Na matéria anterior, eu disse que a popularidade do Presidente Lula está em alta devido, sobretudo, a inflação em baixa. Grande parte do mérito está na "política monetária" agressiva do Banco Central, com taxa básica de juros Selic a mais alta da economia global. O custo de manter a popularidade do Governo federal e governos estaduais em alta, como sempre, recai nas costas da população brasileira, independente de ser pobre ou rico.
Vejamos o que está acontecendo com a "política econômica" do Governo, que privilegia os "gastos públicos", criando um enorme "bolha" de gastança do dinheiro do contribuinte. Ainda, assim, o Governo federal é incapaz de gerar os recursos necessários para manter a "máquina pública", incluindo nela os diversos benefícios como o da Bolsa Família e da Previdência Social, sem contar com diversos benefícios indiretos através de subsídios.
Grosso modo, somente o Governo federal, consome cerca de 1/3 de tudo que o País produz e gasta. Acrescente nas despesas do Governo federal, os que corresponde às despesas dos estados e municípios, que gasta outro 1/3, arrecadado com o ICMS e Imposto sobre os serviços. Somando tudo, a população brasileira destina, direta ou indiretamente, cerca de 2/3 de toda movimentação econômica e financeira do País para a administração pública.
Apesar de os "louros" da realização do Governo federal e dos governos locais serem creditados aos políticos de plantões, quem paga a conta, como sempre, é a população brasileira. Além de tudo, sobretudo o Governo federal, para as suas realizações no campo social e de infraestrutura, emitem títulos da dívida pública pagando a taxa Selic, a mais alta dentre os principais países do mundo. Um dia, isto tudo, explode!
Só para se ter ideia, o Governo Lula pediu e o Governo Bolsonaro atendeu, o acréscimo de R$ 145 bilhões ao LDO de 2023, no final de 2022. Não satisfeito com o destinação do valor extra, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enviou ao Congresso Nacional, o "arcabouço fiscal", que nada mais é do que a "política fiscal", com "déficit entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões, dependendo dos recursos depositados do Carf, a instância administrativa entre Governo federal e o contribuinte.
Ainda assim, o Governo Lula, no primeiro ano do seu mandato, vai amargar o "déficit primário", o dinheiro que falta para pagar as contas, não se importando com a gigantesca dívida pública federal, acima de R$ 6 trilhões, que só de juros à base de taxa Selic, consome próximo de R$ 800 bilhões ao ano, na sua rolagem.
Desde a última crise econômica financeira de 2014/2015, o Governo brasileiro sequer consegue pagar os juros da dívida pública, apresentando sucessivos "déficits primários", o dinheiro que falta para pagar as contas do Governo federal, exceto os juros da dívida pública. O próximo passo do País, se não tomar atitude de gerar o "superávit primário" para pagar, ao menos, os juros da dívida pública, se denomina "default" ou "falência", tão igual às inúmeras empresas do País em situação de "recuperação judicial".
Diante da situação descrita acima, só posso afirmar, "com convicção", de que a equipe econômica comandada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é de total incompetência e de irresponsabilidade desmedida. Enquanto isso, o Presidente Lula vai "surfando" na onda, sem perceber que o "tsunami" está muito mais próximo do que se possa imaginar.
Gastar é ótimo, mas, uma hora chega a conta para pagar!
Ossami Sakamori
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