A moeda americana, o dólar (US$), ganhou força com a compra da moeda americana pelo Banco Central chinês, nos últimos dias, reforçando a sua reserva cambial próximo de US$ 3,4 trilhões, oficialmente. O FED, Banco Central americano, estima que a China, como país, tem reserva cambial estimado em US$ 6 trilhões, pulverizada entre diversas formas de entidades e empresas do governo chinês.
O Brasil tem reserva cambial, ao mínimo de US$ 350 bilhões, aplicados em organismos internacionais como BID e atuação diretamente na compra de títulos de dívidas do Tesouro Nacional americano. Recentemente, o Banco Central ensaia terceirizar a gestão da reserva cambial para alguma corretora americana de peso, o que vem recebendo críticas do Governo Lula. Quem entende do mercado financeiro global, sabe que este perigo, a de alguma entidade financeira, de fugir com a nossa Reserva cambial, não existe.
No mercado financeiro do Brasil, o dólar tem registrado cotação ao entorno de R$ 4,7592, como a mínima do ano de 2023 à cotação máxima do dólar que alcançou R$ 5,4807 no dia 3 de janeiro, na passagem do Governo Bolsonaro para o Governo Lula. Ontem, dia 14/7, o dólar comercial estava sendo contado a R$ 4,965, configurando o viés de alta. Penso que, em breve, deve romper o R$ 5 para cada US$ 1.
Em relação a desvalorização ou a valorização da moeda americana, que inversamente, corresponde a valorização ou a desvalorização do "real", diz respeito a fatores como: a) desempenho da economia americana; b) a inflação americana; c) o desempenho da economia chinesa, a segunda economia do mundo; d) o desempenho da economia brasileira; e) a política fiscal do Governo brasileiro e sobretudo à taxa básica de juros Selic dos títulos do Tesouro Nacional, hoje em 13,25% ao ano.
Não adiante o Presidente Lula afirmar que o Brasil não depende do dólar americano e que os países do BRICS vão adotar como moeda alternativa a moeda "renmenbi" ou o "yuan" (a menor fração da moeda chinesa) chinês. A própria China entrou comprando o dólar americano, numa manobra de tentar dominar não só o comércio mundial, mas, também, influir na valorização ou na desvalorização do dólar. Parece um contrassenso, mas uma eventual valorização do dólar americano vai de encontro aos interesse dos chineses.
Receio que a opção demonstrada pelo Presidente Lula ao "yuan" desprezando a importância do "dólar" no mercado global, seja mais um equívoco da política econômica e fiscal do atual Governo. Quando mistura a "ideologia política" com a "ideologia econômica e monetária", pelo atual Governo, em boa coisa não vai dar... O padrão de intercâmbio comercial e financeira em "dólares", vigora desde 1945, na conferência de Bretton Woods.
Ossami Sakamori
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