terça-feira, 27 de junho de 2023

Brasil na contramão do mundo!

 

Não sou de insistir sobre o mesmo tema por várias vezes, sobretudo sobre a matéria para os quais a influência deste blog é próximo de "zero".   O País costuma remar contra os marés ou contra a tendência global, em quase tudo, e sobretudo em matéria sobre a economia.  Espanta-me, a ausência de vozes fortes da entidades privadas que representava o setor produtivo da economia, como FIESP e CNI sobre a matéria da economia nacional.  

          Aqui não vai a crítica sobre a tendência ideológica do atual governo, o do Presidente Lula ou do governo anterior, o do Presidente Bolsonaro.  É certo que ambos governos tem ideologias opostos, o atual Governo com o pensamento voltado ao socialismo e o anterior voltado ao liberalismo.   Cada tendência ideológica tem graduação no sua política econômica, se elas são liberais ou neoliberais, baseados em ideólogos dos seus tempos.   No Governo, tudo ou quase tudo, é baseado em "achismo", igual este que escreve.  Não é por falta de pessoas capazes.  Gente competente tem de sobra no Brasil, felizmente.

          Seja como for, como qualquer país do mundo econômico global, o Brasil obedece aos ditames e normas vigentes, para se manter no mercado financeiro internacional, ao contrário do que pensa o atual Presidente da República. Brasil não é "ilha da fantasia" e nem tão pouco "deserto de sensatez". Por mais que o Presidente Lula faça as suas "declarações impensadas", em fóruns internacionais, como é de costume fazê-las, o País tem instituições sólidas, o suficiente para continuar "presente" na economia global, sobretudo com o fornecimento de insumos essenciais para sobrevivência da humanidade.   Brasil não é Lula e nem o Lula é o Brasil.   Brasil é um país soberano, felizmente!

          A discussão pública sobre a taxa básica de juros Selic, chega à beira de ignorância, tal qual uma briga de "botequim" da esquina.  De um lado o Presidente Lula vociferando sobre a taxa básica de juros Selic, como que entendido no assunto macroeconômico e por outro lado, o COPOM - Comitê de Política Monetária do Banco Central, justificando em "notas técnicas" o atual patamar de juros praticados para remuneração dos títulos do Tesouro Nacional.  

           O Banco Central argumenta, em defesa da atual taxa Selic de 16,5%, de que o IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, está longe de alcançar a meta para 2023, de 3,25%.  A expectativa de inflação para 2023, segundo o próprio Banco Central é de termine o ano com inflação de 4,75%.   Mantida a atual taxa Selic, o ganho real ou o "juros reais" dos títulos do Tesouro Nacional é de 9% ao ano, o que é uma remuneração totalmente "fora da curva".   Para se ter ideia, nos Estados Unidos, para a inflação ao redor de 4,5%, os juros do Tesouro dos Estados Unidos, a taxa Selic de lá, é de 5% a 5,25% ou juros reais ente 0,5% a 0,75% ao ano, conforme o prazo de aplicação. 

          O presidente do Banco Central, Campos Neto, é egresso do sistema bancário e fez parte da diretoria de um grande banco atuando no Brasil, diferente dos outros países, onde o presidente do Banco Central é egresso de entidades de fomento, para manter a sua independência para com o sistema financeiro.   Como em tudo, o Brasil é país de "jaboticaba", fruta que só dá no País.

         Enquanto o setor produtivo do País, o setor industrial, comercial e setor primário como minério e agropecuário, às duras penas incrementam o seu PIB, os agiotas (os que vivem de juros), nacionais e internacionais auferem os juros reais, os mais altos do mundo global, sem adicionar o valor agregado aos seus investimentos.   

           Eu sou defensor do Banco Central independente, como qualquer defensor da teoria liberal, seja da escola do professor John Maynard Keynes ou do professor Milton Friedman, no entanto, a atual política monetária de juros de "agiotas" Selic torna o Brasil, uma ilha da fantasia para os agiotas internacionais ao invés de País pujante para os investidores produtivos.

          Ossami Sakamori     

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