sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Brasil não é mais a bola da vez

No mercado de risco, as ações das empresas brasileiras caíram mais uma vez e acumula sua pior sequência de queda, desde 1980.  O dólar está para romper a casa dos R$ 5, conforme já fizemos previsão nas matérias anteriores.  Os especuladores estrangeiros já sacaram R$ 7 bilhões nas duas últimas semanas.  O volume não é tão expressivo, mas a sequência de queda é preocupante.  

           O pivô da crise, uma grande parte, é debitado à perspectiva de estagnação na economia chinesa, visto com "recuperação judicial" de grandes incorporadoras de construções da China e o movimento do Banco Central chinês de entrar comprando grande volume de dólares (US$), reforçando ainda mais a sua reserva que já ultrapassa de longe os US$ 3 trilhões.   O assunto, também, já foi comentado nas matérias anteriores.  

              Com exceção dos Estados Unidos que está com economia no limite do crescimento, próximo de 5% ao ano, com pontuais crise financeira de grandes conglomerados financeiros, o FED - Federal Reserve, o Banco Central americano, faz esforço para conter a inflação ao teto de 5%.   Isto corresponde que a moeda americana está sofrendo "desvalorização" ou que as demais moedas estão ganhando "valorização" relativamente ao dólar.  

          O movimento de fuga dos investimentos estrangeiros especulativos do Brasil, está causando a alta do dólar ou desvalorização do real, numa situação enunciado no início desta matéria.   O movimento de fuga dos capitais estrangeiros do País, parece não ser "pontual" motivado com os juros da dívida pública americana e nem tão pouco se refere à inflação americana.   O problema maior é a ausência da "política econômica" do Governo Lula, para balizar o crescimento econômico duradouro do País.

             Já estamos atravessando o oitavo mês do ano e não temos ainda a "política fiscal" ou o "arcabouço fiscal" do Haddad ou do Governo Lula.   Só sabemos que o "déficit primário" ou o "rombo fiscal" do Governo federal para o ano em curso, 2023, gira entre R$ 100 bilhões a R$ 150 bilhões, dependendo das medidas legislativas que deverão ser aprovadas, ainda, pelo Congresso Nacional.   O presidente da Câmara, Arthur Lira, PP/AL, promete acelerar a sua aprovação, até o final deste mês.  

              O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, terá que apresentar ao Congresso Nacional, até o final deste mês, a LDO - Lei de Diretrizes Orçamentários do próximo ano, o de 2024, para tornar-se Lei Orçamentária do ano fiscal do próximo ano.   Tudo está na "undécima" hora e falta atuação incisiva do Governo Lula para a sua aprovação.   

               Diante da conjuntura descrita acima, os empresários produtivos brasileiros, cruzam os braços à espera de uma "política econômica" consistente e uma "política fiscal"  responsável, com "déficit primário" zero.   Lembrando, mais uma vez que o "déficit primário" é o dinheiro que falta para cobrir as despesas para educação, saúde e segurança pública, sem contar também com as despesas sobre a Previdência Social.   No déficit primário, não entra as despesas com os juros da dívida pública da União.  Estas últimas são englobados na dívida pública da União, acima de R$ 6 trilhões, líquidos.   

      Diante da situação do País, é perfeitamente compreensível que o capital estrangeiro estejam em "fuga" do Brasil, procurando um "porto seguro" para seus investimentos, uma grande parte dos fundos de pensões dos países de origem.   O Brasil não é mais a "bola da vez", no aspecto positivo.    Só mesmo o Fernando Haddad, o ministro da Fazendo do Governo Lula não enxerga a real situação do País.

            Ossami Sakamori

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