sábado, 17 de junho de 2023

Americanas e os bancos credores

 

Não é nada agradável voltar ao assunto sobre a quebra da Americanas, mais uma vez.  No entanto, volto ao assunto, porque foi apresentado à CPI das Americanas, nessa terça-feira, dia 13, um farto material, de conversas por WhatsApp, por e-mails, planilhas e outros documentos pelo atual CEO, Leonardo Coelho Pereira. 

         O atual CEO, contratado pelo trio de investidores brasileiros, o Lemann, o Teles e o Sicupira, até então considerado como empresários de sucesso no Brasil, numa "jogada ensaiada", culpou o ex-presidente da Americanas, Miguel Gutierrez, de que teria "escondido" as operações fraudulentas e teria criado mecanismo contábil que escondia as inconsistências contábeis. 

         O caso veio à tona, quando, o então CEO do Banco Santander, Sergio Rial, assumiu o comando da Americanas.  O referido diretor denunciou o fraude contábil e se mandou para Espanha, onde fica a sede do Banco Santander.  Tudo parece estar combinado.  O ex-diretor da Americanas,  Miguel Guterres, também, se mandou do País, num destino ignorado.  

         Volto ao assunto Americanas, porque envolve perdas bilionárias aos bancos credores, sobretudo as maiores, como Itaú, Bradesco, Santander, BB, CEF e bancos de menor porte como BTG.   A soma da dívida, segundo os próprios bancos credores, chega a R$ 15,2 bilhões.   No momento, estas dívidas estão provisionadas nos balanços dos referidos bancos, como sendo de dívidas de difícil solvência, o que na minha visão, é um lançamento contábil equivocada.  Os referidos créditos deveriam ser considerados e lançados como "perdas" ou "prejuízos" no seus balanços.

          No meu juízo, numa situação como esta, a dos créditos junto a Americana, em "recuperação judicial", onde os tais créditos serão os últimos a serem quitados, após a solvência de credores preferenciais como salários, impostos e créditos com garantias fiduciárias, conforme manda a legislação  em vigor.   Desta forma, estou seguro de afirmar que os bancos credores, não receberão os seus créditos ou empréstimos.   Os bancos credores, ao invés de colocar os créditos da Americanas na situação de "provisão" para eventuais perdas, deveriam colocar os créditos junto à Americanas como "prejuízo" em seus balanços semestrais.  Os créditos lançados como prejuízos, como devem ser feito, certamente, provocará um "abalo sísmico" aos bancos credores, nominados acima. 

         Este tipo de comentário, vocês não encontrarão na grande imprensa, onde os bancos credores são os maiores clientes de mídias impressas e televisivas. Vamos torcer para que a insolvência da Americanas não provoque efeito cascata ao sistema bancário brasileiro.   

         Ossami Sakamori   

Um comentário:

Anônimo disse...

Ótimo exclarecimento Ossami 🤝🤝🤝