas creio que o principal óbice para o desenvolvimento sustentável ao longo do tempo, está nos próprios debates políticos que visam tão somente os interesses privados dos políticos de plantões. 

       Quiçá, um dia, os debates sobre o desenvolvimento do País se voltem para a "política econômica" do que simples discussão sobre o "arcabouço fiscal",  que trata tão somente dos gastos públicos.   O povo pensa que o "arcabouço fiscal" é que vai tirar o País do atoleiro que se meteu.  Pelo contrário, o "arcabouço fiscal" é que vai levar o País ao buraco da dívida pública, com consequências nefastas no futuro próximo.  

          Minha homenagem, hoje, é para o economista Roberto Campos, ministro de Planejamento do governo Castelo Branco, que foi o ícone do planejamento econômico, no País.  

             Ossami Sakamori               


2 comentários:

Anônimo disse...

Você não pode estar mais certo. Não vejo luz no fim deste túnel…

Anônimo disse...

Parabéns ao mestre Ossami por mais esta aula brilhante obrigado